O acabamento em um desenho ou em uma página de Quadrinhos pode fazer grande diferença, principalmente se a intenção seja a de conferir um aspecto mais profissional ao trabalho. Usar de elementos gráficos sempre acaba somando bastante à arte e demonstra um cuidado a mais que certamente será percebido. Temos um leque de acabamentos amplamente usados em todas as modalidades de desenhos: como as hachuras, os padrões, linhas de ação, etc. E outras tantas artimanhas que, com alguma atenção, identificamos como recorrentes nas Artes Gráficas. Neste post, falarei de minhas experiências com as retículas
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Desenho de meu sketchbook com aplicação de manual retícula. |
Minhas primeiras práticas foram com os transfers em que se fricciona o
verso das cartelas. Usei temas florais, linhas horizontais, letterings e
também as retículas. Já naquelas oportunidades, havia escassez
de acervos, com mínimas
variedades de escolhas. Ainda assim, o que tive acesso me trouxe resultados satisfatórios. E desde que entrei em contato com os quadrinhos japoneses
(ricos em retículas), apaixonei-me com todos os efeitos possíveis
através do recurso.
Há um ano, ou algo assim, comprei uma cartela de retículas japonesas: a I-C Screen E120. Peguei-a para tentar coisas diferentes e sentir como era o uso. Diferente das anteriores, essa funciona como uma película adesiva em que se recorta a área de aplicação sobre o papel usando a lâmina de um estilete. Considero difícil. Até entendi por que há profissionais dos quadrinhos cuja tarefa é fazer, exclusivamente, essa etapa da finalização. A experiência foi válida... para saber também que o investimento não compensa tanto.
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Cartela A4 de retículas japonesas. Não rendem muito. |
Com as possibilidades das ferramentas digitais, meu interesse acentuou ainda mais, já que era possível criar nelas screen tones de maneiras diversas e com maior facilidade. A primeira vez que fiz, foi no Corel Draw. Era só recortar a área com a ferramenta Bezier, preencher com escalas de cinzas e configurar a impressão. Mas era só para a impressão mesmo, o efeito não surgia na tela do monitor. Enfim, algo já ultrapassado. Estudando mais, passei ao uso do Color Halftone - ou Meio Tom de Cores - nos filtros do Photoshop. A utilização do recurso não é complicada de se compreender.
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Fazendo o Color Halftone dar bons resultados. |
Em um documento no modo Greyscale (Tons de Cinzas), aplica-se em um layer em alfa a seleção da área em cinza ou com a gradiência (partindo do cinza ou preto ao branco). E então, é usar o filtro assim:
O que está entre parênteses é a versão em português.
Filters(filtro)/Pixelate(Pixelização)/Color Halftone (Meio-Tom em Cores)
"Max Radius" (Raio Máximo): Tamanho dos pontos [de 4 a 127]
"Canal 1": ângulo da tela em graus [de 0º a 360º]
"Canal 2": ângulo da tela em graus [de 0º a 360º]
"Canal 3": ângulo da tela em graus [de 0º a 360º]
"Canal 4": ângulo da tela em graus [de 0º a 360º]
Para que a trama dos pontos seja uniforme, todos os canais devem ter o valor de 45º.
Meu amigo Evaristo Ramos escavou um Action bastante útil que já faz o trabalho todo com um simples clique. O endereço para baixar e entender o como funciona é esse:
Embora seja positivo, a meu ver, o uso das retículas deve ser medido para não fazer com que ele acabe sobrepondo a arte inteira. Exceto isso, espero que o leitor use à vontade em suas peças.