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Pincéis com corpos de canetas são itens muito desejados dentre desenhistas. Não para menos, uma vez que eles nos fazem sentir tal as corredi...

Pincéis com corpos de canetas são itens muito desejados dentre desenhistas. Não para menos, uma vez que eles nos fazem sentir tal as corrediças houvessem recebido alguma graxa. Isso devido à facilidade de seu uso se comparado a qualquer pincel comum. Pessoalmente, sempre fui um apreciador da arte final a pincel, primeiro como admirador do trabalho de outrem e depois no meu próprio fazer. O pincel é uma técnica a se desenvolver e dominar após estudos e práticas prolongados. As exceções à regra existem, mas são raros e menos predominantes.

Brushpens: pincéis tunados.

Eu mesmo tive minha jornada com os pincéis, já registradas aqui e garanto que vale muito a pena colocar algum empenho em seu uso, se for do agrado do artista.  Valorizo essa ferramenta porque ela me acompanhou nos meus trabalhos prediletos, oferecendo-lhes um tratamento pontualmente desejado. O acabamento do pincel traz beleza e um aspecto mais profissional. Mas o seu uso é mesmo para todos? Há quem não se adapte ao processo: molhar no nanquim frequentemente, acostumar-se com a empunhadura de seu corpo fino, lidar com as cerdas, espera de secagem, o maior empenho para precisão, etc.

"Diabão" - Sakura Brushpen na arte final.

E existem os referidos pincéis com corpos de canetas. Além de serem de fácil manejo, eles também têm reservatórios de tinta, por isso são muito atraentes e inspiram mais segurança. Sedução à qual também me rendi, sem arrependimentos. As famosas Brushpens são bastante procuradas desde que viajaram continentes e se tornaram itens acessíveis, encontrados facilmente em boas lojas de materiais artísticos, assim como em e-commerces.

Algumas de minhas melhores experiências com Brushpens já foram registradas aqui. Mas há outras as quais farei menções: são elas a Brushpen Sakura e a Unipin. Ambas mostraram eficiência, proporcionando exatamente que eu esperava delas. Trabalha-se mais rápido, com maior facilidade e elas podem ser transportadas a qualquer lugar dentro de um estojo - sem sujeira. Não são poucas as praticidades do uso de uma Brushpen, os resultados fazem por merecer a procura.

"Groupies". Arte final com Unipin Brushpen.
As Brushpens da Unipin tem um pincel diferente, trata-se de uma ponta maleável sem cerdas, e é bem fina, permitindo maior precisão. A tinta é muito boa, provável que a mesma das canetas técnicas Unipin e têm longa duração. Uso bastante essa caneta porque ela me faz lembrar os resultados do bico de pena por causa da possibilidade da tracejar em linhas mais delgadas e a facilidade de se variar o traço.
 
Já as Brushpen da Sakura têm as cerdas sintéticas mais longas e são bem semelhantes às de um pincel convencional. Ela tem a ponta fina, flexível, funcionando muito bem nas linearts, assim como para preencher até grandes áreas de tinta. Gostei de cada experimentação que fiz com ela, algumas delas demonstradas em meu post sobre sketchbooks. Não tenho ressalvas quanto à qualidade desse caneta, aprovei já nos contatos iniciais.

Deixei aqui as minhas impressões sobre essas duas canetas, hoje tão próximas de nós e prontas para nos ajudar a fazer belas Artes e nos satisfazer o interesse por materiais inovadores.

As saraivadas de imagens estonteantes que nos atingem a cada dia, talvez nos embotem a percepção ao valor e à riqueza da simplicidade , seja...

As saraivadas de imagens estonteantes que nos atingem a cada dia, talvez nos embotem a percepção ao valor e à riqueza da simplicidade, seja ela singela ou brutal. Vejo-me invariavelmente imerso na beleza das obras cuja pureza as afasta da pretensa condição de extasiar. Minhas crenças, como artista, estão na profundidade da arte como expressão e na comunicação de ideias. Não consigo reter em minha mente excessos extravagantes de técnicas elaboradíssimas e efeitos visuais digitais sem importâncias informativas (concordando com o eterno Will Eisner).

Camila  e Leonardo, dois feras!

O volume de imagens a preencher a visão não é apenas um fato cotidiano nesse atual atletismo artístico, é quase uma imposição que não oferece alternativas senão as da perfeição e do deslumbre. Não que seja ruim, não que faça mal, só que não é apenas isso o que importa. Libertando-nos do fascínio ao virtuosismo, abrem-se janelas e belas paisagens podem ser avistadas, um mapa de influências muito mais sóbrio. Manter os olhos atentos é uma prática proveitosa a quem cultua as Artes Gráficas em suas faces mais diversas.

A partir dessa premissa pessoal com relação à contemplação artística, trago alguns belos exemplos de um pessoal cujos trabalhos, em seu mais honesto poder criativo, encontram-se soterrados pelo panteão célebre reinante na superficialidade da internet e seus números exorbitantes de seguidores. Por isso digo: para se encontrar o ouro, precisa-se minerar.

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Camila Amaral

A ousadia das cores de Camila Amaral.

Trazendo uma Arte texturizada, Camila faz uso de acabamentos rústicos, com doçura e delicadeza. Suas finalizações são muito diversas, indo do giz pastel, aquarela, ao digital. Bastante poética, a Arte de Camila Amaral mescla o mangá, passando pelo universo geek, ao K-Pop. A utilização de suportes variados é uma das suas características mais acentuada. As técnicas de sobreposições displicentes de traçados e esboços multicoloridos fazem sua Arte figurativa marcante e de muita personalidade. Dentre suas atividades estão a de professora de desenho, venda de originais, reproduções, adesivos e outros produtos através de suas contas nas redes sociais.

 
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Leonardo Wolff

Leonardo Wolff brinca com imaginação.

Designer com o pé no estilismo, Leonardo é de uma genialidade ímpar. Seu traço é pesado e, sobre ele, as experimentações são ilimitadas - assim como os motivos retratados. É um exemplo de trabalho duro, com uma grande energia criativa. Está constantemente se auto desafiando com sua variedade de temáticas. Leonardo também demonstra desenvoltura nas HQs, como o feito na história curta "Perda", publicado no site TAPAS. Nos breves diálogos que tive com ele, realçou-se o seu entusiasmo sobre o que lhe parece ser o seu principal âmago passional: a Arte.

Instagram: https://www.instagram.com/wolffleo/
Tapas: https://tapas.io/leonardowolffart

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Esses foram os artistas escolhidos nessa segunda parte dos Autorais. Outros estão a caminho, pois estou espiando aqui e ali, comprovando o quanto de boa arte está diante de nós, pronta para nos surpreender ao darmos um simples desvio do olhar.