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Conhecer a fundo a ciência por detrás da teoria das cores se faz através de uma extensa jornada de estudos. Mas nem todos os que precisam fa...

Conhecer a fundo a ciência por detrás da teoria das cores se faz através de uma extensa jornada de estudos. Mas nem todos os que precisam fazer uso delas necessitam ser diplomados neste saber. Quando a aplicação é a Arte, um pouco de intuição aliada à educação elementar de qualquer cidadão servem perfeitamente de intermédio para uma iniciação satisfatória. O interesse já é um bom começo.

Sketch colorizado.

Foi a partir de quando debutei no ofício da publicidade que se deu o pontapé inicial ao meu aprendizado sobre o funcionamento de alguns sistemas de cores. Fato bastante comum aos colegas do Design e das produções gráficas. Acontece que todos - sim todos - os operadores de softwares de edição se deparam, cedo ou tarde, com as possibilidades e limitações do CMYK, do RGB e do Pantone - seja em um curso curricular, ou mesmo no ingresso à profissão. E se o operador de software não se alertar, a rotina, a carga de trabalho e as urgências em atender às demandas trarão embotamento à sua curiosidade e ao senso abstrato de lidar com as cores.

Desde que (re)iniciei com as HQs (em 2014), isso
quase que não mais me ocorreu, pois as cores estão diante de mim não só em uma edição chata, "para ontem", a ser feita em uma massacrante manhã de segunda-feira. Meu hobby de fins de semana está dentro da seara do conhecimento cromático, ou seja, nos tempos livres também estou me relacionando com as cores - e o melhor: de maneira diferente a do dia a dia. Quem lida com HQs sabe estar cercado pelas inúmeras possibilidades das cores e o seu poder extra para fazer alcançar um trabalho mais exitoso.

Leitura recomendada (fora de catálogo).
HQs impressas e colorizadas oferecem experiências sensoriais bastante intensas, ainda mais quando utilizadas dos recursos digitais com os quais convivemos desde o advento da computação gráfica. Podem ter se tornado até triviais, ou uma obrigação da indústria, mas as colorações digitais não deixam de ser um elemento a se dar maior atenção. Até as paletas mais simples e os efeitos menos sofisticados não surgem por mero acaso e perceber isso é muito legal.

O papo das HQs impressas parece nos remeter a um sebo abarrotado de gibis velhos cheirando a mofo, ou talvez, às estantes de uma aconchegante livraria (pronta para nos tomar aquela parcela considerável de nossos salários). Tanto faz. Mas está aí a importância de se distinguir o que vemos com tintas sobrepostas na superfície de folhas de papel (CMYK) e o que vemos em pixels nas telas e monitores (RGB). O suporte define o tratamento ao qual uma HQ estará sujeita.
 
Quando dou minhas "voltas" lá no Tapas, vejo trabalhos de beleza singular, exibindo magníficas paletas RGB a encantar qualquer um. E de um pessoal que sabe o que faz. O que relembra aquela piada do Capitão América e Seus Amigos sobre a "adaga" que é a Internet pronta para dar o ultimato e "assassinar" de vez a mídia impressa... uma piada vinda de um péssimo exemplo a se seguir que, como tantas outras, têm lá um fundo de verdade.