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No último domingo, dia seguinte ao jantar de aniversário de minha mãe - comemorado pela família em Araranguá, cidade vizinha -, o frio volt...

No último domingo, dia seguinte ao jantar de aniversário de minha mãe - comemorado pela família em Araranguá, cidade vizinha -, o frio voltara após uma breve trégua e a garoa já engrossava às dez horas da manhã. Na portaria de meu prédio, eu trocava palavras com uma moradora vizinha que eu acabara de conhecer, enquanto aguardava a chegada de meu irmão e sua carona.

Com a posse da minha bagagem, tomamos a estrada rumo aos portões da faculdade SATC, no bairro Pinheirinho. Mal chegamos e já avistávamos uma extensa fila formada por um grande público - vindo de Criciúma e de todo o perímetro urbano próximo - cruzando os acessos de entrada. Estávamos no maior evento de cultura pop do Sul de Santa Catarina: o Tanuki World Fest.

Mega estrutura muito apropriada para eventos dessa grandeza.
Enquanto meu irmão estacionava, fui logo reconhecido e convidado a entrar por um portão de serviço de uso exclusivo dos organizadores. Em seguida, conduziram-me ao Beco dos Artistas, no pavilhão do segundo palco, onde já estavam a maioria dos artistas/expositores (eu chegava em atraso). Tomei minha mesa e montei meu mostruário. As mesas já estavam forradas e eram bastante amplas, na medida para minhas prints A3, A5, cartões postais, cartões de visita, minha HQs Prisma Negro e o lançamento deste ano, a HQ Noite Escura.

E que satisfação foi rever amigos queridos (também artistas) expondo e vendendo suas artes naquele momento de extremo bem-estar e divertimento. O primeiro que encontrei foi Raul Gali, um cara multifacetado e um artista completo. Em seguida, Camila Nazário, uma das pessoas mais talentosas que conheço, cuja arte é misteriosa, cheia de magia e exuberante beleza. E por fim, o Barba, um verdadeiro mago do desenho, também um quadrinista cheio de imaginação.

Fiz uma tiragem pequena de cartões para divulgação da webcomic Ato Falho.
Concordei com meu irmão quando concluiu que o Tanuki World Fest superou o Comic(con) Floripa. E não por menos: tivemos muito mais atrações - algumas de maior peso que as do outro evento -, maior presença de público, organização impecável e outros inúmeros atrativos conduzidos com expertise pelos realizadores. O espaço também era muito maior: dois pavilhões lotados de atividades e apresentações incessantes, que duraram o dia inteiro (já a Comic(con) Floripa alcançou dois dias cheios, talvez aí a sua maior vantagem).

Foi uma grande satisfação participar do evento, ainda mais sem sair minha própria cidade, o que traz um orgulho imenso ao saber que temos uma iniciativa desse quilate rolando no nosso meio. Parabéns ao Estúdio Tanuki e toda a sua equipe!

Quando não está no campeonato, o jogador bate a sua bola, treina pênalti, faz embaixadinhas. Ou seja, entretém-se com sua ferramenta - só ...

Quando não está no campeonato, o jogador bate a sua bola, treina pênalti, faz embaixadinhas.
Ou seja, entretém-se com sua ferramenta - só ele e ela: o jogador e a sua paixão. Há dois brinquedos que nos são apresentados logo no início da vida que independem de explicações: a bola e o lápis.

Se o caminho do lápis agradar mais, não é do referido jogador que falamos, mas sim do artista/desenhista - mesmo o amante da arte por hobby ou diversão -, que pratica entre uma obra e outra com o seu brinquedo mais divertido: o sketchbook.
 
Uns pela metade, outros terminados. Todos muito divertidos.
Durou um pouco até eu entender a importância do exercício oferecido pelos cadernos de desenho. Foi quando me apeguei ao primeiro deles e o utilizei com a frequência devida, que então uma lâmpada acendeu sobre minha cabeça. Acontece que com o caderninho por perto há sempre uma razão para começar algo que se intua, visualize, anote, rabisque - hábitos imprescindíveis no desenvolvimento de articulação de ideias e soluções gráficas.

Nos sketchbooks aplica-se estudos que vão de vestuários, desenhos gestuais, anatomia a esboços aleatórios, os quais podem vir a se tornarem algo com um acabamento melhor e, quem sabe, parte de uma bela obra mais elaborada. E o desenhista se mantém treinado sempre, página após página, um desenho seguido do outro ao longo de seu desenvolvimento artístico - servindo também como registro de sua evolução.

 
Podendo ser levado a qualquer lugar e ser utilizado sem energia elétrica - se considerarmos as fontes naturais de luz - é um companheiro que traz divertimento e utilidade. Um caderno de desenho bem aproveitado pode fazer de seu dono um marombado do traço, tendo muito mais fluidez e articulação na hora de encontrar suas soluções, uma vez que terá experiência ampliada pela prática.
  
 
Não se faz necessário um caderno caro, com folhas "especiais". O Sketchbook é uma área de experimentação lúdica, serve para um momento de praticar a arte de maneira despreocupada e intuitiva. A qualidade do material de desenho acompanha as possibilidades do artista em seu momento. Com uma rápida pesquisa na internet, encontra-se algumas opções baratas que oferecem experiências muito boas. Ou tutoriais sobre como montar um sketchbook você mesmo.

E você tem minha palavra: não há nada como uma xícara de café e um sketchbook em uma tarde de sábado no inverno.