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Todos sabem que sou da velha guarda, um senhor com gostos peculiares e fortemente atraído pelas Artes. Da música aos videogames, sou um hobi...

15/07/2023 - Computação Gráfica

 

Todos sabem que sou da velha guarda, um senhor com gostos peculiares e fortemente atraído pelas Artes. Da música aos videogames, sou um hobista fora do risco de cair no tédio. Minhas recordações mais culturalmente memoráveis (já relatadas aqui) ainda hoje são tão vívidas que me fazem sentir os sabores da alvorada da vida. Os desenhos chegaram até mim através dos gibis do Conan, revista MAD, X-MEN, Transformers e a Crash Magazine. Meu interesse artístico também teve a sua ignição com o universo em torno do ZX Spectrum. Aquele computador pequenininho com teclas emborrachadas, acompanhado de um toca fitas e ligado à TV, era um outro mundo diante de meus olhos. Uma máquina simples que encantava meu lar. Gibis, revistas, computador… Esses foram os ingredientes cuja magia era capaz de me pôr em uma forma de viver à parte, dando as costas à massacrante “realidade”.

Nas telas do ZX Spectrum, a computação gráfica, com todas as suas limitações, já era miraculosa. Os pixels enormes, as poucas cores e o processamento incrivelmente abaixo dos que conhecemos hoje, não deixavam de ter uma enorme potência para a criatividade. As telas de carregamento traziam ilustrações de fantasia e ficção científica, os joguinhos instigavam a curiosidade e desafiavam habilidades. Um barato arrebatador a uma mente jovem efervescente de imaginação. A Arte já existia no surgimento dos microprocessadores, e eu fui testemunha. Quando o digital dava os seus primeiros passos, artistas enormemente habilidosos driblavam as limitações realizavam obras maravilhosas.
 
Talvez por esses precedentes de minha juventude e por ser Artista Gráfico profissional, sou profundamente interessado pela Arte Digital na atualidade de uma forma bem ampla. Pinturas digitais, softwares ou 3Ds - são muitas as façanhas computacionais sobre as quais me sinto atraído, mesmo não tendo todas em meu portfólio. Como eu já disse uma vez aqui no blog: sou um desenhista digital, apenas. O desenho simples me satisfaz. Além das técnicas de execução digital, também as aparelhagens para a computação gráfica me despertam muita atenção. Vejo que os materiais tecnológicos se tornaram essenciais para artistas do traço, fato esse visivelmente consolidado em nosso presente e que tem mostrado avanços muito favoráveis às produções de imagens.
 
Não me oponho à Arte tradicional, tenho uma opinião muito voltada a ela. Tanto que a pratico equivalentemente à digital. Gosto muito de lidar com materiais, tintas, papéis, etc… até a sujeira decorrente dessa prática me agrada. Encontro um prazer muito grande com o processo tradicional. E acho incríveis as inúmeras possibilidades de unirmos o digital ao tradicional. Truques tais como os desenhos escaneados tratados em softwares, ou dos softwares transferidos para o tradicional e artefinalizadas fisicamente. Há muitos artistas utilizando cores, tintas e texturas diversas de ambos os métodos, alcançando resultados extraordinários… ou seja: muitas possibilidades podem ser exploradas. É inegável o quanto podemos cruzar fronteiras e usar todos os recursos possíveis e ao nosso alcance.