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O que outrora fora exclusividade dos detentores de recursos, knowhow em programação e o acesso a tecnologias restritas, agora também está no...

O que outrora fora exclusividade dos detentores de recursos, knowhow em programação e o acesso a tecnologias restritas, agora também está nos domínios de empresas e desenvolvedores - independentes - dispostos a levar a diante a criação de uma multiplicidade de softwares para as mais variadas aplicações. Doações e assinaturas opcionais permitem o acesso fácil ao usuário comum dentro dessa gama de possibilidades. Tendo à nossa disposição o que há de mais acessível e de nível comparável às grandes e populares ferramentas, podemos fazer uso de bons recursos dispensando gastos impraticáveis.

Os softwares livres dirigidos às aplicações do Desenho e à Arte digital já estão sob os holofotes e rodando em máquinas de um polo ao outro do mundo criativo. E com méritos, pois temos exemplares de produtos com grande qualidade a um download de distância. Não há erro, é só escolher e começar a usar. Do ano passado até o presente, testei algumas dessas maravilhas e resolvi colocar aqui a minha opinião sobre cada uma delas. Ressalto que são opiniões formuladas a partir de utilizações não tão profundas, porque certamente esses programas têm muito mais a oferecer e a ser explorado. São as ditas "primeiras impressões".

 

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Medibang

Medibang e sua bela estrutura.
Começo com esse já dizendo que se fosse para escolher um dos três, eu não precisaria pensar muito. É um software muito bem feito, bem desenvolvido e com uma ótima interface.

Prós: Atalhos familiares. Fácil gerenciamento de layers. Bom controle de preenchimentos. Seleção fácil.
Contras: Só achei ruim não ser possível mover mais de um layer simultaneamente, mas dá para os reunir em uma pasta e resolver isso.
 

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Fire Alpaca

Fira Alpaca para os Magazeiros!
Gostei bastante. É um daqueles softwares que são realmente direcionados para quem faz quadrinhos. Legal de usar e é um programa leve, com um desempenho de se admirar.

Prós: Gostei dos brushs, recursos de mangá, gerenciamento de layers e da estrutura da interface.
Contras: Não sei se já arrumaram isso, mas ele buga os preenchimentos de cores com seleção. Senti falta de ferramentas similares ao "Path" do Photoshop (o que não há em nenhum desses aqui listados).
 

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Krita

Krita precisa melhorar, mas é legal.
Esse parece aqueles softwares que ainda estão sendo aperfeiçoados. Faltam detalhes, embora esteja indo muito bem. É bem estranho, não consegui concluir um desenho nele...

Prós: Pelo pouco que usei, achei bastante intuitivo.
Contras: Dificuldades em seleções, ruim para redimensionar objetos, falta de atalhos, a movimentação estranha e achei difícil o trabalho com os layers, não há como criar diretórios. A edição dos desenhos nesse programa... deixou a desejar. Talvez para lineart ele seja melhor.

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Claro, acrescento que há outras opções de softwares livres rolando por aí e que podem ser utilizadas. Testei só esses três porque minha memória SSD está no limite. Quem estiver interessado, é testar e se adaptar. As opiniões podem ser variadas e de acordo com as preferências de cada um. E a escolha é algo pessoal, uma questão de se identificar e fazer a sua arte!

Nas trocas de palavras e envios de mensagens, entre nós artistas, sempre surgem ideias a se bolar. É algo bem comum dependendo da ocasião. U...

Nas trocas de palavras e envios de mensagens, entre nós artistas, sempre surgem ideias a se bolar. É algo bem comum dependendo da ocasião. Um vem com algo que encontrou por aí, outro acrescenta mais um pensamento e as possibilidades surgem... Assim, em um desses papos, meu amigo Evaristo Ramos lançou-me o vídeo da artista Clara Meath, em que ela demonstra o processo de criação de seu ArtBook com sketchs, estudos e outras produções. O que me despertou o ímpeto de fazer o meu também (embora apenas em uma versão virtual). E o resultado é este post, onde você encontrará um pouco do que pude reunir para mostrar ao leitor, amigos e parentes. Espero que apreciem!

Houve uma era em que a reprodutibilidade de uma obra era para poucos. Um lote de HQs impressas em Offset figurava o apogeu na carreira de u...

Houve uma era em que a reprodutibilidade de uma obra era para poucos. Um lote de HQs impressas em Offset figurava o apogeu na carreira de um autor/quadrinista independente. Algo muitas vezes nem mesmo cogitado, pois a contratação de uma gráfica e os serviços de editoração representavam gastos impraticáveis à grande maioria dos artistas menos abastados. E ainda se arcada por uma editora, esta publicação era tida como uma possibilidade de encalhe muito grande e talvez, um risco de desperdício não compensatório.

Página teste colorida.
Naqueles tempos, o que eu produzia era voltado e pensado ao Xerox. Eu xerocava como um doido. Todos os sábados, eu ia até a xerocadora e fazia cópias em tamanho reduzido das minhas produções - para as pastas de plásticos tamanho A4, já que eu desenhava sempre em A3. Também xerocava páginas de revistas e livros de meu interesse. Reduzir e ampliar imagens, testar recursos, copiar referências, etc. também era parte da brincadeira e eu me divertia bastante com isso.

Qualquer desenhista/quadrinista, no presente, pretendendo expor o seu trabalho, produzirá pensando na publicação digital - a forma mais comum, senão a mais barata, garantida e divertida de alcançar um público. Falando de mim, tenho um site com portfólio, mas também uso o Behance e o DeviantART. No Instagram e no Twitter, posto sem selecionar muito o material, vou de brincadeira. Não é segredo algum quais os caminhos para mostrar o trabalho na internet, cabe a cada um acompanhar o passo tecnológico seguinte.

LaVoisin - 2015.

Porém, há uma mágica na reprodutibilidade física de uma arte gráfica, uma transformação que faz o produto receber um aspecto muito próprio, um mistério entre o original e o impresso. A edição, as soluções, a encadernação, o papel... O exemplar palpável de uma História em Quadrinhos traz um segundo valor a todo o trabalho. Ainda que a relevância do item físico esteja sendo substituído pela perfulgente projeção de pixels diante de nossos olhos, ao meu ver, o impresso sempre trará algo muito mais estimável.