junho 2025 - Homem Quieto

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  Joinville emendou o feriado de Corpus Christi - na segunda metade do mês de junho - para sediar, nos pavilhões da Expoville, o grandioso S...

 

Joinville emendou o feriado de Corpus Christi - na segunda metade do mês de junho - para sediar, nos pavilhões da Expoville, o grandioso SuperXP. Com a satisfação de lá estar expondo, presenciei o esplendor em forma de festa e celebração cultural promovida pelo entretenimento. Centenas de jovens circularam entre grandes atrações, tendo consigo as mais variadas expressões de personalidade. Foi cativante encontrar um público evocando os seus desejos de liberdade e autenticidade exclusivamente possível a quem realmente se permite voar.

 
Cada espaço do SuperXP foi uma atração à parte. Os participantes trouxeram a alegria, a criatividade, juntamente à vivência de verdadeiros sonhos ilimitados. Foi sensacional passear por aqueles corredores sob o clima que causava o mais puro encanto. Com imensa gratidão por ser presenteado com tudo o que tornou favorável a minha participação em meio àqueles momentos célebres e memoráveis, considero-me, com isso, privilegiado em minha jornada artística. A mesa onde expus recebeu a atenção na medida esperada, compartilhada com os jovens e muito talentosos artistas do "Hall dos Artistas".
A sensação de segurança e de acolhimento por parte dos organizadores e de todos os demais foi inigualável. Tudo convergiu para uma das melhores experiências dentre todas as semelhantes onde estive. Não foram exploradas todas as possibilidades oferecidas pelo evento, pois só pude permanecer lá até sábado à tarde. Precisávamos, eu e meu irmão, voltar a Criciúma antes do momento que prometia mais visitantes: o domingo - tornando, assim, nossa despedida um pouco precoce.

Como tocamos na palavra "despedida", é o momento no qual digo adeus às passagens em eventos geeks e congêneres. Após nove anos de peregrinação entre feirinhas, grandes feiras, convenções e demais encontros, encerro tudo por aqui. Continuarei produzindo minhas coisas, desenhando e escrevendo quadrinhos, mas entro em aposentadoria das demais atividades. Foi um período realizador que deixo para trás. Não encaro essa decisão com tristeza ou sentimentos ruins, guardo sim, boas memórias para levar para sempre comigo.


E, concluo, afirmando que tudo isso foi por livre escolha, sem outros motivos senão minha própria vontade. Se alguém me perguntar "porquê"... não terei nada a dizer. Apenas acho melhor. E, como comentei com meu irmão, o SuperXP foi uma ocasião à altura desse término. Senti como um grande e caloroso abraço em uma passagem para uma outra fase e para horizontes diferentes. Fiquei com um sabor muito especial e uma impressão de que a hora de parar aconteceu de um modo extremamente gratificante.

  Prefiro deixar à parte as faces mais populares sobre o ofício de Design Gráfico. Todas as tiradas humorísticas já foram exploradas ao pont...

 

Prefiro deixar à parte as faces mais populares sobre o ofício de Design Gráfico. Todas as tiradas humorísticas já foram exploradas ao ponto de me cansar. Vamos imaginar um cotidiano sem memes e as queixas recorrentes de quem coloca a comida na mesa através das Artes Gráficas. Ou seja: tratemos de maneira sóbria essa profissão notória por ser ameaçada por "sobrinhos", por ter "prazos apertados", "alterações infindáveis", "trabalho excessivo" e etc.
 
Quem levanta tais problemas deve entender muito bem a necessidade de se mostrar muito além que um especialista em softwares. Melhor se preocupar com a busca pela qualificação profissional em um aprimoramento constante. Sobretudo, elevar o potencial para assumir cada projeto sob a convicção da execução eficiente no trabalho. E para isso, encarar o percurso pedregoso dentre os sequentes obstáculos e cada problema a se solucionar, estando aberto às críticas e pontos de vistas diversos.
 
Nas décadas de minha profissão, busquei tanto o estudo e a prática, quanto o sorver da sabedoria dos colegas mais experientes. E nesse convívio, vi alguns no início, como eu, saírem vitoriosos... de vez em quando carreiras irregulares e, às vezes, algumas desistências.
 
O Design está longe de ser uma disciplina que se encerra em si, necessita-se do entendimento de muito outros saberes. A solidez vem com a adaptação, o acompanhamento de tendências, observação e a atualização de repertório. Precisamos aprender diariamente, buscar por referências diversas e estarmos sempre atentos. O que já é esclarecido a qualquer um inicialmente interessado pela profissão, seja em uma universidade ou em um bom estudo autodidata.
 
É necessário vivência e também alguma teoria. Convém se debruçar em alguns fundamentos, como princípios de Gestalt, as bases da teoria das cores, composição e tipografia. E nem sempre essas informações convergem, as fontes de pesquisa atuais (internet) são conflituosas e podem confundir. Os aprendizados passam a fazer sentido quando há as consultas em bons livros aliadas à prática - o Design é uma ciência imprecisa, mas ao mesmo tempo, altamente exata.
 
Já topei com muita gente cujo desejo maior é/era ser Designer. Jovens motivados por visões sonhadoras e carregadas de fascínio pela carreira. Nunca estranhei, pois me orgulho de cada dia que acordo cedo, banho os olhos diante do espelho e me preparo para encarar a labuta. É inegável o poder das imagens, das formas e das ideias. Julgo bastante compreensível o brilho no olhar de um neófito transbordando entusiasmo pela possibilidade de trabalhar sendo criativo. Também me sinto dessa forma (às vezes)... mas o encanto tem suas turbulências.