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Costumo manter hábitos em meu cotidiano, agindo dentro de rotinas para executar quase tudo. Ao surgir algo novo, adapto-me a isto e o coloco...

Costumo manter hábitos em meu cotidiano, agindo dentro de rotinas para executar quase tudo. Ao surgir algo novo, adapto-me a isto e o coloco em uma ordem a qual eu possa repetir e refazer de forma semelhante. Esse negócio de buscar desafios e “pensar fora da caixa” não me atrai, minha inclinação é a de ter o controle até onde é possível. Será que todo artista é mesmo um inconformado? Um rebelde tentando mudar o mundo? Existem esses e existe eu, vestido em meu chambre, calçando pantufas e com uma xícara de café na mão: pronto para o fim de semana preferivelmente sem surpresas.

Mas nem por isso estou no “piloto automático”. Sou muito observador, um contemplador de todos os milagres desse mundo, um andarilho das percepções e um explorador de experiências. Esse contraste é estranhado por muita gente, pois, por quase unanimidade popular, o ser humano precisa "fazer e acontecer" em meio a milhões de estímulos intensos para ser ultra criativo e proativo. Meu amigo, Evaristo Ramos, postou dia desses em seu blog um texto no qual diz estar com “preguiça” ao finalizar a sua série “Paralelos” (uma das webcomics mais fantásticas que já li) após uma jornada de seis anos de trabalho.

É perceptível que a “preguiça”, descrita por Evaristo, não é a do senso comum, aquela “reprovável”, “corrigível”, “inadmissível”... ele fala da resistência que temos diante das mudanças em nossas vidas. Cada decisão difícil, cada bifurcação de escolhas e tudo a que somos submetidos ao longo da existência causa sofrimento e, às vezes, traumas. E é assim que ocorre o crescimento pessoal e o aprendizado. Quem se envolve com Artes passa por isso o tempo todo, é parte do aprimoramento e de ser melhor no que faz. Artista algum vive a apatia voluntariamente, ele precisa de sua dose de sofrimento diário em nome de seu trabalho e só deste modo galgar fronteiras.

A tão conhecida “zona de conforto” nada tem de confortável a quem não está inerte. O fazer da Arte traz alegrias perfulgentes e, por outro lado, profundas angústias pouco a pouco. A auto superação é constante ao(à) artista e enquanto o mundo dá mil voltas, ele/ela constrói o seu universo morosamente, reunindo cada pedaço de inspiração para a construção de sua(s) obra(as) - e raramente está satisfeito(a). Por isso repito: a “zona de conforto” aparenta ser uma falha para quem vê de fora, ou uma espécie de falta de ânimo misturada à pouca iniciativa… mas isso apenas a quem desconhece totalmente do movimento perpétuo da criação.

Seguimos com lealdade ao lema “Do it Your Self” sem receios de botar a mão na massa... e nem por isso somos de criar caso: o problema é paga...

Seguimos com lealdade ao lema “Do it Your Self” sem receios de botar a mão na massa... e nem por isso somos de criar caso: o problema é pagar granas impraticáveis pelos recursos de editoração eletrônica. Já deu uma olhada nas tabelas de preços desses caras? Ao abrirmos mão da pirataria e fazermos tudo dentro da nossa mais digna honestidade, percebemos aliados de prontidão para facilitar os nossos dia a dias. Foi o que me levou a pesquisar (como visto aqui e aqui) os melhores programas livres para Artes Gráficas da praça, desviando-me, assim, dos gigantes mais presentes no mercado, cujas pesadíssimas assinaturas destruiriam financeiramente qualquer um de nossa classe. Deste modo, conheci o software de código aberto, Scribus.

Para quadrinistas, a diagramação e o letreiramento são essenciais, recursos esses oferecidos com muita facilidade e louvores pelo Scribus. Essa joia prepara arquivos aos workflow´s para gráficas de impressão, para os arquivos PDFs destinados à Internet e também para o Framework QT (em desenvolvimentos e criações de interfaces para programadores). Com suportes para IDML, PDF, PNG, TIFF, SVG, a versatilidade deste software demonstra um leque de vantagens para se aliar a outras ferramentas (no meu caso, o Inkscape e o Medbang).
 
Tenho trabalhado muitas horas no Scribus. A minha HQ atual - em andamento - está sendo diagramada inteiramente no Scribus e por isso tenho me entrosado a esse software satisfatoriamente. Já o testei nas plataformas Windows e MAC, observando que na última ele está bem mais estável e com menos bugs (como já era de se esperar). É um software intuitivo, bastante amigável e que nos oferece uma agradável versão em português BR, dentro de um ambiente extremamente familiar a designers com experiência intermediária, mas também de fácil entendimento ao iniciante disposto a aprender. 
   
 
 
 
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Para se ter uma ideia, fiz aqui alguns tutoriais muito úteis, que podemos executar quase que somente usando a janela flutuante “Organizar Páginas”.

Lembre-se: quando criar o arquivo, você já deverá saber quantas páginas ele terá.

Habilite a janela flutuante "Organizar Páginas".
  
 
 
 
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Numerando Páginas no Scribus:

Tudo Começa aqui.
Ir na Janela Flutuante “Organizar as Páginas”, vá em: "Páginas Modelo Disponíveis”. Clique duplo na “Normal”.

Observe que você está ao lado de uma Folha travada e sua janela agora se chama "Gerenciar Páginas Modelo".
  Neste momento, você está dentro do ambiente de paginação. 
Abra a janela flutuante "Camadas".
Crie uma nova camada na janela flutuante “Camadas”. Nomeie ela como “Pag”, selecione e mantenha ela sempre no topo enquanto editar a numeração. 
Escolha o posicionamento da numeração de sua página.

Na Folha, Insira um “Quadro de Texto” e posicione no local onde você quer que a numeração fique.Você poderá "brincar" com formatação do texto da numeração e colocar elementos como círculos ou retângulos em volta na numeração.

Fazendo isso na primeira página, o documento inteiro vai ficar numerado.
Com a caixa de texto selecionada, vá até o menu do programa procure: “Inserir”/“Caractere”/“Número da Página”. Aparecerá o número “1”.
 
Lá em baixo, na janela flutuante “Gerenciar Páginas Modelo”, clicar em: "Retornar ao Modelo de Página Normal".
  
 
 
 
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Retirando a numeração de algumas páginas (Início de Capítulo ou Capa) no Scribus.

 
Entrar no “Gerenciamento de Página Modelo" e clicar em “Adicionar Página Modelo” (ícone no topo a primeiro à esquerda, uma folhinha em branco). Nomear como "Capítulo”.

 
Lá em baixo, na janela flutuante, clicar em: “Gerenciamento de Página Modelo". "Retornar ao Modelo de Página Normal".

Clica, segura e arrasta para a página ficar sem numeração.
Na Janela "Organizar Páginas”, arrastar a página "Capítulo" para a miniatura da pagina que desejar que fique sem numeração.
  
 
 
 
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Para repetir elementos em todas as páginas como rodapés e cabeçalhos em sua diagramação no Scribus.

É primordial saber quantas páginas terá o projeto, pois é irreversível após a criação. Páginas opostas são ideais para publicações impressas.
 Ao criar um novo arquivo, escolha em "Layout do Documento" a opção "Páginas Opostas", não esquecendo de colocar em "Opções" o número de páginas do projeto.

Em "Páginas Opostas", podemos diagramar uma revista com melhor visualização.

Vá na Janela Flutuante: “Organizar Páginas”. Clique duplo na “Normal”. E você poderá dar um clique duplo em uma das páginas e fazer o seu layout.
 
Lá em baixo, na janela flutuante, clicar em: “Gerenciamento de Página Modelo". "Retornar ao Modelo de Página Normal".
  
 
 
 
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Isso é um centésimo dos recursos do Scribus. Recomendo bastante o estudo dessa ferramenta.