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Em uma primeira aproximação com as canetas Copics, a atenção do interessado volta-se imediatamente ao valor cobrado pelo produto. Não é para...

Em uma primeira aproximação com as canetas Copics, a atenção do interessado volta-se imediatamente ao valor cobrado pelo produto. Não é para menos, esse material se destina ao uso profissional, precisando ter qualidade inquestionável e sua procura deve ser garantida e bem referenciada. Quem busca qualidade sabe ser preciso desembolsar mais para ser atendido em suas necessidades - quiça também ser surpreendido. Tendo em vista esse papo todo, há quem use das Copics para trabalhos não rentáveis, ou não remunerados e, ainda assim, queira desfrutar das enormes vantagens de se colorir e desenhar com resultados excelentes, mesmo doendo no bolso.
Colocando algumas cores em meus sketchs.
Esse é o início de qualquer assunto envolvendo Copics. Por isso o utilizei como introdução. Acrescento que meu Kit foi montado ao longo de 4 anos, aproveitando oportunidades como Black Fridays e promoções relâmpagos. Tendo paciência e atenção ao mundo ao redor, pode-se economizar bastante. É legal a compra paulatina porque vai-se entendendo o funcionamento das canetas, testando as cores e buscando a melhor combinação na hora de elaborar uma paleta. Envolvendo Copics, é muito bom não ter muita pressa mesmo... O alto padrão das canetas também deve ser acompanhado de boas escolhas de cores e o mínimo de estudo sobre como utilizá-las.
Sou caidinho por esse meu kit.
Meu kit tem 36 cores, escolhidas segundo meus gostos pessoais e uma paleta que eu já havia montado em meu computador, a qual até transformei em hexadecimal (não bato bem). Antes disso, iniciei com os tons de cinzas. É muito indicado a quem está pensando em uma bela paleta colorida, que parta dos Tons de Cinzas: Cinzas Neutros, Cinzas Frios e os Cinzas Quentes. Pelo menos três numerações de cada - ou seja, pode-se começar com três canetas. Tendo-as em mãos, embora a caneta seja tão boa, nada garante que o artista já vá fazer e acontecer nas primeiras tentativas... Como sabemos que é em todas as coisas em nossas vidas.

A utilização desse material requer um certo feeling e prática. Sempre com pontos a mais para quem já lida com pintura usando outros materiais, ou até mesmo coloriza digitalmente. Um iniciante pode ter uma ou duas experiências frustrantes. Mas passados os estágios iniciais, a utilização de Copics agrada bastante durante todo o processo, trazendo bem-estar e satisfação também com os resultados. Acompanhado daquela sensação meio fetichista... Por mais engraçado que isso possa parecer. Portanto, além de dar uma valorizada nos desenhos, as Copics também servem como terapia.
Apetrechos de usuário de Copics.
Para encerrar o post, preparei alguns links para quem queira se aprofundar com as Copics. Que também servem para usuários já experimentados.

Para entender o sistema de cores das Copics.
Blog Dezaina: Como usar Copic Markers – O sistema de cores – Parte I (cinzas)
Blog Dezaina: Como usar Copic Markers – O sistema de cores – Parte II
Blog Dezaina: Dica para ter muitas cores com poucas canetas

Vídeos complementares para tirar dúvidas.
Crás: Marcadores Copics no Brasil
Crás: Como Escolher as Cores
Mary Cagnin: Como usar Copic Markers: Misturando cores
Mary Cagnin: Como usar Copic Markers: Tons de pele
Mary Cagnin: Como usar Copic Markers: Tons de Cinza

Há artes gráficas que nos causam um íntimo e total arrebatamento já em um primeiro contato. Entendemos instantaneamente aquele vocabulário ...

Há artes gráficas que nos causam um íntimo e total arrebatamento já em um primeiro contato. Entendemos instantaneamente aquele vocabulário imagético e somos atraídos pelas suas agradáveis sensações. Formas ou desenhos aprazíveis são comuns: em menos de uma hora de navegação, esbarramos em vários. São ilustrações e páginas de quadrinhos que enchem os olhos, sejam estes minuciosamente elaborados ou exibindo soluções visuais apenas bem resolvidas e sem maiores malabarismos técnicos. Sempre há o que se agradar e apreciar nas publicações impressas e nas telas e monitores que acessamos diariamente. Porém, algumas artes agradam mais que outras...
[DIVULGAÇÃO] Betty e Verônica.
É bastante raro conversar com alguém que não diga pelo menos o nome de um desenhista, pintor ou obra de preferência. Bem como, para alguém mais imerso no mundo das artes, teremos listas e categorias a discorrer por um longo tempo de prosa. Comigo também há (obviamente) e eu não diria que meus gostos estejam na cabeça e na atenção de muita gente. O simplismo me fascina, as linhas claras estão constantemente me desafiando a entendê-las e a perceber o mistério da falta de complexidade se tornar tão expressiva. A linguagem simples se torna extremamente sofisticada sob minha ótica. A economia de linhas e as artes-finais espontâneas são o apogeu da uma expressão nas Histórias em Quadrinhos.

O Traço cartunesco de Bob Montana é um belo exemplo do que digo. A sua arte vintage alcançou o escopo de minhas predileções recentes. O cartunista trabalhou com o selo Archie Comics, contando gags sobre um protagonista homônimo e um jovem grupo, durante a década de 1940. Foi na Archie Comics que surgiram personagens como as da série de TV "Josie e as Gatinhas" de Hanna Barbera - desenho animado familiar a qualquer um com mais de trinta anos. Bob Montana desenhou para a Archie Comics ao longo de 35 anos, ilustrando, fazendo quadrinhos e suplementos dominicais para jornais.
[DIVULGAÇÃO] Página original das mãos de Bob Montana.
O traço de Bob Montana é uma pérola polida e perfeita. Ótimas escolhas de contrastes, linhas a pincel com variações lindamente calculadas, em um simplismo que considero pura genialidade. Há muitos outros desenhistas da mesma escola, claro. Já passei os olhos por uns tantos. Alguns usando de temas eróticos, Pinups e suas muitas variantes. Artistas contemporâneas como Sveta Shubina e Alejandra Oviedo representam bem essa leva. Mas, ao que me parece, essa tendência entrou em escassez com o passar do tempo e a renovação de recursos visuais. Uma pena que essa forma de expressão tornou-se apenas o foco de apreciação saudosista ou um interesse artístco peculiarmente excêntrico.
[DIVULGAÇÃO] Página da HQ Tina.
Algo disso pode ter se renovado. Tal aconteceu com a personagem Tina dos estúdios Maurício de Sousa no período entre os anos 1990 e 2000. Essa produção contém algo do que considero também uma expertise de linguagem gráfica a despertar tanto interesse quanto a arte de Bob Montana. Mesmo que essas publicações sejam trabalho de um estúdio (ou um grupo de artistas) e estejam dentro de uma linha de produção padronizada, é um trabalho que me deixa bastante atento e já mereceu muitas pesquisas e horas de apreciação.

Ambos (Tina e Archie) fazem humor e embora não seja um total descrédito, desperdiça-se um bom leque de possibilidades limitando-se dessa forma. O traço cartunesco, em grande parte, está relacionado à comicidade, porém, funciona com facilidade em outros gêneros não relacionados. Obviamente, existe uma variedade temas explorados por aí, o mundo artístico na internet é amplo e certamente há bastante a ser conhecido...

Ainda assim, Tina e Bob Montana retêm todo o meu respeito e admiração. E claro, me inspiram em minhas buscas como artista.