Esboçar é preciso. Meus hábitos no desenho envolvem o ato de esboçar como uma etapa inerente ao meu processo. Não me vejo desenhando de outro jeito. Planejo o desenho, dou a ele uma estrutura e vou esmerando as formas, ajeitando até eu gostar do que vejo. Procuro melhorar sempre o controle sobre as primeiras aplicações do lápis, tentando ir do início ao fim de uma página sem a necessidade da mesa de luz. E ninguém um dia me disse que seria fácil.
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Grafite e lápis de minas azuis que experimentei. |
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Lápis azul. (HQ nunca publicada) |
Como o grafite azul da Pentel ainda me causa alguns receios, agradou-me saber que existem lápis de minas azuis apagáveis com as borrachas comuns. E fui à caça de informações sobre eles e os adquiri. O primeiro foi o Col Erase da Prismacolor, sobre o qual só tenho elogios. Apaga com a borracha conforme o prometido (dependendo do quão se marque o papel), passou no teste do "Brilho e Contraste" e o material não é tão caro. Fiz alguns quadrinhos que nunca publiquei usando o Col Erase e, como o já dito, detalhes pedem os grafites convencionais.
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Traçados azuis sobrepostos com nanquim. |
Desembolsando uns tostões a mais, consegui adquirir um kit com dois lápis Sketcher da Caran D'Ache. Este já tem o azul bem suave e é extremamente macio. No escanner, só na conversão para "Tons de Cinza"... desapareceu. O problema mais evidente é que o lápis não dura tanto, apontar ele com frequência é uma necessidade inevitável, já que a ponta engrossa rapidamente. Também o utilizei em HQs testes nunca publicadas.
A história dos grafites azuis é antiga, vem do tempo das fotocopiadoras e nas produções de fotolitos. Isso porque os traços azuis somem quando reproduzidos para as impressões em preto e branco. Hoje, há quem goste do efeito de se ter o esboço aparecendo sob a tinta, assim, usa-se também os grafites vermelhos e os laranjas. Seja qual for a intenção, ambos os casos são interessantes.