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Impossível comentar positivamente o ano de 2020. Por mais que eu queira, nada tenho a dizer em seu favor. Ninguém saiu ileso dessa, estava t...

Impossível comentar positivamente o ano de 2020. Por mais que eu queira, nada tenho a dizer em seu favor. Ninguém saiu ileso dessa, estava tudo nos canais da internet e nos noticiários: milhares de vidas perdidas e uma crise impiedosa causadora de sofrimento e desamparo.  As discórdias e angústias nos encurralaram, o mundo virou do avesso e encaramos uma salobra realidade. Sinto-me privilegiado com as possibilidades que tive nesses meses de isolamento, mas me abala intensamente o pesar por todos que foram atingidos de maneira mais dura.

O ano chega ao seu fim.
 
Não era desse jeito que eu gostaria de começar meu balancete de final de ano. Não é o tipo de comentário comum neste blog. Estou aqui para afastar o mal-estar e as preocupações e, infelizmente, dessa vez foi diferente. E justo por isso, vou direto à lista, acessando apenas as memórias mais leves que tive nesse ano que se despede.


Balancete de 2020:


Projeto Cenobites: Série de desenhos com personagens inspirados no universo Hellraiser de Clive Barker. - concluído em 04 de janeiro [link]

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Sequenciálogos: Exposição de meus originais (flopou por causa da pandemia) - de 16 de março a 24 abril [link]

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Meu site oficial entra no ar -  09 de abril [link]

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Live no Instagram - 30 de abril [link]

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Resenha de Ato Falho no Universo dos Quadrinhos - 03 de maio [link]

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Resenha da Noite Escura no Zona Negativa - 15 de outubro [link]

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Primeiras Commissions - 06 de novembro [link]

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Primeira Live no Twitch - 28 de novembro [link]


Pendentes:
Fanzine Zinapse.
A Vida é Justa - HQ em parceria com Evaristo Ramos.
Mangá P.Age 11.1.
 
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Desejo a todos um bom final de ano e que dias melhores surjam para todos nós.

Esboçar é preciso. Meus hábitos no desenho envolvem o ato de esboçar como uma etapa inerente ao meu processo. Não me vejo desenhando de outr...

Esboçar é preciso. Meus hábitos no desenho envolvem o ato de esboçar como uma etapa inerente ao meu processo. Não me vejo desenhando de outro jeito.  Planejo o desenho, dou a ele uma estrutura e vou esmerando as formas, ajeitando até eu gostar do que vejo.  Procuro melhorar sempre o controle sobre as primeiras aplicações do lápis, tentando ir do início ao fim de uma página sem a necessidade da mesa de luz.  E ninguém um dia me disse que seria fácil.

Grafite e lápis de minas azuis que experimentei.
Em minha primeira HQ, a Prisma Negro, coloquei-me no manejo do grafite azul da Pentel. Corajosamente. E não estou tentando me gabar: é que esses grafites não aceitam a borracha. A HQ teve mais de quarenta páginas apenas com rápidas esboçadas e as finalizações sem franjas a aparar - os detalhes vinham na hora do nanquim. Embora me orgulhe dessa proeza, não a quero repetir jamais. Apenas pelo valor que hoje dou ao esboço como um importante método de se ter resultados melhores.

Lápis azul. (HQ nunca publicada)
Mas ainda tenho uma boa relação com os grafites azuis, por causa da agilidade que oferecem. Com uma mexida no contraste em um software de edição, as linhas dos esboços não aparecem. Evitando fazer aquela sujeirada com a borracha como quando se usa o grafite cinza.  E tem outra: o esboço com linhas azuis nos permitem estudar o desenho sob outras percepções. O problema é o do detalhamento, o qual vai pedir o grafite convencional de qualquer jeito. Mas, se o desenhista já tiver mentalizada uma biblioteca visual do que está desenhando, pode partir para a finalização sem grilos.
 
Como o grafite azul da Pentel ainda me causa alguns receios, agradou-me saber que existem lápis de minas azuis apagáveis com as borrachas comuns. E fui à caça de informações sobre eles e os adquiri. O primeiro foi o Col Erase da Prismacolor, sobre o qual só tenho elogios. Apaga com a borracha conforme o prometido (dependendo do quão se marque o papel), passou no teste do "Brilho e Contraste" e o material não é tão caro. Fiz alguns quadrinhos que nunca publiquei usando o Col Erase e, como o já dito, detalhes pedem os grafites convencionais.

Traçados azuis sobrepostos com nanquim.

Desembolsando uns tostões a mais, consegui  adquirir um kit com dois lápis Sketcher da Caran D'Ache. Este já tem o azul bem suave e é extremamente macio.  No escanner, só na conversão para "Tons de Cinza"... desapareceu. O problema mais evidente é que o lápis não dura tanto, apontar ele com frequência é uma necessidade inevitável, já que a ponta engrossa rapidamente. Também o utilizei em HQs testes nunca publicadas.

A história dos grafites azuis é antiga, vem do tempo das fotocopiadoras e nas produções de fotolitos. Isso porque os traços azuis somem quando reproduzidos para as impressões em preto e branco. Hoje, há quem goste do efeito de se ter o esboço aparecendo sob a tinta, assim, usa-se também os grafites vermelhos e os laranjas. Seja qual for a intenção, ambos os casos são interessantes.

Debruçado sobre minha prancheta, vez ou outra, acontece de surgir uma sensação de incômodo com alguns resultados. Há momentos em que me dist...

Debruçado sobre minha prancheta, vez ou outra, acontece de surgir uma sensação de incômodo com alguns resultados. Há momentos em que me distancio, olho novamente o desenho, e topo com o problema. Não é um erro, mas um problema. Aceitar o erro é salutar, às vezes ele pode até ser mantido quando traz peculiaridades positivas ao trabalho. Nem sempre a sanidade precisa ser perseguida, mas sim o erro trazido junto ao vocabulário visual do artista.
Dungeon Meshi de Ryōko Kui
Também há o estranhamento. Os que fazem bom uso do estranhamento estão surfando o vagão, trajando um smoking. Ignorando o perigo de serem rotulados de maus artistas, só que com a classe de desafiar tudo o que vir, divertindo-se como poucos se permitem. (Nos Quadrinhos) isso de um desenho ser visto como  "bonito" ou "feio" deveria ter caído em desuso há tempos e ainda que muitos sejam rotulados como tendo o traço "feio" de maneira "positiva", penso que tal terminologia deva ser revisada.

Se o artista tem um traço virtuoso, detalhado, ou o que preferir, trata-se de vaidade e, também, pode ser apenas uma opção... Ao passo que um outro que opta por deformações e desproporções, também está seguindo a alternativa que melhor lhe caiba. O que seria do azul se todos gostassem do amarelo, não é? E acrescento ainda que, dependendo do que se quer comunicar, ampliar possibilidades é melhor que padronizações.
À esquerda Tiago Spyked - Requiem: Sinfonia dos Pecados,
à direita, Eudetenis: https://www.deviantart.com/eudetenis
Já o incomodo não é tolerável. Este incomodo, mérito do post e ao qual me refiro, é observável nos detalhes. Trata-se de um problema o qual identifico já há bastante tempo e que, por eu mesmo o cometer seguidas vezes, também acabo reparando em outras artes. O que chamo de "Linhas Sobrepostas Acidentais" é quando linhas de elementos distintos de um desenho convergem e confundem a composição. As imagens deste post ilustram bem o que quero dizer. O traço de uma perna se funde ao cenário, uma peça de vestuário se alinha ao tronco do personagem e assim por diante. Então temos um acidente de percurso que, sob meu ponto de vista, merece uma correção.
À esquerda jogo Arrow Flash, à direitta Xampu de Roger Cruz.
E as "Linhas Sobrepostas Acidentais" estão em toda parte, não fui eu quem as inventou, nem sei se este é o nome da coisa... Talvez até já tenha sido apontado em materiais didáticos destinados a artistas, ou observado em salas de aula. Eu nunca ouvi de outra pessoa. Mas já vi presente tanto em obras profissionais, quanto em trabalhos de artistas amadores, estudantes e etc. Sempre tento desviar desse incomodo para que meu trabalho não acabe sendo uma decepção (para mim mesmo).

Possivelmente somente eu me incomode com isso, bem como já foi observado antes... Também é possível que o leitor já tenha conhecimento, no entanto, achei que seria algo de alguma importância para compartilhar e levar a diante.

Conhecer a fundo a ciência por detrás da teoria das cores se faz através de uma extensa jornada de estudos. Mas nem todos os que precisam fa...

Conhecer a fundo a ciência por detrás da teoria das cores se faz através de uma extensa jornada de estudos. Mas nem todos os que precisam fazer uso delas necessitam ser diplomados neste saber. Quando a aplicação é a Arte, um pouco de intuição aliada à educação elementar de qualquer cidadão servem perfeitamente de intermédio para uma iniciação satisfatória. O interesse já é um bom começo.

Sketch colorizado.

Foi a partir de quando debutei no ofício da publicidade que se deu o pontapé inicial ao meu aprendizado sobre o funcionamento de alguns sistemas de cores. Fato bastante comum aos colegas do Design e das produções gráficas. Acontece que todos - sim todos - os operadores de softwares de edição se deparam, cedo ou tarde, com as possibilidades e limitações do CMYK, do RGB e do Pantone - seja em um curso curricular, ou mesmo no ingresso à profissão. E se o operador de software não se alertar, a rotina, a carga de trabalho e as urgências em atender às demandas trarão embotamento à sua curiosidade e ao senso abstrato de lidar com as cores.

Desde que (re)iniciei com as HQs (em 2014), isso
quase que não mais me ocorreu, pois as cores estão diante de mim não só em uma edição chata, "para ontem", a ser feita em uma massacrante manhã de segunda-feira. Meu hobby de fins de semana está dentro da seara do conhecimento cromático, ou seja, nos tempos livres também estou me relacionando com as cores - e o melhor: de maneira diferente a do dia a dia. Quem lida com HQs sabe estar cercado pelas inúmeras possibilidades das cores e o seu poder extra para fazer alcançar um trabalho mais exitoso.

Leitura recomendada (fora de catálogo).
HQs impressas e colorizadas oferecem experiências sensoriais bastante intensas, ainda mais quando utilizadas dos recursos digitais com os quais convivemos desde o advento da computação gráfica. Podem ter se tornado até triviais, ou uma obrigação da indústria, mas as colorações digitais não deixam de ser um elemento a se dar maior atenção. Até as paletas mais simples e os efeitos menos sofisticados não surgem por mero acaso e perceber isso é muito legal.

O papo das HQs impressas parece nos remeter a um sebo abarrotado de gibis velhos cheirando a mofo, ou talvez, às estantes de uma aconchegante livraria (pronta para nos tomar aquela parcela considerável de nossos salários). Tanto faz. Mas está aí a importância de se distinguir o que vemos com tintas sobrepostas na superfície de folhas de papel (CMYK) e o que vemos em pixels nas telas e monitores (RGB). O suporte define o tratamento ao qual uma HQ estará sujeita.
 
Quando dou minhas "voltas" lá no Tapas, vejo trabalhos de beleza singular, exibindo magníficas paletas RGB a encantar qualquer um. E de um pessoal que sabe o que faz. O que relembra aquela piada do Capitão América e Seus Amigos sobre a "adaga" que é a Internet pronta para dar o ultimato e "assassinar" de vez a mídia impressa... uma piada vinda de um péssimo exemplo a se seguir que, como tantas outras, têm lá um fundo de verdade.

Sempre me inclinei em direção às publicações autorais. Algo em mim toma essa liberdade criativa como merecedora de muita atenção, pois o seu...

Sempre me inclinei em direção às publicações autorais. Algo em mim toma essa liberdade criativa como merecedora de muita atenção, pois o seu propósito maior não é essencialmente comercial. Encanta-me este conceito desprendido de fazer surgir ideias, emoções, argumentos, ou contar uma história segundo o livre pensamento e a cultura de que se é adepto. O atrativo maior das obras autorais está em sua possibilidade de expressar sem prestar contas a ninguém, transmitindo a sua mensagem autenticamente.
Vandalistia - Um de meus trabalhos autorais.
E, nesses casos, vale tudo. Tudo mesmo. Do singelo ao escatológico. Um produto que não prometeu algo antes de ser entregue, nem se dispôs a resolver a vida de ninguém e cujo o maior mote é a inconsequência de ser sincero até os ossos. Mas nem por isso o artista autoral é menos competente. Ele resiste em suas convicções e tem decisão sobre o que acredita e entende. Um poder que ele pode se valer e ninguém lhe tomar.

Essa postura artística se faz presente, através dos anos, seguindo sempre o slogan do "Faça Você Mesmo", hoje potencializado pelos inúmeros meios de produções e divulgações digitais. O que vem unindo artistas de vocação e desenvoltura, compartilhando sua força criativa pelas telas e monitores em torno do mundo. Acompanho alguns trabalhos autorais online que me inspiram e despertam profunda admiração. Interesse que me fez querer compartilhar um pouco das encantadoras obras e autores desse nicho, que às margens desse afã por popularidade "algorítmica", buscam um lugar sob o Sol com grande honestidade.

Raul Galli

[Divulgação] Ilustração de Raul Galli.
Conheci o Raul na faculdade, nos identificamos como artistas do traço em poucos minutos de conversa. É um ser-humano admirável, sinto uma elevada energia em sua presença. Também um artista completo: no Desenho, na Música e nas Artes Marciais. E como quadrinista, escreveu e desenhou a série "Terra Incógnita", inspirada em jogadas de RPG e que é simplesmente sensacional. Uma leitura que faz viajar em um mundo de bruxaria e aventuras em lugares distantes.
 
 

Evaristo Ramos

[Divulgação] Ilustração de Evaristo Ramos.
Evaristo é um fera, um cara extremamente culto, de personalidade e muito talento. Ele foi bastante acessível quando critiquei, através de um e-mail, a sua primeira HQ, o "Desmortos" (desenvolvido em parceria com outro autor). É dele uma das melhores webcomics que já li na internet, a série "Paralelos". Na primeira fase dessa HQ seriada, Evaristo nos convida a inúmeras reflexões, sobre relações humanas, artes, destino, a vida, etc... De forma sensível e refletiva. Atualmente também trabalha de forma colaborativa, no site Tapas, em "A Balada do Calibre 38" e "As Sombras Sobre Dois Rios".
http://evaristoramos.blogspot.com/
https://www.instagram.com/_evaristoramos/

 
Devaneio Aleatório

[Divulgação] Ilustração de Devaneio Aleatório.
O Jok e a Jéssica formam o projeto "Devaneio Aleatório". Estive em algumas lives com eles no início desse ano e acho esse pessoal demais. O trabalho do Devaneio Aleatórios é bastante conceitual e místico, com influências de Neil Gaiman e de Magia contemporânea. Personagens como Lillith e Devaneio surgem entre frases de efeitos e questões filosóficas, em passagens que tratam sobre o que pouco sabemos existir entre o céu e a terra. O Jok registra o progresso de seu trabalho em lives no Twitch.


Trarei outros posts como este no futuro, pois há muitos artistas dos quais eu gostaria de falar. Assunto que certamente trará boas novidades ao leitor.

O acabamento em um desenho ou em uma página de Quadrinhos pode fazer grande diferença, principalmente se a intenção seja a de conferir um as...

O acabamento em um desenho ou em uma página de Quadrinhos pode fazer grande diferença, principalmente se a intenção seja a de conferir um aspecto mais profissional ao trabalho. Usar de elementos gráficos sempre acaba somando bastante à arte e demonstra um cuidado a mais que certamente será percebido. Temos um leque de acabamentos amplamente usados em todas as modalidades de desenhos: como as hachuras, os padrões, linhas de ação, etc. E outras tantas artimanhas que, com alguma atenção, identificamos como recorrentes nas Artes Gráficas. Neste post, falarei de minhas experiências com as retículas
Desenho de meu sketchbook com aplicação de manual retícula.
Minhas primeiras práticas foram com os transfers em que se fricciona o verso das cartelas. Usei temas florais, linhas horizontais, letterings e também as retículas. Já naquelas oportunidades, havia escassez de acervos, com mínimas variedades de escolhas. Ainda assim, o que tive acesso me trouxe resultados satisfatórios. E desde que entrei em contato com os quadrinhos japoneses (ricos em retículas), apaixonei-me com todos os efeitos possíveis através do recurso.
 
Há um ano, ou algo assim, comprei uma cartela de retículas japonesas: a I-C Screen E120. Peguei-a para tentar coisas diferentes e sentir como era o uso. Diferente das anteriores, essa funciona como uma película adesiva em que se recorta a área de aplicação sobre o papel usando a lâmina de um estilete. Considero difícil. Até entendi por que há profissionais dos quadrinhos cuja tarefa é fazer, exclusivamente, essa etapa da finalização. A experiência foi válida... para saber também que o investimento não compensa tanto.
Cartela A4 de retículas japonesas. Não rendem muito.
Com as possibilidades das ferramentas digitais, meu interesse acentuou ainda mais, já que era possível criar nelas screen tones de maneiras diversas e com maior facilidade. A primeira vez que fiz, foi no Corel Draw. Era só recortar a área com a ferramenta Bezier, preencher com escalas de cinzas e configurar a impressão. Mas era só para a impressão mesmo, o efeito não surgia na tela do monitor. Enfim, algo já ultrapassado. Estudando mais, passei ao uso do Color Halftone - ou Meio Tom de Cores - nos filtros do Photoshop. A utilização do recurso não é complicada de se compreender.
Fazendo o Color Halftone dar bons resultados.
Em um documento no modo Greyscale (Tons de Cinzas), aplica-se em um layer em alfa a seleção da área em cinza ou com a gradiência (partindo do cinza ou preto ao branco). E então, é usar o filtro assim:

O que está entre parênteses é a versão em português.

Filters(filtro)/Pixelate(Pixelização)/Color Halftone (Meio-Tom em Cores)

"Max Radius" (Raio Máximo): Tamanho dos pontos [de 4 a 127]
"Canal 1": ângulo da tela em graus [de 0º a 360º]
"Canal 2": ângulo da tela em graus [de 0º a 360º]
"Canal 3": ângulo da tela em graus [de 0º a 360º]
"Canal 4": ângulo da tela em graus [de 0º a 360º]

Para que a trama dos pontos seja uniforme, todos os canais devem ter o valor de 45º.

Meu amigo Evaristo Ramos escavou um Action bastante útil que já faz o trabalho todo com um simples clique. O endereço para baixar e entender o como funciona é esse:

Embora seja positivo, a meu ver, o uso das retículas deve ser medido para não fazer com que ele acabe sobrepondo a arte inteira. Exceto isso, espero que o leitor use à vontade em suas peças.

Em uma primeira aproximação com as canetas Copics, a atenção do interessado volta-se imediatamente ao valor cobrado pelo produto. Não é para...

Em uma primeira aproximação com as canetas Copics, a atenção do interessado volta-se imediatamente ao valor cobrado pelo produto. Não é para menos, esse material se destina ao uso profissional, precisando ter qualidade inquestionável e sua procura deve ser garantida e bem referenciada. Quem busca qualidade sabe ser preciso desembolsar mais para ser atendido em suas necessidades - quiça também ser surpreendido. Tendo em vista esse papo todo, há quem use das Copics para trabalhos não rentáveis, ou não remunerados e, ainda assim, queira desfrutar das enormes vantagens de se colorir e desenhar com resultados excelentes, mesmo doendo no bolso.
Colocando algumas cores em meus sketchs.
Esse é o início de qualquer assunto envolvendo Copics. Por isso o utilizei como introdução. Acrescento que meu Kit foi montado ao longo de 4 anos, aproveitando oportunidades como Black Fridays e promoções relâmpagos. Tendo paciência e atenção ao mundo ao redor, pode-se economizar bastante. É legal a compra paulatina porque vai-se entendendo o funcionamento das canetas, testando as cores e buscando a melhor combinação na hora de elaborar uma paleta. Envolvendo Copics, é muito bom não ter muita pressa mesmo... O alto padrão das canetas também deve ser acompanhado de boas escolhas de cores e o mínimo de estudo sobre como utilizá-las.
Sou caidinho por esse meu kit.
Meu kit tem 36 cores, escolhidas segundo meus gostos pessoais e uma paleta que eu já havia montado em meu computador, a qual até transformei em hexadecimal (não bato bem). Antes disso, iniciei com os tons de cinzas. É muito indicado a quem está pensando em uma bela paleta colorida, que parta dos Tons de Cinzas: Cinzas Neutros, Cinzas Frios e os Cinzas Quentes. Pelo menos três numerações de cada - ou seja, pode-se começar com três canetas. Tendo-as em mãos, embora a caneta seja tão boa, nada garante que o artista já vá fazer e acontecer nas primeiras tentativas... Como sabemos que é em todas as coisas em nossas vidas.

A utilização desse material requer um certo feeling e prática. Sempre com pontos a mais para quem já lida com pintura usando outros materiais, ou até mesmo coloriza digitalmente. Um iniciante pode ter uma ou duas experiências frustrantes. Mas passados os estágios iniciais, a utilização de Copics agrada bastante durante todo o processo, trazendo bem-estar e satisfação também com os resultados. Acompanhado daquela sensação meio fetichista... Por mais engraçado que isso possa parecer. Portanto, além de dar uma valorizada nos desenhos, as Copics também servem como terapia.
Apetrechos de usuário de Copics.
Para encerrar o post, preparei alguns links para quem queira se aprofundar com as Copics. Que também servem para usuários já experimentados.

Para entender o sistema de cores das Copics.
Blog Dezaina: Como usar Copic Markers – O sistema de cores – Parte I (cinzas)
Blog Dezaina: Como usar Copic Markers – O sistema de cores – Parte II
Blog Dezaina: Dica para ter muitas cores com poucas canetas

Vídeos complementares para tirar dúvidas.
Crás: Marcadores Copics no Brasil
Crás: Como Escolher as Cores
Mary Cagnin: Como usar Copic Markers: Misturando cores
Mary Cagnin: Como usar Copic Markers: Tons de pele
Mary Cagnin: Como usar Copic Markers: Tons de Cinza

Há artes gráficas que nos causam um íntimo e total arrebatamento já em um primeiro contato. Entendemos instantaneamente aquele vocabulário ...

Há artes gráficas que nos causam um íntimo e total arrebatamento já em um primeiro contato. Entendemos instantaneamente aquele vocabulário imagético e somos atraídos pelas suas agradáveis sensações. Formas ou desenhos aprazíveis são comuns: em menos de uma hora de navegação, esbarramos em vários. São ilustrações e páginas de quadrinhos que enchem os olhos, sejam estes minuciosamente elaborados ou exibindo soluções visuais apenas bem resolvidas e sem maiores malabarismos técnicos. Sempre há o que se agradar e apreciar nas publicações impressas e nas telas e monitores que acessamos diariamente. Porém, algumas artes agradam mais que outras...
[DIVULGAÇÃO] Betty e Verônica.
É bastante raro conversar com alguém que não diga pelo menos o nome de um desenhista, pintor ou obra de preferência. Bem como, para alguém mais imerso no mundo das artes, teremos listas e categorias a discorrer por um longo tempo de prosa. Comigo também há (obviamente) e eu não diria que meus gostos estejam na cabeça e na atenção de muita gente. O simplismo me fascina, as linhas claras estão constantemente me desafiando a entendê-las e a perceber o mistério da falta de complexidade se tornar tão expressiva. A linguagem simples se torna extremamente sofisticada sob minha ótica. A economia de linhas e as artes-finais espontâneas são o apogeu da uma expressão nas Histórias em Quadrinhos.

O Traço cartunesco de Bob Montana é um belo exemplo do que digo. A sua arte vintage alcançou o escopo de minhas predileções recentes. O cartunista trabalhou com o selo Archie Comics, contando gags sobre um protagonista homônimo e um jovem grupo, durante a década de 1940. Foi na Archie Comics que surgiram personagens como as da série de TV "Josie e as Gatinhas" de Hanna Barbera - desenho animado familiar a qualquer um com mais de trinta anos. Bob Montana desenhou para a Archie Comics ao longo de 35 anos, ilustrando, fazendo quadrinhos e suplementos dominicais para jornais.
[DIVULGAÇÃO] Página original das mãos de Bob Montana.
O traço de Bob Montana é uma pérola polida e perfeita. Ótimas escolhas de contrastes, linhas a pincel com variações lindamente calculadas, em um simplismo que considero pura genialidade. Há muitos outros desenhistas da mesma escola, claro. Já passei os olhos por uns tantos. Alguns usando de temas eróticos, Pinups e suas muitas variantes. Artistas contemporâneas como Sveta Shubina e Alejandra Oviedo representam bem essa leva. Mas, ao que me parece, essa tendência entrou em escassez com o passar do tempo e a renovação de recursos visuais. Uma pena que essa forma de expressão tornou-se apenas o foco de apreciação saudosista ou um interesse artístco peculiarmente excêntrico.
[DIVULGAÇÃO] Página da HQ Tina.
Algo disso pode ter se renovado. Tal aconteceu com a personagem Tina dos estúdios Maurício de Sousa no período entre os anos 1990 e 2000. Essa produção contém algo do que considero também uma expertise de linguagem gráfica a despertar tanto interesse quanto a arte de Bob Montana. Mesmo que essas publicações sejam trabalho de um estúdio (ou um grupo de artistas) e estejam dentro de uma linha de produção padronizada, é um trabalho que me deixa bastante atento e já mereceu muitas pesquisas e horas de apreciação.

Ambos (Tina e Archie) fazem humor e embora não seja um total descrédito, desperdiça-se um bom leque de possibilidades limitando-se dessa forma. O traço cartunesco, em grande parte, está relacionado à comicidade, porém, funciona com facilidade em outros gêneros não relacionados. Obviamente, existe uma variedade temas explorados por aí, o mundo artístico na internet é amplo e certamente há bastante a ser conhecido...

Ainda assim, Tina e Bob Montana retêm todo o meu respeito e admiração. E claro, me inspiram em minhas buscas como artista.

Qualquer um com conhecimento trivial sobre desenho pode fazer quadrinhos. Um traço rebuscado não é uma imposição essencial quando falamos...

Qualquer um com conhecimento trivial sobre desenho pode fazer quadrinhos. Um traço rebuscado não é uma imposição essencial quando falamos de narrativa gráfica. As histórias em quadrinhos resultam de inúmeros recursos que não só o de um traço impecável. Páginas detalhadas e com toda sorte de elementos sensoriais marcantes nem sempre são imprescindíveis, é possível ao artista encontrar por si os próprios métodos de expressão. Ainda assim, a Arte precisa alimentar-se de técnica, seja qual o estilo.
Livros de referência para desenhar figuras humanas.
Querer melhorar é bom. Estudar, observar e praticar nunca trouxe desvantagens a qualquer atividade artística, é parte da evolução de qualquer um com apreço pelas suas criações. Quem não está acomodado, busca a superação, assim como a ideia de se aperfeiçoar lhe é agradável. Pois ser melhor, ainda que exija esforços e abdicações, é uma inegável fonte de satisfação. Para o artista, isso se dá seguindo exemplos nos quais se espelha e que o levarão a encontrar a própria identidade.

Desenhar é estudo, uma evolução constante, que vem tanto com a prática quanto com o interesse sobre tudo o que essa atividade se relaciona. Estar disposto a ser permeado pela Arte requer disposição e atenção sempre ativas. E para isso, além de observar o que nos cerca, vale usar tudo o que dispomos a nosso favor.

Os livros de desenho são uma grande ajuda na hora de atualizar o traço. A consulta a eles, em intervalos de tempo regulares, reforça a intuição quando partimos para trabalhar em algo bem acabado. É sempre necessário recorrer às técnicas de desenho até torná-las espontâneas: como a anatomia, a perspectiva e os seus fundamentos básicos. Até chegarmos às extravagâncias maiores de um traço, o estudo tem valor imensurável, porque é dele que retiramos a "magia" de uma boa obra figurativa. Os livros são recomendáveis porque cada exemplo é acompanhado de textos de apoio, que conduzem a compreensão clara da lições, somando informações que reforçam o seu entendimento.
Art books. Uma divertida forma de buscar inspiração.
A outra maneira de estudar - e sem dúvidas a mais divertida - é folhear um art book. Esses albúns com obras de artistas profissionais, encantam e inspiram intensamente. Não me canso de os folhear, pensar a respeito do que estou vendo e absorver cada elemento das composições que mais me atraem, tentando entender como cada desenho chegou àquela conclusão. "Ler" um art book treina os olhos e estimula o pensar na arte por diferentes direções, considerando possibilidades das mais variadas. E, claro, após estar com uma dessas publicações em mãos, a vontade é a de ir até a prancheta para se divertir.

Eu não falei da internet porque ainda pretendo filtrar bons links de referências para um post futuro... Que possam ser legais de compartilhar. O assunto é longo, então, vamos devagar.

Ignorando o poder financeiro de um autor, assim como o seu networking e o público que já alcança, vamos supor que ele queira lançar um proj...

Ignorando o poder financeiro de um autor, assim como o seu networking e o público que já alcança, vamos supor que ele queira lançar um projeto independente no qual acredite. Fora dos meios de incentivo à cultura e dos patrocínios, publicar-se tem custos. Mas, caso a possibilidade possa ser considerada e é a vontade do autor, chegamos a um dos grandes momento de sua vida. Autopublicar-se no suporte impresso extrai algum suor e também lágrimas de quem for empreender. Porém, há como fazer com que os orçamentos sejam mais enxutos e o trabalho figure um aprendizado a se levar como bagagem para o resto da vida.

Como já fiz isso duas vezes, aprendi algo sobre o qual posso falar um pouco. Foram vitórias, mesmo tendo me lançado nessas aventuras aos trancos e barrancos. Para não exceder minhas finanças, decidi que faria eu mesmo o máximo possível do exigido em uma publicação: trataria todo o volume de capa à contracapa. Desse jeito, minhas publicações foram quase que 100% resultantes de meus próprios esforços. Paguei apenas pelas revisões textuais. Ter que custear diagramador e designer não seria barato.
Prisma Negro - Minha primeira HQ impressa.
O primeiro conselho que tenho é o de planejar o número de páginas da publicação. Considerando folha de rosto, prefácio, etc, o miolo deve ter sempre um número de páginas divisível por quatro. Se o trabalho todo já existe no papel, é preciso apenas adaptá-lo para que se enquadre nesse padrão. Será melhor fazer capa, guarda, lombada, quarta capa e contracapa separadamente porque há softwares cujas aplicações são mais eficientes para cada parte do livro.

Mas a preliminar disso tudo é a pesquisa por um formatos e tamanhos. Analisar uma publicação de acordo com os gostos do artista é o ideal. Eu, por exemplo, quando editei a HQ Noite Escura, usei o padrão da série Preacher, publicada no Brasil pela Pixel. Cheguei a essa revista como referência após muito avaliar e entender qual cairia melhor. E não me limitei a isso: também fui em busca de informações sobre o material de impressão, como o papel do miolo e da capa, suas gramaturas, vernizes e os tipos de encadernações. A gráfica pode apresentar opções no momento da contratação, porém, é bem mais legal ter o material do nosso jeito.
Editando Noite Escura no InDesign.
E como falei acima, fazer a editoração eletrônica vai aliviar gastos expressivos. Aprendi a usar o InDesign justamente por esse motivo e também para ter um melhor controle sobre o trabalho. É um software carrancudo e não é fácil de se dominar, contudo, dá para ir atrás dos seus macetes através da Internet. É inacreditável como o motor de busca mais usado ajuda. Para qualquer um com conhecimento intermediário em softwares de edição, os segredos são desvendados com esforços moderados. Indico muito o InDesign a quem já conhece os demais programas da Adobe e entende um pouco de editoração. Com a combinação do InDesign (pra editar) com o Photoshop (para tratar as páginas) e o Illustator (para logomarcas, artes vetoriais e capas), não tem erro.
LaVoisin - Fanzine experimental em Xerox.
Mesmo sabendo de sistemas de cores para impressão, sangrias, margens de segurança, etc (o que deve ser pensado ao longo do desenvolvimento da edição), ainda não posso dizer que sei a etapa derradeira que é a de fechar o arquivo. Mas não é um grande problema, pois há a possibilidade de se levar os arquivos editáveis com fontes e vínculos até a gráfica e deixar que os profissionais de lá finalizem o serviço que não custará absolutamente nada. Para isso, é importante ter todos os elementos do projeto e as hierarquias de pastas bem organizados (a atenção a esses aspectos é essencial).

Tomara que esses relatos sejam de alguma ajuda a alguém que queira colocar uma obra para rodar e ir atrás de seus sucessos com a sua publicação impressa, trazendo boas histórias e artes ao nosso mundo. Boa sorte!

Minhas decisões de mudanças muito bruscas sempre se mostraram ser as piores e nunca me levaram muito longe. Escolher uma segunda-feira para...


Minhas decisões de mudanças muito bruscas sempre se mostraram ser as piores e nunca me levaram muito longe. Escolher uma segunda-feira para me tornar um atleta, iniciar uma dieta ou mesmo aplicar-me a um novo estudo, sempre lançou-me ao fracasso. A experiência me mostrou do equivoco que é pensar na disciplina como algo com data e hora marcadas para acontecer.
 
O avanço gradual de um plano ou projeto ganha estruturas bem mais firmes quando acontece em etapas e é cultivado com o tempo de maturação necessário para se manter. Antes de me pôr em uma prática, tenho a ideia, avaliado-a se é melhor - ou tão atraente - quanto a realidade que vivo, para então, persegui-la e vivê-la segundo a vontade e a profundidade desejada.
Versão Mangá da Lucy e um estudo de personagem.

E, nesse momento, uma nova prática tem se manifestado em meu interesse de maneira intensa. Penso que, como quadrinista, posso me expressar em outros estilos além dos que estou habituado e é possível cruzar os limites da zona de conforto.

Minha atenção está voltada aos Mangás: as Histórias em Quadrinhos Japonesas.
 
Folheando algumas publicações de meu acervo e garimpando o Pinterest, passei a uma observação aprofundada à riqueza do estilo, aos seus diferente recursos narrativos e à sua estética. Não é uma novidade, não estou desvendando o mangá como nunca o conhecesse. Estou tomando sua execução como uma possibilidade de dela me valer de alguma forma.
 
Diretamente de meu sketchbook

Esse encantamento veio com força. Nos aspectos pictóricos causa-me sensações parecidas com as que tenho - tal dito em outro post - com o gibi da Tina dos estúdios do Maurício de Sousa. Sobretudo os mangás oitentistas em todas as suas maravilhosas maluquices, com seu simplismo e poder de envolvimento. Nos aspectos narrativos, sou atraído aos personagens inusitados e tão genuínos, às histórias que extrapolam e que colocam por terra quaisquer limites imaginativos, indo além das fórmulas ocidentais já recorrentes.
 
Estudo formas de conciliar o que venho fazendo com a progressiva caminhada ao Mangá e isso pode não demorar. É uma resolução bastante firme e garanto, até o fim deste ano, desenvolver um trabalho com esse norte. Já tenho meus autores de referência, e um roteiro estruturado no método Snowflake. E está uma tetéia!
 
Nadando contra a correnteza? Talvez. Mudanças ocorrem e em muitos casos são perfeitamente inevitáveis!

Recordo de identificar posturas problemáticas no colégio seminarista onde me formei no ensino médio, porém jamais de ter presenciado nele q...

Recordo de identificar posturas problemáticas no colégio seminarista onde me formei no ensino médio, porém jamais de ter presenciado nele qualquer inadvertência didática. Nossas queixas, como alunos, não eram por lacunas de conhecimentos - deles éramos alimentandos até não dar mais conta -, nossos mestres nunca deixaram qualquer questionamento sem explicações coerentes ou com menor profundidade. Foi lá que conheci os/as melhores professores/as de toda a minha vida.

A professora de Educação Artística poucas vezes deixou de escrever a nota máxima em minha caderneta, embora eu a decepcionasse frequentemente com atitudes imbecis de um adolescente. A admiração mútua, entre eu e ela, fez-me tornar um verdadeiro "teacher's pet".  E isso não era por ser uma matéria "fácil" - como eu disse acima, nada era facilitado -, e sim porque o que eu fazia naquelas aulas era com sinceridade e interesse a cima da média.
Uma de minhas paletas prediletas.
E eu já pintava e estava satisfeito com minhas tintas acrílicas, o que me fez, por imaturidade e presunção, não absorver devidamente as teorias fundamentais das cores segundo me foram apresentadas. Talvez, uma das maiores faltas no aprendizado de minha vida até certa altura. Mais tarde eu revisitaria essas teorias na faculdade de Artes Visuais, com uma competente professora, um computador diante de mim e a internet ajudando. Nesse ínterim entre ensino médio e a faculdade, veio o reflexo de meu desinteresse, fazendo-me seguir sofríveis métodos de tentativas e erros sucessivos.

Isso também me afetou como Designer Gráfico, tornando-se um de meus pontos fracos durante alguns anos de profissão - o que não cabe detalhar aqui. A faculdade me fez atentar - minimamente - aos múltiplos manejos das cores com suas aplicações e efeitos. Conhecimento ao alcance de qualquer um com interesse ou curiosidade o bastante para pesquisar... É um assunto inesgotável e instigante quando se começa a compreendê-lo a fundo: está no cinema, fotografia, pintura, informática, esoterismo, psicologia, etc... O Youtube tem muito a respeito.
Quando trabalho com as cores nas HQs, ilustrações e outros trabalhos autorais, levo em consideração os seus atributos subjetivos e meus gostos pessoais também. Capturo paletas que caem em meu agrado e crio as minhas próprias. Meus experimentos me trazem intimidade com as cores e sempre me ensinam algo - como quando revisito suas teorias episodicamente, segundo as necessidades de cada momento. Trabalho algumas paletas que nunca vão além de vinte cores (quando chegam a isso), tendo predileção quase sempre pelas mais reduzidas. 
https://color.adobe.com/pt/create/color-wheel
https://coolors.co/

A primeira paleta de cores que criei para HQs e ilustrações é bastante recente, faz poucos anos (é uma das que mais gosto), ela foi usada nas tirinhas do Hana-O, em 2016. Também utilizo um kit de canetas Copics com 36 cores, que me permite muita liberdade e bons estudos. E a fascinante aquarela, técnica a qual ainda pretendo praticar mais e conhecer melhor... Vivo prometendo-me isso.

É assim me relaciono com as cores. E tenho grande gratidão por ter sido um bom aluno de Artes, porque talvez eu assim o queria, por ter sido bem orientado.

Minhas publicações on-line só são possíveis se houver algum tempo livre e um aparato técnico adequado. A trinca essencial para esse percurs...

Minhas publicações on-line só são possíveis se houver algum tempo livre e um aparato técnico adequado. A trinca essencial para esse percurso é o básico: um computador, um celular e acesso à internet. Com isso já tenho algo para fazer. Quanto ao tempo, procuro gerenciá-lo de forma a tirar melhor o proveito possível e ao meu alcance. A intenção é a de ter um bom nível de metodologia e organização para atingir um patamar que me agrade o bastante.

Todo o planejamento e o trabalho para minhas publicações fazem uma travessia desde a inspiração/pesquisa, passando pela concepção, até a finalização digital. E é aí que meus afazeres são abençoados pelas minhas ferramentas prediletas. No que tange ao planejamento como um todo, elas têm recursos que realmente tornam as coisas mais rápidas, mais fáceis e bem mais organizadas

A primeira delas é o Evernote. Tudo o que faço, tem início nesse aplicativo. A sua versão free oferece um serviço excelente, tanto para o celular, quanto para desktop. Os cadernos e notas são simples de usar e as etiquetas me permitem acompanhar cada etapa até o momento da publicação. E é um recurso extremamente amigável, com um editor de textos bastante eficiente e ainda com a vantagem de fazer backups automáticos de todos os textos e imagens.

O Bloco de Notas do Windows também está no grupo. Essa ferramenta é um editor de texto simplificado, ideal para dar início a alguma ideia. Se eu tiver um lampejo e precisar fazer uma anotação rapidamente, uso o Bloco de Notas. Igualmente, quando longe de um computador, recorro a um caderno escolar e a uma caneta. Ideias ocorrem tão rápidas quanto se perdem, desse modo, aconselho sempre: anote tudo.
Editar ou escrever roteiro passará pela necessidade de um editor de textos, não me vejo escrevendo textos longos sem ser em um deles. O Libre Office Writer não peca em nada, é um competente programa gratuito que concorre com os mais conhecidos do mercado. Sou um usuário muito satisfeito desse software, indico a qualquer um que trabalhe com produção textual.
 
Agora, algo de igual importância, ou melhor dizendo, de suma importância é fazer os backups. A falta que faz um trabalho perdido é terrível. E não adianta chorar... Ainda mais quando são trabalhos finalizados digitalmente, o que já é comum a todos. Portanto, não custa usar o Google Drive e ter, pelo menos, um HD externo. Há poucos meses, fiz uma compra bastante econômica: um HD de notebook e um case. É um jeito perfeito de ter um backup por um preço bem menor.

Essas são as ferramentas com as quais trabalho em boa parte de meus afazeres. As melhores indicações até o presente momento.

Dedicar-se a uma atividade artística como hobby assemelha-se a um tipo de psicopatologia. É se entregar ao mais diligente ludismo, voltando...

Dedicar-se a uma atividade artística como hobby assemelha-se a um tipo de psicopatologia. É se entregar ao mais diligente ludismo, voltando as costas às satisfações só possíveis nos momentos ociosos do dia a dia. Do mesmo modo, aplicar tempo e esforço sem pretender recompensas materiais, ou mesmo aprovação por parte de quem seja. O que vale é a satisfação pessoal, o incondicional fazer pelo fazer. Nunca abrindo mão de realizar algo bem feito, com a paixão sempre acesa.

O sujeito trilha esse caminho sem que ninguém queira, peça, ordene ou implore... Quem quer é apenas quem pratica. O amor ao processo faz o tempo voar. Os resultados tornam compensadores todos os momentos desse caminho solitário (a abençoada solidão). O fazer artístico é a convergência do artista com a sua criação e, ao mesmo tempo, a conexão consigo mesmo e sua identidade.

Ter um público também é essencial, afinal, guardar tudo para si só pode ser fruto de um egoísmo desmedido ou de uma timidez crônica. Colocar a produção diante de uma plateia faz o artista vivenciar os louros de ser quem é e do que faz. Não por envaidecimento ou aceitação, mas por presenciar como a sua obra se reflete em seus pares e quais as influências sobre outros pensamentos.

Um alcance amplo nem sempre é acessível - por incrível que possa parecer na vastidão da internet-, pois as exigências das mídias sociais são bem duras ao amador, na mesma medida em que os seus usuários também têm lá os seus critérios. Destacar-se não é apenas um desafio, é uma questão de padrões e de superexposição. Um caminho glamouroso e, sob alguns pontos de vista, tentador ao ego mais saliente.
Nesse caso, contento-me com o que tenho, com as coisas que levo comigo e com o lugar onde estou. Não busco nada além. No entanto, ainda lancei mão de algo para despertar o interesse e a sensibilidade de quem estivesse transitando distraidamente, ou mesmo dos círculos de relacionamentos dos quais faço parte e que tanto tenho apreço.

No primeiro caso, recorri às tags que surgiram neste início de ano. Fui me esgueirando para dentro desse jogo como quem não quer nada, apenas para ver no que resultava. Com a participação das tags #MikeyFeito e #SixFanarts, voltei olhares ao meu perfil, atraindo dois ou três seguidores e tendo maior alcance.
 
Foi muito legal ter essa chance de fazer um gracejo com meus amigos e ter a atenção de alguns desconhecidos. Recomendo aos colegas artistas que também façam isso, se for possível, pois é uma boa maneira de se divertir muito e interagir ainda mais.

[Esse post é parte de uma série sobre o (meu) processo de fazer quadrinhos.] [Parte I aqui] Como toda prática artística, o desenhar exige ...

[Esse post é parte de uma série sobre o (meu) processo de fazer quadrinhos.] [Parte I aqui]

Como toda prática artística, o desenhar exige regularidade e comprometimento. Manter periodicidade e uma rotina de desenho - com prazos, horas estabelecidas e dias marcados - dentro de cronogramas e metas, potencializa a produtividade e a melhora do trabalho. Ainda que de uma maneira suave, cobrar-se alguns objetivos trará os resultados desejados efetivamente, tornando a rotina do artista uma constante.

Neste momento de hiato (forçado) do Ato Falho, não estou parado. O estudo de desenho, as anotações e pesquisas para os capítulos seguintes continuam. Assim como tento tirar o máximo proveito de minhas pausas para cafés, incrementando diálogos, cenas, etc. A marcha lenta nos desenhos não vai durar mais muito tempo, pois começo a segunda parte do Anátema da Arte e a primeira parte do capítulo seguinte, a partir da metade deste mês. Meus planos incluem colocar isso tudo no Tapas ao iniciar o segundo semestre.
Quadrinhos diversos que nunca publiquei.

No tocante ao Ato Falho, os métodos que aplico são bem meus, resultantes de experimentos pessoais. Costumo escrever às quartas e quintas-feiras, desenho aos sábados e segundas. Tenho um quadro branco na parede sobre meu computador onde traço meus objetivos, estipulando datas e outros detalhes aos quais devo voltar a atenção durante o cotidiano. Ele me ajuda a focar no que pretendo fazer e me dá uma percepção visual de tempo.
Um bloco desses faz qualquer desenhista feliz.
Como dito no post anterior dessa série, quando meu roteiro está pronto e faço o raf, parto para o lápis. O lápis é o trabalho mais intenso de uma página. Exige uma maior concentração. A rigor, trata-se da "alma" pictórica de uma página de HQ. Do esboço à definição de linhas destinadas à lineart, manter a estética e ao mesmo tempo ter uma produção ágil, são alguns dos maiores desafios que encaro.
Lápis e lapiseiras que mais uso.

Uso o papel Layout 180g/m2 da Canson, no tamanho A3: o melhor papel que já experimentei. Tenho preferência por lapiseiras 0.5 com grafites 2B... Até uso lápis, só que não ter que apontar constantemente e a precisão permitida pela lapiseira me são mais satisfatórios. Tenho experimentado também o lápis de mina azul (Col-Eraser) da Prismacolor. Avalio muito bem esse material, ele tem as vantagens de não aparecer no scaneamento e minimizar, assim, o uso da borracha na finalização.

Tomo a folha, marco margens de 3,5cm e começo a desenhar com tranquilidade, aproveitando esse momento que reservo a mim mesmo, aliviando-me toda e qualquer negatividade. O meu "guilty pleasure" enquanto desenho é o de ouvir a TV. Desenho sempre com a TV ligada... Pode isso? É, acho que posso, sim, estou perdoado. Até a próxima!

A partir do dia 16/03, estará aberta a minha exposição na Fundação Cultural de Criciúma, onde o visitante poderá ver uma seleção de meus ori...

A partir do dia 16/03, estará aberta a minha exposição na Fundação Cultural de Criciúma, onde o visitante poderá ver uma seleção de meus originais. A proposta é justamente mostrar as artes como foram feitas, sem maquiagens.



A exposição dura o dia inteiro entre março e abril e a entrada é gratuita. Convido as pessoas que acompanham meu trabalho e também quem tiver interesse pela 9ª Arte a visitarem e prestigiarem o evento.


O release:


SEQUENCIÁLOGOS:

A leitura de Imagens (ou Desenhos) pode valer por muitas palavras. Ainda mais quando sistematicamente dispostos em sequências narrativas. Desenhos e textos são linguagens, e como tais, capazes de causar transformações - de pensamentos e de realidades. A Arte Sequencial (Histórias em Quadrinhos) une a interpretação de signos, símbolos e outros recursos visuais, através dos quais ideias e conceitos diversos podem ser comunicados.

Usando dessa referida arte como ferramenta para conduzir a Ficção, Andy Corsant se colocou em uma produção contínua desde o ano de 2014.  Dentre a qual, estão: Lavoisin (2015), Prisma Negro (2016), Olho Mágico (2017 [nunca publicado]), Bianca (2020 [ainda em produção]) e o seu projeto mais ousado lançado em forma de livro: Noite Escura (2019). Atualmente o autor mantém uma webcomic (publicação digital) chamada Ato Falho.

Em "Sequenciálogos", Andy Corsant traz aos olhos do público os originais de uma pequena parte desses trabalhos, exatamente como foram concebidos - sem retoques digitais ou editoração eletrônica. São 25 painéis exibindo todos os detalhes peculiares ao processo, com os seus erros e acertos, do jeito que saíram da prancheta: em nanquim, grafite e corretivo visíveis sobre papel.
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De 16/03 a 24/04/2020.
Galpão do Centro Cultural Jorge Zanatta.
Rua: Coronel Pedro Benedet, nº. 269, Centro - Criciúma/SC.

[Esse post é parte de uma série sobre o (meu) processo de fazer quadrinhos. Nele vou me ater, em linhas gerais, a como inicio uma pág...


[Esse post é parte de uma série sobre o (meu) processo de fazer quadrinhos. Nele vou me ater, em linhas gerais, a como inicio uma página e à parte técnica de tratamento de imagem.]

Em primeiro lugar, fazer quadrinhos pode ser um plano na vida profissional, ou também, uma iniciativa artística livre de pretensões maiores - a escolha pessoal depende do artista. Mas o que não se pode negar é a força criativa exigida por esse suporte e o quanto de tempo é necessário para praticá-lo. Caso exista uma certa inclinação a esse rigoroso processo de criação e o desejo por contar histórias, o autor irá valer-se do poder dos Quadrinhos e seus recursos, unindo imagens e textos para expressar ideias e conduzir narrativas.
Página teste de tempos. Está no meu DeviantART.

Constituída por muitas etapas, a elaboração de uma HQ precisa sempre contar com a intuição e a bagagem de conhecimentos do artista, como a Escrita, o Desenho e a Ilustração. Quem se coloca a quadrinizar deve, antes de tudo, conhecer a linguagem. Ler Quadrinhos - e estar atendo aos detalhes de sua leitura - é imprescindível, assim como a busca por referências diversas e o consumo constante e variado dessa mídia. Também há livros muito bons sobre como fazer Quadrinhos, recorrer a eles é um ótimo jeito de se aperfeiçoar.
 
Antes de tudo, o roteiro deve estar pronto para ser quadrinizado, porque o trabalho intenso de se fazer uma página pode ser colocado a perder se houver alterações muito gritantes. É possível colar cenas alteradas sobre a página ou refazer toda ela, mas o melhor é seguir desenhando com decisão. Quando estou certo de que o texto está feito em sua versão definitiva, parto para o Rafe. Trata-se de um desenho bem rápido de como será a página. Coloco ali os enquadramentos, posicionamentos de câmera, os personagens, suas ações e mais ou menos a posição das falas. O Rafe aponta a direção a ser tomada e é bem importante.
 
Estando tudo de acordo, vou ao o lápis da página. Claro que já tenho as referências visuais coletadas, os Model Sheets de meus personagens e o que eu precisar. Busco as referências visuais quase sempre no Pinterest - um site magnífico ao artista visual.

  
Rafe e arte finalizada. Parte da minha webcomic Ato Falho.

Quando termino o lápis, é hora de limpar o desenho. Nesse ponto faço uma observação importante: se o artista pensa em monetizar originais, precisará limpar o desenho transferindo o esboço para outra folha, do contrário, o retoque digital dá conta. A arte final (aplicar o nanquim) vai da preferência do artista. Eu faço com pinceis e caneta Uni Pin 0.8. Gosto muito de aplicar nanquim, acho relaxante.

Página guia no Photoshop (clichê para padronizar). Pesquisas no Pinterest.
 
Escanear não é mistério. Caso se use folhas A3, em um scanner A4, o ideal é digitalizar a página em três partes e montar no software de edição de imagens. Depois converter para o modo de cor "Tons de Cinza", elevar o contraste ao nível máximo e o brilho a 66%. Tenho um clichê de página salvo entre minhas organizações com tamanho apropriado, margens e paleta de cores. Quando o utilizo, salvo o arquivo com outro nome e fico trabalhando nele. Os passos seguintes são as cores e o letreiramento no InDesign, o que serão assuntos para o futuro.

Bem, isso é mais ou menos um trecho de como edito os Quadrinhos que faço, parte de minha rotina como autor de fins de semanas. Outros posts com esse mote virão, e espero que agradem ao leitor. Até lá!

A arte final utilizando pinceis sempre me encantou. Parecia-me uma acrobacia no que se referia ao desenho. Eu me perguntava como um sujeito...

A arte final utilizando pinceis sempre me encantou. Parecia-me uma acrobacia no que se referia ao desenho. Eu me perguntava como um sujeito atingia a maestria de aplicar o nanquim usando de um instrumento como tão místico, indomável. Ainda nos desenhos mais simplistas a sensação se repetia: o pincel transmitia beleza em suas linhas flexíveis, irregulares - claramente segredos profundos dos artistas mais graduados no ofício.

Somente eles poderiam desempenhar tal façanha? Pelo menos em minhas primeiras tentativas a impressão se manteve. Mas insistir sempre muda as coisas, a repetição ensina, ela afasta as folhagens da selva de receios diante de nós para enxergamos o caminho. Quando vi, já estava finalizando páginas de quadrinhos inteiras e ilustrações de maneira muito satisfatória usando o pincel. Não que eu já esteja pronto, vejo-me ainda como um aprendiz, contudo, acredito que posso passar alguma experiência a frente, o pouco do que sei sobre a ferramenta.
Algumas opções de produtos para começar a trabalhar.
No início, a sensação de manejar um pincel a é de incerteza e a insegurança é predominante. Não há atrito perceptível entre suas cerdas e o papel, conduzi-lo parece ser abrir mão da precisão. Mas se o artista for paciente, compreenderá os seus funcionamentos - conseguirá domar cada linha. Acontece que, em primeiro lugar, é necessário tirar um pouco do peso da mão, o punho ficará, em parte, suspenso - portanto é bom ser delicado. É importante não encharcar demasiadamente as cerdas ao colher nanquim no pote, somente alguns milímetros a partir da ponta é o suficiente.

Exercícios importantes para se adquirir destreza com o pincel.
Fazer alguns exercícios antes de começar pode ajudar bastante. Esses exercícios também devem ser praticados mesmo quando não se vai desenhar, eles treinam a nossa precisão. Quando começo, tenho sempre um papel ao lado esquerdo de minha bancada para retirar os excessos de tinta das cerdas durante todo o trabalho. Também uso um guardanapo de papel sob a palma da mão e o dedo mindinho, a fim de não engordurar a folha. E é necessário calma. Quando estiver decidido, inicie o traçado experimentando as variações - das linhas mais minúsculas às largas - prestando atenção em quando estão melhor colocadas. Parta sempre da esquerda para a direita e de cima para baixo, evitando que a mão borre a tinta mais recente.

"Mechanical Bride" - Desenho que fiz utilizando o pincel para finalizar.

Não tem jeito, o pincel só será seu parceiro após muitas investidas. E depois que você conseguir, não vai querer se separar dele. Faço apenas uma ressalva: mesmo já tendo experimentando bastante o pincel, continuo usando canetas nanquim para fazer detalhes muito pequenos - e recomendo o mesmo ao artista principiante no instrumento. Para não estragar desenhos à toa, a minha sugestão é a de pegar artes em PB à livre escolha da internet, clarear bastante no photoshop e imprimir para fazer alguns treinos.

Se interessar a utilização do pincel nas artes finais, é fácil: o mercado de produtos é variado e acessíveis, faz-se necessário apenas escolhê-los segundo nossas necessidades. Já falei aqui sobre o pincel Condor 00, que utilizei em quase toda a HQ Noite Escura e da Pocket Brush da Pentel que também é excelente. Falta ainda resenhar sobre o ColorBrush Pen da Pentel, a BrushPen da Uni Pin e o da Sakura...farei no futuro (estou experimentando).

Desejo boa sorte e que você trace bons desenhos e quadrinhos com o pincel!