Páginas

  No shopping, bar, no parque. Uma mesa qualquer e o sujeito se sente bem para desenhar. Rabisca enquanto bebe ou troca ideias com os presen...

21/06/2024 - Ir Lá Fora

 

 

No shopping, bar, no parque. Uma mesa qualquer e o sujeito se sente bem para desenhar. Rabisca enquanto bebe ou troca ideias com os presentes, entre mil e uma conversas e estímulos vindos de todos os lados. Uma modalidade para quem está muito acostumado. Invejo, mas para mim não serve. De jeito algum. Para desenhar, preciso de meu espaço, silêncio, de um tempo exclusivamente reservado e, sobretudo, de estar só. Pode até ser durante uma Call, mas então falamos de uma exceção. Meus hábitos para o Desenho são de ares quase religiosos, momentos bastante importantes de meu cotidiano, quando há uma total imersão e distanciamento do restante do mundo.

Meu devido respeito aos caricaturistas, grafiteiros, e outros profissionais que performam suas Artes ao vivo. Essas execuções diante de um público requerem um certo desembaraço e muita desinibição. Parece-me um talento desenvolvido ao longo de toda a formação como Artista. Uma bela forma de se comunicar, sentindo segurança e impondo o respeito sobre a sua plateia. É muito comum, sujeitos tímidos aliados a essa prática e se saindo bem. O que não é de se espantar, já que temos exemplos assim até mesmo nas Artes Cênicas.

Do mesmo modo, os professores de Artes acrescentam ao e seu ofício – além do conhecimento sobre Artes – a oratória e a didática, seja em uma sala de aula, ateliê, ou diante de uma câmera. Depois do colegial, passei a ter uma certa admiração pelos que lecionam. Desde então, percebi que uma relação próxima e de mutuo interesse entre aluno e professor, pode tornar o aprendizado ainda mais gratificante. São admiráveis os esforços de professores para transmitir o Saber. Meus mestres de Artes do currículo escolar eram envolvidos com entusiasmo. Queriam os melhores resultados em suas classes e se importam com os progressos dos educandos, mantendo sempre um real compromisso.

O profissional ou hobbysta, seja qual a área das Artes, tem o seu “modus operantis” e só o alterará se tiver vontade ou as circunstâncias exigirem. Estar disposto a mudanças trará novas experiências, com toda certeza. Se favoráveis, ou não, isso fica a cargo das escolhas e das casualidades. De minha parte, estou bem assim… permanecer em meu canto, produzindo minhas coisas, traz-me prazer e paz... Do que não pretendo me desfazer. Prefiro ter isso como um hábito eterno de horas vagas.