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Sempre me inclinei em direção às publicações autorais. Algo em mim toma essa liberdade criativa como merecedora de muita atenção, pois o seu...

Sempre me inclinei em direção às publicações autorais. Algo em mim toma essa liberdade criativa como merecedora de muita atenção, pois o seu propósito maior não é essencialmente comercial. Encanta-me este conceito desprendido de fazer surgir ideias, emoções, argumentos, ou contar uma história segundo o livre pensamento e a cultura de que se é adepto. O atrativo maior das obras autorais está em sua possibilidade de expressar sem prestar contas a ninguém, transmitindo a sua mensagem autenticamente.
Vandalistia - Um de meus trabalhos autorais.
E, nesses casos, vale tudo. Tudo mesmo. Do singelo ao escatológico. Um produto que não prometeu algo antes de ser entregue, nem se dispôs a resolver a vida de ninguém e cujo o maior mote é a inconsequência de ser sincero até os ossos. Mas nem por isso o artista autoral é menos competente. Ele resiste em suas convicções e tem decisão sobre o que acredita e entende. Um poder que ele pode se valer e ninguém lhe tomar.

Essa postura artística se faz presente, através dos anos, seguindo sempre o slogan do "Faça Você Mesmo", hoje potencializado pelos inúmeros meios de produções e divulgações digitais. O que vem unindo artistas de vocação e desenvoltura, compartilhando sua força criativa pelas telas e monitores em torno do mundo. Acompanho alguns trabalhos autorais online que me inspiram e despertam profunda admiração. Interesse que me fez querer compartilhar um pouco das encantadoras obras e autores desse nicho, que às margens desse afã por popularidade "algorítmica", buscam um lugar sob o Sol com grande honestidade.

Raul Galli

[Divulgação] Ilustração de Raul Galli.
Conheci o Raul na faculdade, nos identificamos como artistas do traço em poucos minutos de conversa. É um ser-humano admirável, sinto uma elevada energia em sua presença. Também um artista completo: no Desenho, na Música e nas Artes Marciais. E como quadrinista, escreveu e desenhou a série "Terra Incógnita", inspirada em jogadas de RPG e que é simplesmente sensacional. Uma leitura que faz viajar em um mundo de bruxaria e aventuras em lugares distantes.
 
 

Evaristo Ramos

[Divulgação] Ilustração de Evaristo Ramos.
Evaristo é um fera, um cara extremamente culto, de personalidade e muito talento. Ele foi bastante acessível quando critiquei, através de um e-mail, a sua primeira HQ, o "Desmortos" (desenvolvido em parceria com outro autor). É dele uma das melhores webcomics que já li na internet, a série "Paralelos". Na primeira fase dessa HQ seriada, Evaristo nos convida a inúmeras reflexões, sobre relações humanas, artes, destino, a vida, etc... De forma sensível e refletiva. Atualmente também trabalha de forma colaborativa, no site Tapas, em "A Balada do Calibre 38" e "As Sombras Sobre Dois Rios".
http://evaristoramos.blogspot.com/
https://www.instagram.com/_evaristoramos/

 
Devaneio Aleatório

[Divulgação] Ilustração de Devaneio Aleatório.
O Jok e a Jéssica formam o projeto "Devaneio Aleatório". Estive em algumas lives com eles no início desse ano e acho esse pessoal demais. O trabalho do Devaneio Aleatórios é bastante conceitual e místico, com influências de Neil Gaiman e de Magia contemporânea. Personagens como Lillith e Devaneio surgem entre frases de efeitos e questões filosóficas, em passagens que tratam sobre o que pouco sabemos existir entre o céu e a terra. O Jok registra o progresso de seu trabalho em lives no Twitch.


Trarei outros posts como este no futuro, pois há muitos artistas dos quais eu gostaria de falar. Assunto que certamente trará boas novidades ao leitor.

O acabamento em um desenho ou em uma página de Quadrinhos pode fazer grande diferença, principalmente se a intenção seja a de conferir um as...

O acabamento em um desenho ou em uma página de Quadrinhos pode fazer grande diferença, principalmente se a intenção seja a de conferir um aspecto mais profissional ao trabalho. Usar de elementos gráficos sempre acaba somando bastante à arte e demonstra um cuidado a mais que certamente será percebido. Temos um leque de acabamentos amplamente usados em todas as modalidades de desenhos: como as hachuras, os padrões, linhas de ação, etc. E outras tantas artimanhas que, com alguma atenção, identificamos como recorrentes nas Artes Gráficas. Neste post, falarei de minhas experiências com as retículas
Desenho de meu sketchbook com aplicação de manual retícula.
Minhas primeiras práticas foram com os transfers em que se fricciona o verso das cartelas. Usei temas florais, linhas horizontais, letterings e também as retículas. Já naquelas oportunidades, havia escassez de acervos, com mínimas variedades de escolhas. Ainda assim, o que tive acesso me trouxe resultados satisfatórios. E desde que entrei em contato com os quadrinhos japoneses (ricos em retículas), apaixonei-me com todos os efeitos possíveis através do recurso.
 
Há um ano, ou algo assim, comprei uma cartela de retículas japonesas: a I-C Screen E120. Peguei-a para tentar coisas diferentes e sentir como era o uso. Diferente das anteriores, essa funciona como uma película adesiva em que se recorta a área de aplicação sobre o papel usando a lâmina de um estilete. Considero difícil. Até entendi por que há profissionais dos quadrinhos cuja tarefa é fazer, exclusivamente, essa etapa da finalização. A experiência foi válida... para saber também que o investimento não compensa tanto.
Cartela A4 de retículas japonesas. Não rendem muito.
Com as possibilidades das ferramentas digitais, meu interesse acentuou ainda mais, já que era possível criar nelas screen tones de maneiras diversas e com maior facilidade. A primeira vez que fiz, foi no Corel Draw. Era só recortar a área com a ferramenta Bezier, preencher com escalas de cinzas e configurar a impressão. Mas era só para a impressão mesmo, o efeito não surgia na tela do monitor. Enfim, algo já ultrapassado. Estudando mais, passei ao uso do Color Halftone - ou Meio Tom de Cores - nos filtros do Photoshop. A utilização do recurso não é complicada de se compreender.
Fazendo o Color Halftone dar bons resultados.
Em um documento no modo Greyscale (Tons de Cinzas), aplica-se em um layer em alfa a seleção da área em cinza ou com a gradiência (partindo do cinza ou preto ao branco). E então, é usar o filtro assim:

O que está entre parênteses é a versão em português.

Filters(filtro)/Pixelate(Pixelização)/Color Halftone (Meio-Tom em Cores)

"Max Radius" (Raio Máximo): Tamanho dos pontos [de 4 a 127]
"Canal 1": ângulo da tela em graus [de 0º a 360º]
"Canal 2": ângulo da tela em graus [de 0º a 360º]
"Canal 3": ângulo da tela em graus [de 0º a 360º]
"Canal 4": ângulo da tela em graus [de 0º a 360º]

Para que a trama dos pontos seja uniforme, todos os canais devem ter o valor de 45º.

Meu amigo Evaristo Ramos escavou um Action bastante útil que já faz o trabalho todo com um simples clique. O endereço para baixar e entender o como funciona é esse:

Embora seja positivo, a meu ver, o uso das retículas deve ser medido para não fazer com que ele acabe sobrepondo a arte inteira. Exceto isso, espero que o leitor use à vontade em suas peças.