20/09/2025 - Esoteria - Homem Quieto

Páginas

O motivo para este post não poderia ser mais pessoal. Vemos aqui a Vivi em uma prática magística, executando um ritual onde há a alteração d...

20/09/2025 - Esoteria

 

O motivo para este post não poderia ser mais pessoal. Vemos aqui a Vivi em uma prática magística, executando um ritual onde há a alteração do mundo ao seu redor e a mudança da realidade através de manipulações místicas de elementos do inconsciente. Estaria a própria Vivi me evocando para a desenhar dentro dessa cena?
 
Meus primeiros contatos com a magia foram pelas mãos de meu saudoso tio Pê, presenteando-me com um exemplar de O Alquimista da autoria de Paulo Coelho. Com essa leitura, fui movido a buscar outro de seus best-sellers: o Diário de um Mago. Dessas duas obras, eu, um jovem de quatorze anos, absorvi os conceitos do que seria a magia com facilidade.

Lápis feito sem muita preocupação em detalhar.

Essa compreensão quase sempre era o assunto entre mim e um amigo da mesma idade, também interessado pelo misticismo. Nossas conversas eram longas e submersas na curiosidade sobre o oculto. Não o vi mais em uma dessas esquinas responsáveis por nos afastar de algumas pessoas. Mas após aquela época meus interesses tiveram guinadas e tomaram outras veredas. Por outro lado, a magia permanecia - ainda que oculta nos detalhes. 

A satisfação do sketchbook.

Voltei-me a ela outra vez em minha segunda internação em uma clínica psiquiátrica, lá nos anos 90. Na rotina da instituição havia a terapia ocupacional, entre o café da manhã e o almoço. Era quando eu me sentia melhor e mais relaxado. Dentre as atividades terapêuticas, eu tentava desenhar, porém alguns medicamentos me impediam por causa da impregnação. Por isso busquei a leitura. Dentre o acervo da clínica, descobri as HQs do Sandman e da coleção Vertigo. Novamente a magia se manifestava. E foi com intensidade.

Já em dois mil e dez, mais estável, embora com acompanhamento profissional e medicado, pude ir morar sozinho pela primeira vez. Diante da liberdade e por ter privacidade a meu favor, resolvi mergulhar na magia como eu sempre desejei. Enriqueci a imaginação com filmes, séries e livros sobre o tema e fui em busca de informações mais verídicas. Acessei as fontes possíveis: podcasts, blogs e livros - todas elas me trouxeram as maravilhas de um caminho rico em imaginação e descobertas.

Resultado final.

Os exercícios se mostraram difíceis, mas obtive resultados muito expressivos. Ainda assim, não fui um praticante persistente, as experiências duraram poucos anos. Isso porque percebi que as práticas, os estágios e as provações como magista me traziam desequilíbrios psíquicos, bem como prejuízos à saúde mental - esta que eu tanto luto para preservar. Não fui forte para perseverar e evoluir. Escolhi então, manter apenas um olhar místico sobre meu cotidiano e contemplar a magia presente no dia a dia. Ser artista já é algo mágico.