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Durante o afastamento social, resultante da pandemia do COVID 19, as performances em lives se tornaram bastante populares. Dispensando acess...

27/06/2022 - Parei Com As Lives

 

Durante o afastamento social, resultante da pandemia do COVID 19, as performances em lives se tornaram bastante populares. Dispensando acessar quaisquer pesquisas ou estatísticas, pouca gente deixou de notar o fenômeno do streaming - e seus milhares de espectadores - durante o período de isolamento. Ao mesmo tempo em que muitos tomaram a iniciativa de se lançar à atividade de forma mais ativa, deixando de serem apenas parte da audiência e transmitindo os seus próprios talentos online: dos(as) gamers aos(às) artesãos(ãs), dos(as) desenhistas(as) aos(às) DJ´s, etc.

Acompanhei esse período dando atenção aos conteúdos que mais me interessavam, como as Artes e os Quadrinhos - às vezes excessivamente. Depois, também embarquei na ideia, tentando levar o meu trabalho como artista a uma possível plateia. Pensei o seguinte: vou desenhar de um jeito ou de outro e se posso fazer stream enquanto isso, será um tempo aproveitado em dobro. E então? por que parei de fazer lives? Vamos aos três motivos:

1 - Não tive traquejo para arraigar público. Acho difícil me “enturmar”, a gerência de muitos contatos me confunde um pouco. Tenho talento nulo para isto, minhas habilidades sociais são mínimas até mesmo no ambiente virtual. Fiz boas amizades, tive o prestígio de pessoas queridas, mas não fui além na busca por audiência. Acho que só isso já justificaria, porém há mais.

2 - Frequência: ser streamer carece de frequência, uma agenda de transmissões com horários e calendários estrategicamente elaborados a serem cumpridos. Quanto mais transmissões e mais longas elas eram, mais alcance havia. Eu estaria disposto a isso? Infelizmente seria necessário sacrificar muitos outros afazeres que considero prioridades. Ser notório como streamer definitivamente não é um grande interesse para mim.

3 -
Também sou um sujeito muito reservado. Sei que existem muitas alternativas a quem é tímido e quer ocultar a identidade nas transmissões, mas notei que cada live era uma forma de me expor demais e estava ferindo bastante o meu bem-estar. Prefiro me expressar pela palavra escrita e pela Arte Sequencial. Mesmo que, nessas duas atividades, também esteja colocando muito de mim, fico mais tranquilo com a necessidade de maior disposição por parte do interessado. Considero o anonimato infinitamente mais satisfatório: é uma de minhas zonas de conforto da qual me nego a sair.

Então ficamos assim, nada mais de lives, pois dispenso exposição demasiada e tudo o que esse tipo de atividade traz consigo. Sou um desenhista de estúdio e não de shows, prefiro uma atenção mais seleta.