Resistir à tecnologia talvez pareça um ato de preservar a essência das coisas. Fazer algo sem o auxílio de aparatos eletrônicos, devo admitir, faz-nos crer nos caminhos mais difíceis como mais meritórios. Um argumento até atraente. Mas e então? Parar no tempo e negar-se a usar novos recursos facilitadores transforma mesmo um trabalho em uma obra melhor? Fiz-me essa pergunta depois de muito dar ouvidos aos adeptos dos métodos tradicionais, bem como aos já iniciados exclusivamente nos processos digitais e aos multifacetados vindos dos diversos becos e veredas da internet.
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Parte de minhas tiras digitais da série Hana-O. |
Referindo-me ao desenho, pintura e demais Artes Visuais, parece-me que o uso tecnológico - mesmo permanecendo fora de consenso - demonstra um avanço à aceitação dentro do panorama atual. Pendendo opiniões a seu favor, as máquinas arraigam um expressivo número de artistas a cada tecnologia nova e sua progressiva acessibilidade. Acredito que os novos recursos estão ganhando recentes adeptos devido ao acesso mais barato aos equipamentos. Há uns mais caros que outros, mas pode-se fazer muito com marcas mais acessíveis desses dispositivos.
Aliado aos hardwares, vem as necessidades de se tornar íntimo a um software de edição. Talvez outro dos motivos de muitos se negarem a fazer a migração. Penso que o artista decidido a aprender conseguirá o domínio dos editores de imagens, cedo ou tarde, seja pela insistência ou pela necessidade (se a maré sobe, aprende-se a nadar!). E nesse ponto estamos diante de uma realidade: quando se precisa de resultados específicos ou quer se tonar um profissional no desenho, parece-me imprescindível tais conhecimentos. Alterações, adaptações, rapidez, etc... fazem parte dessas necessidades.
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"Ato Falho" em 2018, quando eu iniciava com o desenho digital. |