Como, por assim dizer, ainda nos encontramos próximos à fundação do blog, dada a sua (re)abertura a somente dois posts deste que escrevo...
Como, por assim dizer, ainda nos encontramos próximos à
fundação do blog, dada a sua (re)abertura a somente dois posts deste que escrevo agora, sinto que não conseguiria prosseguir sem antes falar um pouco a respeito de minhas influências e de como decidi ser quadrinista.
Quem já deu uma olhada no
meu Influence Map pode
ter pensado que uso muitas referências e me inspiro em artistas bastante
diversos. Para ser sincero, coloquei ali alguns exemplos que admiro, mas que não
seriam exatamente minhas inspirações. Alguns conheço menos do que deveria.
Em minhas primeiras tentativas nas HQs, fui propelido não
somente por quadrinhos, mas também pelo cinema e revistas de computadores. A
Crash Magazine tratava de jogos para computadores pessoais do início dos anos
90, e era uma publicação que trazia muitas ilustrações de jogos. Com ela, agucei o olhar para a arte do desenho, e também passei a arriscar minhas próprias produções.
Depois vieram os filmes Trash e as HQs de Terror. Era entretenimento de massa que não só me divertia, mas também fornecia aceitação, identificação, reflexões e mostrava caminhos alternativos para lidar com dilemas que eu carregava em meus miolos naquele momento.
Foi nessa época que eu realmente quis fazer quadrinhos. Desenhei com dedicação e esforço. E estreei com uma HQ sobre um herói que ocultava o rosto com ataduras e que não estava nem aí para criminosos - ele só queria caçar um ardiloso e fujão estuprador, que havia vitimado a sua irmã.
Por motivos realmente graves, entrei em um extenso hiato - no qual passei ter outras áreas de interesses - até chegarem em minhas mãos - e olhos - os mangás. Foi esse o bicho que me mordeu na segunda metade dos anos
90. Um negócio intenso, e que tratou de me botar a produzir bastante e a fanzinar (com alguns fiascos editoriais)
até a chegada do hiato seguinte, que terminaria em algum momento de 2014.
Bem, se a minha intenção fosse trazer exemplos do que se
refere aos aspectos pictóricos de meu traço, vejo nele muito de
"Tina" de Maurício de Sousa, "Andrea, a Repórter" de Aluir Amâncio e as fases mais
expressivas de Watson Portela.
Como o leitor pode constatar, demorei um
pouco a me achar como artista. Um demérito? Creio que não,
principalmente porque acredito que o tempo certo é o tempo que faz.