14/09/2024 - Para Desenhar É Preciso - Homem Quieto

Páginas

  No desenho, necessita-se o entendimento de anatomia, luz e sombra, cores, formas, perspectiva e composição. Qualquer praticante com nível ...

14/09/2024 - Para Desenhar É Preciso

 

 

No desenho, necessita-se o entendimento de anatomia, luz e sombra, cores, formas, perspectiva e composição. Qualquer praticante com nível intermediário já consolidou esses fundamentos… ao menos o bastante para colocar as suas ideias sobre o papel. E tais princípios evoluem com o mínimo de persistência. Não há limites para progredir, estagnar-se é a consequência de se estar satisfeito e não pretender ir além. Quando ainda em desenvolvimento, pode-se demarcar um escopo, como por exemplo, observar a obra de um Artista pela qual se agrada e a ter como destino maior a se atingir.
 
A certa altura, soltamos a mão das referências, percebemos nosso jeito de desenhar e acatamos as imperfeições. A união disso resulta no tão cobiçado “estilo”, comumente perseguido pela maioria dos desenhistas. O que só acontece espontaneamente e sem autoimposições - mas sim com naturalidade ao longo de nossas práticas. Quando o estilo se torna perceptível, então temos o progresso maior, o degrau derradeiro de nossas escolhas. Estando, deste modo, diante do domínio da linguagem com a qual nos propomos expressar na plena certeza de que temos um timbre único. Mas para isso, precisamos dos ensinamentos de dois professores de disciplinas distintas: O Tempo e a Prática.
 
O Tempo oferece o amadurecimento e a compreensão. É impossível ultrapassar o tempo, ele é implacável e severo - não há como o apressar, nem o fazer parar. Devemos entender que o tempo é único, porém se move de forma diferente para cada indivíduo. Como bem sabemos, essa dimensão universal é relativa e de percepções diversas. O Tempo oferece infindáveis alternativas de sermos transformados pela experiência. Do mesmo modo, o Tempo é um "bem". Uma moeda. Tão valioso que devemos usar muito conscientes de sua valia.
 
O professor seguinte é a Prática. Fazer, refazer, verificar no que errou, fazer novamente e se aplicar a entender sobre o que está trabalhando, prestando a máxima atenção. O praticar deve ser diligente e constante. É necessário retirar aprendizados dos erros e acertos, sempre em busca de uma melhor execução. Se não houver empenho e constância, os resultados também não surgirão e é possível haver o desânimo diante das consequentes dificuldades. Por isso, deve-se reservar espaço na rotina para a prática.
 
Quando nos orientamos com o Tempo e a Prática em prol de propósitos mais "subjetivos", como o cultivo de um pano de fundo para nossas vidas e obras Artísticas, invocamos o entusiasmo e atraímos grandes inspirações, fortalecendo-nos para externalizar as nossas mensagens do jeito como pretendemos.