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Ainda que eu escolha os hábitos e rotinas confortáveis, sempre haverá mudanças: um móvel a ser arrastado, um quadro para pôr em outra parede...

Ainda que eu escolha os hábitos e rotinas confortáveis, sempre haverá mudanças: um móvel a ser arrastado, um quadro para pôr em outra parede ou um cômodo para pintar - e às vezes, o modificar de minhas escolhas no trabalho (neste caso, falando de meu hobby). Os métodos que adoto recebem transformações junto às minhas descobertas de outras possibilidades. Um exemplo é esse post, onde apresento os meus procedimentos para a organização daquela época e que hoje me levaram a outras direções.

Tudo o que faço passa por alguns funis até a publicação. Mas antes deles, utilizo dos instrumentos mais eficientes que conheço: a caneta e o papel. Fora esses dois materiais, há os recursos tecnológicos, os quais oferecem rapidez a qualquer projeto. Aqui no blog, uso-os o tempo todo para as postagens, pautas e anotações. Como eu já disse uma vez aqui, basta-me um computador, um celular e acesso à internet, o restante vem da iniciativa e o prazer de fazer.

O trabalho é exatamente o mesmo, o que mudou foram algumas plataformas. A primeira substituição foi o Evernote, um bom software, mas o qual abandonei ao enfrentar crashs seguidos e por me permitir apenas dois aparelhos logados na mesma conta. Em seu lugar veio o Keep do Google. Nele faço anotações gerais e inicio as HQs e Webcomics. Sou um verdadeiro acumulador de notas no Keep e mesmo assim não encontro dificuldades.

Para textos maiores, roteiros e posts, acesso o Google Docs. Digito tudo já diretamente na nuvem, acessando os documentos quando precisar e onde eu esteja. O ambiente do Docs é muito familiar, tendo corretor ortográfico e a interface correspondente à do Office da Microsoft. Mantive o uso o irmão mais velho do pacote Office: o Notepad, pois os arquivos TXT jamais cairão em desuso, afinal, anotar também não.

Também estou sempre com meus backups em dia no Google Drive. Tento hierarquizar as pastas e as nomear para serem de fácil consulta... algo no que ainda preciso melhorar. O Drive é um serviço do qual não me vejo abrindo mão. Gosto tanto que fiz uma assinatura para maior armazenamento no Google, com isso continuo despreocupado com o fantasma da perda de trabalhos importantes. E nem por isso meus HDs externos ficariam parados, pois é prudente ter alguns arquivos pesados e indispensáveis por perto.

É assim que trabalho hoje nessa jornada de quadrinista amador. As ferramentas são minhas companheiras e deixam a brincadeira bem interessante.
 

Não nos falta acesso a acervos já considerados raros, assim como não nos falta também o interesse. Os gigantes dos Quadrinhos têm seus nomes...

Não nos falta acesso a acervos já considerados raros, assim como não nos falta também o interesse. Os gigantes dos Quadrinhos têm seus nomes gravados em nossas memórias através de suas obras seminais no avanço da ampla indústria das HQs. Já permeada pelo cinema, literatura, TV e videogames, a amplitude alcançada por esta mídia outrora de nichos menos vistos, trouxe o consumo de entretenimento jovem para o seu apogeu desde o início deste século.

Graças ao empurrão oferecido pelos adventos digitais, encurtando distâncias entre o público já adepto e, logo em seguida, alcançando leigos e curiosos, avultou-se um louvável retorno do culto aos consagrados autores cujas contribuições ao mercado são inegáveis e o reconhecimento é mais que justo.
 
Mas não apenas aos grandes panteões nos curvamos nesta vastíssima mitologia e suas produções mais instigantes do mercado desde a sua gênese. Pois o talento nem sempre é celebrado aos milhares. Minha atenção se detém também nos talvez menos aclamados, mas não ignorados. Como foi o prolífico e ilustre representante da “velha guarda”, Bob Oksner.
Os painéis de Oksner são organizados, o traço limpo e agradável. As figuras humanas estilizadas são fluídas e têm uma movimentação suave, transitando entre os quadros em sequências singelas e muito soltas. Causa-me uma impressão bem semelhante à que tenho ao apreciar os quadrinhos de Bob Montana na Archie Comics, um dos integrantes de meu Mapa de Influências.

Dentre as várias qualidades de Oksner, destaca-se a habilidade em desenhar lindas garotas apresentando sensualidade, mesmo não explorando demasiadamente ângulos ousados. É uma arte muito pura, clara e com estruturas belas, seja nas proporções ou nos gestuais. O domínio da linguagem e a fluidez são exibidos em um estilo singular, um trabalho seguro e bastante equilibrado durante toda a sua carreira.

Talvez, alguém teria visto Bob Oksner advogando em um tribunal de justiça caso não houvesse participado, como cartunista, em edições de zines de humor durante o curso de direito na Universidade de Nova York. O que o tornou próximo de outros artistas, os quais talvez tiveram o papel decisivo de incentivar Oksner a mudar de curso e também entrar para a “Art Students League”.

Em pouco tempo passou a trabalhar em jornais e importantes editoras, também lançando o seu trabalho autoral ˜Miss Cairo Jones” e, ao lado de E. Nelson Bridwell, a série “The Angel and the Ape”. Mais tarde tomaria a dianteira da revista "Adventures of Dean Martin and Jerry Lewis”, no momento em que a DC começou a publicar quadrinhos baseados em seriados de TV. Oksner se tornou um dos principais artistas do gênero, até esses títulos juvenis chegaram ao fim na DC, na década de 1970. Restou-lhe se voltar aos super-heróis com “Wonder Woman”, “Supergirl”, “Lois Lane” e outras tiras de aventura.

Despedindo-se da carreira, voltou a rabiscar alguma coisa apenas pelo clamor dos velhos fãs, mas já estava decidido a parar. Antes de seu falecimento, aos 90 anos (ano de 2002), recebeu o prêmio Inkpot pouco após já ter doado a sua prancheta.
 
Agora, uma dica:

Dentre nós há muitos pesquisadores tecendo análises eloquentes e mergulhando fundo nas infindáveis páginas de HQs, percebendo aqueles subtextos ignorados por tantos, mas que estão mais que presentes com um pouco de atenção além. Como tem feito o autor e escritor Rinaldo Leriano em seu blog Vernaculose. Passe por lá, pegue uma cerveja, ou refrigerante e reserve um tempo para ser guiado por um conteúdo realmente relevante para todos nós que gostamos de Quadrinhos. Não tem erro!

 

Bibliografia:


FRWiki

https://pt.frwiki.wiki/wiki/Bob_Oksner


Canal Graham Nolan no YT

https://www.youtube.com/watch?v=-rW-KejPviA


Omelete

https://www.omelete.com.br/quadrinhos/morre-o-quadrinista-bob-oksner


News From Me

https://www.newsfromme.com/2007/02/18/bob-oksner-r-i-p/


Comic Cart Shop

https://www.comicartshop.com/forsalesearchresult.asp?txtsearch=%20bob%20oksner


CBRdotcom

https://www.cbr.com/bob-oksner-twinkle-jerry-lewis-dobie-gillis-mary-marvel/


Zine Alter Ego No 67

https://issuu.com/twomorrows/docs/alterego67preview


DC Fandom

https://dc.fandom.com/wiki/Bob_Oksner


Enciclopedia Lambiek

https://www.lambiek.net/artists/o/oksner_bob.htm


Comic Art Fans

https://www.comicartfans.com/comic-artists/bob_oksner.asp