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Dedicar-se a uma atividade artística como hobby assemelha-se a um tipo de psicopatologia. É se entregar ao mais diligente ludismo, voltando...

14/04/2020 - Tags Fevereiro e Março

 
Dedicar-se a uma atividade artística como hobby assemelha-se a um tipo de psicopatologia. É se entregar ao mais diligente ludismo, voltando as costas às satisfações só possíveis nos momentos ociosos do dia a dia. Do mesmo modo, aplicar tempo e esforço sem pretender recompensas materiais, ou mesmo aprovação por parte de quem seja. O que vale é a satisfação pessoal, o incondicional fazer pelo fazer. Nunca abrindo mão de realizar algo bem feito, com a paixão sempre acesa.

O sujeito trilha esse caminho sem que ninguém queira, peça, ordene ou implore... Quem quer é apenas quem pratica. O amor ao processo faz o tempo voar. Os resultados tornam compensadores todos os momentos desse caminho solitário (a abençoada solidão). O fazer artístico é a convergência do artista com a sua criação e, ao mesmo tempo, a conexão consigo mesmo e sua identidade.

Ter um público também é essencial, afinal, guardar tudo para si só pode ser fruto de um egoísmo desmedido ou de uma timidez crônica. Colocar a produção diante de uma plateia faz o artista vivenciar os louros de ser quem é e do que faz. Não por envaidecimento ou aceitação, mas por presenciar como a sua obra se reflete em seus pares e quais as influências sobre outros pensamentos.

Um alcance amplo nem sempre é acessível - por incrível que possa parecer na vastidão da internet-, pois as exigências das mídias sociais são bem duras ao amador, na mesma medida em que os seus usuários também têm lá os seus critérios. Destacar-se não é apenas um desafio, é uma questão de padrões e de superexposição. Um caminho glamouroso e, sob alguns pontos de vista, tentador ao ego mais saliente.
Nesse caso, contento-me com o que tenho, com as coisas que levo comigo e com o lugar onde estou. Não busco nada além. No entanto, ainda lancei mão de algo para despertar o interesse e a sensibilidade de quem estivesse transitando distraidamente, ou mesmo dos círculos de relacionamentos dos quais faço parte e que tanto tenho apreço.

No primeiro caso, recorri às tags que surgiram neste início de ano. Fui me esgueirando para dentro desse jogo como quem não quer nada, apenas para ver no que resultava. Com a participação das tags #MikeyFeito e #SixFanarts, voltei olhares ao meu perfil, atraindo dois ou três seguidores e tendo maior alcance.
 
Foi muito legal ter essa chance de fazer um gracejo com meus amigos e ter a atenção de alguns desconhecidos. Recomendo aos colegas artistas que também façam isso, se for possível, pois é uma boa maneira de se divertir muito e interagir ainda mais.