05/07/2025 - A Morte e A Donzela - A Minha Versão do Motivo - Homem Quieto

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Trago, nesse post, a minha versão de um motivo abordado por muitos artistas dos movimentos Renascentista e do Romantismo. Pinturas nas quais...

05/07/2025 - A Morte e A Donzela - A Minha Versão do Motivo

 

Trago, nesse post, a minha versão de um motivo abordado por muitos artistas dos movimentos Renascentista e do Romantismo. Pinturas nas quais vemos uma bela jovem nos braços da figura de um esqueleto humano, representação arquetípica da Morte. Recebendo o mesmo título: "A Morte e a Donzela", tais obras exibem exatamente o que descrevem.
  
As maiores dificuldades estiveram nos detalhes. Ainda estou me acostumando ao meu novo par de óculos, sendo necessário me afastar e aproximar do papel seguidas vezes para revisar proporções e espaços. As lentes estão certas, vejo com nitidez, mas, às vezes, ainda há distorções relacionadas aos tamanhos dos elementos. O desconforto já foi mais intenso, entretanto está atenuando em direção da adaptação definitiva aos costumes dos olhos. 

Lápis do desenho.

Claramente, essa peça se mostra erótica e funesta ao mesmo tempo (Eros e Tanatos de Freud), temas relacionados pelos mistérios da existência e da inexistência. Os pensamentos me colocaram em um "Memento Mori" durante os cuidados em torno da finalização. Assim, caí em saudades, memórias de tempos do frescor da juventude, além de uma profunda e introspectiva reflexão sobre a finitude.
 
Aos vinte e quatro anos, vivia grande ansiedade por um dia publicar um quadrinho e o expor em eventos. Vontade realizada após os quarenta. Mas consegui. Mesmo tardando, tornei possível meu sonho maior, ficando quites com aquela versão passada de mim. Meus conceitos holísticos em torno da Arte contemplam tudo isso: as realizações, os resultados e o processo. A Arte mantém a saúde mental, acompanhada do auto aprimoramento... sobretudo minha relação comigo mesmo e a adoração à autoestima.

Sketchook companheiro dos Sábados à tarde.
Mas, muitas pessoas intensamente ligadas à Arte se encontram ou estiveram em mal-estar e agonias existenciais. Li, nessa semana em uma revista, sobre a escritora Virginia Woolf ter se jogado em um rio com dezenas de pedras nos bolsos, em um ato derradeiro. A Arte estava presente, mas a dose desse remédio fora insuficiente. O drama era pesado demais e as dores muito insuportáveis. Todos vivemos nossas agruras e, para alguns, elas são maiores do que podem sentir... Ainda assim, devemos lembrar sobre a beleza da vida, dos prazeres que dela advêm. Pois bem, esses são os temas desse desenho em última análise...
Resultado Final.
Mas, alegremo-nos com as delícias de viver com a Arte - e para deixar o post mais leve, vamos falar de algo menos sério. Como damos importância a coisas sem real valor, não é? Houve um dia em que fiquei emocionado por ter recebido oitenta e poucos likes em um post no instagram. E o que significa isso, afinal? Nada senão que oitenta pessoas apertaram um borrão de luz em uma tela de celular. É de dar risada, concorda?