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Sob uma análise muito particular, identifico na Arte e nas vivências, similaridades sobre as quais passei a categorizar como "frases&qu...

Sob uma análise muito particular, identifico na Arte e nas vivências, similaridades sobre as quais passei a categorizar como "frases". Essas frases estão presentes na natureza humana ou em suas potencialidades ficcionais. São padronizações como as do Universo e da vida real, onde há todas as constantes idas e vindas de seus ocupantes. Existimos sob coerências narrativas - enigmáticas às nossas limitadas compreensões -, responsáveis por conduzir nossos cotidianos/vidas inteiros ou de quaisquer um dos seus recortes. As frases estão presentes em um intrincado cruzamentos de sintaxes, as quais afetam umas às outras, continuamente.


Origem, meio e fim acontecem o tempo todo. Se buscarmos os elementos agregadores de cada evento menor ou maior, veremos conter neles um sequencial de frases estruturadas, tais as vistas na Gramática - como a nossa, a da Língua Portuguesa. Iniciando pela fonética e o alfabeto, já reconhecemos ordens… e a seguir: artigos, substantivos, verbos, pontuações, etc… Cada função/variável com o seu lugar na construção gramatical. E, caso se desviem da execução correta, serão problemáticas e assim não cumprirão o seu desígnio que é o de comunicar. E não é a finalidade de uma frase se aliar a um contexto harmonicamente? Ela precisa participar de outra narrativa maior, ou seja, outra frase mais ampla e também requerente de sintaxe.
 
Na da Música, há tensões e fechamentos, ocorrendo desde as harmonias até aos compassos - e muitos outros engenhos musicais - seguindo lógicas sintáticas comparáveis às dos exemplos anteriores. E assim também acontece dentro das características líricas (ou das letras) das composições, caso houver - novamente com estruturas necessariamente interligadas. O mesmo acontece na literatura, tendo em sua prosa - do enredo aos diálogos -, alguns padrões consequentes. O que é um livro (de ficção ou qualquer gênero) senão a união de sintaxes? Frases construindo parágrafos e depois páginas e, por fim capítulos pertencentes a um fundamento conceitual. Mesmo quando essas regras são transgredidas, elas carecem de ser entalhadas para o contexto ser funcional, do contrário o escrito não efetivará, eliminando o seu propósito.
 
Quem desenha sabe: desenhar também significa se desempenhar em um afazer necessariamente ordenado. Precisamos entender muitos conceitos para o desenho surtir o planejado. Isso, se o desenhista estiver, primordialmente, em um envolvimento verdadeiramente honesto com essa forma de expressão. Ainda que metodologias e regras - por escolha do artista - sofrerem estilizações, também requerem de padronizações a fim de assumir uma identidade. Para um Artista ser reconhecido através de sua obra, terá que atender a atributos que, em conjunto, provocarão a lembrança dos observadores. O que também é evidentemente perceptível nas Histórias em Quadrinhos. Nelas, as "frases" propostas nesta conversa, serão capazes evocar associações a quem estiver decodificando cada sequencia, trazendo a ele satisfações, talvez até emocionais e significativas, desencadeadas pela imaginação e o olhar.