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O post anterior me fez lembrar de minha adolescência, quando eu também pirava em jogos de luta nos fliperamas. Recentemente, tive a ideia de...

O post anterior me fez lembrar de minha adolescência, quando eu também pirava em jogos de luta nos fliperamas. Recentemente, tive a ideia de criar um time de lutadores, em uma série de desenhos como os daqueles tempos.






Enquanto aguardava a chegada do nanquim pelos correios (estoque em falta desde a semana passada), iniciei algo em minha mesa digitalizadora. Quem sabe, quando eu estiver mais livre, continue com isso.


A cima o esboço do desenho, no qual não usei referência. Acabei perdendo o raff no processo, o que é uma pena, seria legal colocar aqui também.

Nem sei o nome dessa moça aí, pensarei em algo qualquer hora.




Como, por assim dizer, ainda nos encontramos próximos à fundação do blog, dada a sua (re)abertura a somente dois posts deste que escrevo...


Como, por assim dizer, ainda nos encontramos próximos à fundação do blog, dada a sua (re)abertura a somente dois posts deste que escrevo agora, sinto que não conseguiria prosseguir sem antes falar um pouco a respeito de minhas influências e de como decidi ser quadrinista.

Quem já deu uma olhada no meu Influence Map pode ter pensado que uso muitas referências e me inspiro em artistas bastante diversos. Para ser sincero, coloquei ali alguns exemplos que admiro, mas que não seriam exatamente minhas inspirações. Alguns conheço menos do que deveria.

Em minhas primeiras tentativas nas HQs, fui propelido não somente por quadrinhos, mas também pelo cinema e revistas de computadores. A Crash Magazine tratava de jogos para computadores pessoais do início dos anos 90, e era uma publicação que trazia muitas ilustrações de jogos. Com ela, agucei o olhar para a arte do desenho, e também passei a arriscar minhas próprias produções.





Depois vieram os filmes Trash e as HQs de Terror. Era entretenimento de massa que não só me divertia, mas também fornecia aceitação, identificação, reflexões e mostrava caminhos alternativos para lidar com dilemas que eu carregava em meus miolos naquele momento.

Foi nessa época que eu realmente quis fazer quadrinhos. Desenhei com dedicação e esforço. E estreei com uma HQ sobre um herói que ocultava o rosto com ataduras e que não estava nem aí para criminosos - ele só queria caçar um ardiloso e fujão estuprador, que havia vitimado a sua irmã.


Por motivos realmente graves, entrei em um extenso hiato - no qual passei ter outras áreas de interesses - até chegarem em minhas mãos - e olhos - os mangás. Foi esse o bicho que me mordeu na segunda metade dos anos 90. Um negócio intenso, e que tratou de me botar a produzir bastante e a fanzinar (com alguns fiascos editoriais) até a chegada do hiato seguinte, que terminaria em algum momento de 2014.


Bem, se a minha intenção fosse trazer exemplos do que se refere aos aspectos pictóricos de meu traço, vejo nele muito de "Tina" de Maurício de Sousa, "Andrea, a Repórter" de Aluir Amâncio e as fases mais expressivas de Watson Portela.

Como o leitor pode constatar, demorei um pouco a me achar como artista. Um demérito? Creio que não, principalmente porque acredito que o tempo certo é o tempo que faz.

Quando a escolha é o papel como suporte, o artista deve valer-se de alguns cuidados e lançar mão de ferramentas que permitam a boa utili...


Quando a escolha é o papel como suporte, o artista deve valer-se de alguns cuidados e lançar mão de ferramentas que permitam a boa utilização desse delicado material.

Se o objetivo é ter uma arte bem apresentada, uma das principais etapas é limpar o desenho, transferindo-o para a folha destinada à arte-final. Os processos iniciais de uma obra, como os esboços e definição do traço, podem maltratar a folha e prejudicar a aplicação de tintas, seja o nanquim ou até mesmo a aquarela.

Há quem não se importe e até goste dos “efeitos” resultantes dos esboços sob a finalização. Mas isso é uma questão de preferências pessoais, também muito válidas.

No meu caso, sempre usei uma lâmina de vidro para fazer a limpeza de meus traços, utilizando-a com certa insegurança e dificuldade, pois a escorava sobre alguns calços – livros por exemplo – para posicionar uma luminária entre eles e a mesa. Uma gambiarra que até dava um jeito, mas que, como o dito, se mostrava desconfortável e de difícil manuseio.

Com uma busca nas principais lojas virtuais de materiais artísticos, pode-se encontrar algumas mesas de luz muito boas, com variedade de tamanhos, modelos e dos componentes do dispositivo.






O investimento é o que traz dúvidas na hora da aquisição. Variando entre R$ 500,00 e R$ 2.000,00.

E por que eu não poderia fabricar minha própria mesa de luz? Munido de uma régua e do Adobe Illustrator, fiz um projetinho em pouco tempo.



Levei esse desenho a uma marcenaria e conversei com o profissional de lá explicando para o que se destinava a peça e ele topou fazer. Aplicando algumas melhorias na execução física da mesa, o marceneiro entregou a peça em uma semana.

Quando da concepção do projeto, lembro que minha preocupação era a instalação elétrica. Mas havia uma solução fácil. Em uma loja de materiais de construções, encontrei uma lâmpada fluorescente tubular de 20W, medindo pouco mais de 30cm, que já vinha com calha, cabo para plugar na tomada e não necessitava de reator. Só fiz fixá-la no fundo da mesa com fita dupla face, e estava pronto.



A respeito da tampa tansparente, a princípio seria feita de acrílico leitoso, mas não o encontrei na época e substituí por vidro branco, o que trouxe resultado similar. O importante era que fosse translúcida e branca, para espalhar a luz.

O total investido foi cerca de R$90,00, com mão-de-obra e materiais. E tive ainda a satisfação de ter uma peça exatamente do jeito que desejava.

Esse espaço já teve outros propósitos, outras intenções. Lia-se em seu cabeçalho o problemático apodo “Asmopleon Danteredun”, o qual ter...


Esse espaço já teve outros propósitos, outras intenções. Lia-se em seu cabeçalho o problemático apodo “Asmopleon Danteredun”, o qual teria caráter provisório, mas que foi mantido após o perfil Tirinhas do twitter ter publicado algumas tirinhas minhas por lá, citando o título do blog como fonte. Porém, este domínio aqui no blogspot sempre foi meu próprio nome.


Naqueles tempos, eu publicava ilustrações (disponíveis em meu DeviantART), tirinhas e páginas de HQs – estas últimas, em certa etapa receberam personagens fixos e várias séries protagonizadas por eles. Algo complexo de se administrar e que, ainda que eu estivesse determinado a dar-lhes bons aspectos, fugia-me das mãos desenvolvê-las de forma satisfatória com a plataforma e a periodicidade de um blog.

Por conta destes motivos, e de um feedback muito importante e responsável por colocar uma luz sobre meu trabalho, pensei um bocado e por fim, resolvi dar um reboot no blog, delegando-lhe a função de tornar-se um informativo sobre minhas produções de HQs e o que vier atrelado nesse sentido.

Não me refiro ao reboot como algo penoso ou como uma perda. O período antes dele foi enriquecedor e me fez crescer bastante como artista, contudo o seu tempo de existência precisava ter um término – o que o fiz sem algum pesar.

Ainda retomarei a produção de uma série intitulada Ato Falho – que reúne boa parte dos personagens outrora publicados aqui –, dando-lhe o merecido tratamento e certamente uma publicação à altura no Tapas. Lançando o olhar ao restante do que produzi no mesmo período e que claramente ainda carecia de consistência, imagino que será melhor que repouse em minha gaveta, junto aos muitos outros projetos abandonados que lá coloquei. Critérios e objetivos são necessários, portanto, também requerem seletividade e lucidez por parte do artista.

Blog apresentado, sinto-me honrado em ter você como leitor, e sou muito grato pelo interesse. Seguimos.