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2021 foi o ano que menos desenhei. Porém, levando em conta meus problemas pessoais, até que fui produtivo. Para não reclamar, pelo menos foi...

2021 foi o ano que menos desenhei. Porém, levando em conta meus problemas pessoais, até que fui produtivo. Para não reclamar, pelo menos foi quando coloquei em prática as principais peças de meu portfólio e consegui elevar um pouco a qualidade de minha arte. Trabalhei meus temas prediletos do jeito que me satisfez bastante.


Não progredi muito em minhas HQs online, em contrapartida, dei uma “tunada” nas noções de ilustração e desenho. Aprendi bastante, tanto praticando, quanto em cursos online… pretendo falar sobre cursos aqui no blog quando for oportuno, já que agora, pode-se dizer que deixei de ser autodidata. Ainda tenho planos para atingir e certamente me dedicarei em perseguir cada um deles.


Então, vamos ao balancete do ano de 2021:


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Balancete de 2021:



Artbook: 05/fevereiro - “Toneladas” de papel indo para o lixo, mas antes o scanner trabalhou. Meu artbook reúne algo de minhas produções vindas da gaveta. [Link]

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Entrevista com Luciano Landim: 08/abril -
Tive a honra de entrevistar o Luciano, um grande artista que é gente fina pra caramba. [Link]

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Mudança: 18/junho -
Mudei de lar e agora montei minha nova workspace. Tá bem legal, estou vivendo com muita tranquilidade e equilíbrio aqui. [Link]

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Sonoridades Múltiplas: 26/outubro -
fui convidado para desenhar a capa da revista “Sonoridades Múltiplas" do Denilson Reis, uma grande satisfação. [Link]

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Pendentes:
A Vida é Justa - HQ em parceria com Evaristo Ramos.
Mangá P.Age 11.1.

Cancelados:
Fanzine Zinapse.


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Desejo um Feliz Natal e um Ano Novo mais esperançoso ao leitor. Que bons tempos voltem trazendo prerrogativa de que, após a tempestade, virá a bonança.

Podemos passar bons anos observando um exímio motorista pilotando um veículo. É possível aprender com ele para que serve cada comando, march...

Podemos passar bons anos observando um exímio motorista pilotando um veículo. É possível aprender com ele para que serve cada comando, marchas e pedais. Porém, ao assumirmos a direção de um volante ou guidão sem antes ter aulas em uma auto escola, não acertaremos de primeira. Não sentiremos a segurança adquirida pela prática. Ao passo que o desempenho de alguém performando algo com categoria pode influenciar positivamente as iniciativas de qualquer novato a também tentar uma atividade. Aconteceu - e acontece - comigo nos quadrinhos.


Dos anos que comecei a me propor a fazer HQs até o momento, um extenso rio de conhecimentos passou sob minha ponte. Aprendi de forma semelhante ao exemplo de conduzir um veículo sem experiência. Mesmo tendo feito muita coisa direito, por outro lado as cabeçadas foram inevitáveis. E não pense que achei ruim, foram aprendizados. Até que atingi muitos objetivos como autodidata (algo que hoje já não mais posso me intitular).
 
Em meu primeiro Quadrinho, o Prisma Negro, eu até me achava hábil com a separação silábica. Tanto que eu nem deixava o software editor quebrar o texto: eu mesmo ia modelando os diálogos. E de uma maneira harmônica entre as frases e a formas dos balões, com cuidado para não deixar barrigas ou permitir linhas longas nos topos ou nas bases. Em suma, o meu negócio era o texto encaixar nas áreas de fala de forma agradável. E assim lancei o meu primeiro projeto em offset, estreando como autor independente.
 
Anos após, em a Noite Escura, editei usando meu par de óculos na ponta do nariz, com meus dedinhos digitando delicadamente no teclado com luzes multicoloridas, seguindo a mesma cartilha do Prisma Negro. Quando dei a obra por concluída, enviei um PDFzão para a revisora via e-mail, tomado por profunda satisfação.
 
Inclinando meu rosto para cima, sorri com o canto da boca e ginguei de leve a cabeça três vezes, respirei e saí para tomar um café - em uma semana estaria pronto. A minha sorte é que eu não fiz tudo sozinho dessa vez. O projeto era grande e precisava ter o polimento de uma obra profissional.
 
A revisora devolveu as correções com um pequeno adendo: eu deveria editar as mais de 100 páginas para evitar as separações silábicas, já que os travessões “quebrariam o ritmo da leitura”. Esvaziei como um balão, fiquei frustrado, mas olhei para o horizonte e pensei que também não era o fim do mundo, e este (o mundo) fora feito em sete dias, antes mesmo de haver dias e noites.
 
Bem, esse pequeno relato é para dizer o quão indispensável é ter amigos, professores e bons exemplos por perto… e... pagar um(a) revisor(a) legal para trabalhos importantes, porque homem ou mulher algum é uma ilha. Mas jamais deve ter medo de cometer seus próprios erros.

Minhas memórias de 2014, ano em que levei mais a sério a jornada no desenho e nas HQs, fazem-me sentir que valeu a pena. Naquele ano fatídi...

Minhas memórias de 2014, ano em que levei mais a sério a jornada no desenho e nas HQs, fazem-me sentir que valeu a pena. Naquele ano fatídico, a Inspiração vinda do YouTube moveu a minha curiosidade por técnicas e materiais de desenho, assim como o DeviantART provocou um intenso desejo de me expressar como os artistas daqueles arredores. Eu já rabiscava antes (como dizem... desde criança), por isso a ignição se deu quando percebi que havia algo em mim a favor dessas vontades.

Vasculhando cada canto dessa minha “linha do tempo”, concluí que, em algumas ocasiões me saí muito bem. Melhor até que hoje! Essa é uma impressão minha sobre o passado que talvez seja mera memória afetiva daquele momento de entusiasmo. Não obstante, observo as nuances pelas quais passei e as alterações berrantes na minha produção - e também uma evolução bastante perceptível.
 
De todo modo, artista algum nasce pronto. Evoluímos eu tomamos decisões diferentes ao progredir. Hoje, eu trouxe alguns exemplos de minha produção daqueles tempos e os comentarei.
 

Essas meninas marcam uma fase que me satisfazia bastante. Eu adotava as hachuras como recurso e minha arte final era mais fina, utilizando de canetas UniPin. É evidente que eu já trazia na bagagem um relativo jeito com figuras humanas, usando de gestuais e expressões faciais eficientes. Lembro de que eu não usava referências, o que tornava o trabalho mais difícil - algo que considero meritório.


Os temas singelos como motivos tinham um ar nostálgico e eu optava por cores bem vívidas. Sempre estive entre a "fofura" e o "sombrio" e considero a produção desse período destoante do humor lúgubre em que me encontrava, mas que depositei mais tarde no fanzine "Prisma Negro".
 

A fase seguinte veio acompanhada do digital. Essa arte foi uma das primeiras 100% feita no computador. A paleta de cores definitiva já se desenvolvia. Em meu DevianrART, há mais dessa leva, com alguns resultados que até o presente me agradam muito.

Esses a cima foram quadrinhos que postei na internet pela primeira vez. Antes deles, eu era bem relutante em me abrir para o mundo.
 
Continuo testando as possibilidades. O passado foi importante, mas o momento de se mover avante é sempre o presente. E os resultados acontecerão com a naturalidade enquanto eu estiver produzindo e aprendendo.

Materiais em mãos, um ajuste na cadeira, nos aproximamos da prancheta ou da mesa… E... então, estamos diante de uma folha em branco de um sk...

Materiais em mãos, um ajuste na cadeira, nos aproximamos da prancheta ou da mesa… E... então, estamos diante de uma folha em branco de um sketchbook. Aquele ânimo urgente de desenhar parece ter nos abandonado e, como em uma conversa entre estranhos, o assunto não surge. Vamos estragar uma folha? Não vou fazer uma Obra de Arte magnífica? Talvez, e do meu ponto de vista, são as últimas coisas a se considerar ao se usar um sketchbook. Colocar nele o que tivermos vontade é o que o torna um instrumento de tão ampla utilização.

Tenho minhas estratégias para lidar com esse momento tão peculiar. Há uma fonte inesgotável de personagens fictícios por aí, dos já desenhados antes, aos existentes só na imaginação - de outros autores e das nossas. Também talvez fotos de pessoas que conhecemos da mídia ou pessoalmente (nossos celulares estão apinhados de fotos). Há a possibilidade de utilizar o sketchbook para treinos e experimentações - que podem perfeitamente ir para uma rede social, ou serem mostrados ao pessoal em torno da mesa no shopping. Eu acho que podem sim, o critério é se divertir.

A Rainha das Trevas.

Desafiar-se é uma boa. O exercícios de concepção de personagens seguindo temas como cores, elementos e referenciais diversos possivelmente dará muito o que trabalhar e exercitar. Por exemplo: figuras humanas com características de frutas, animais, vestuários específicos e outras infinidades de motivos. As experimentações com materiais diversos também trarão resultados interessantes. Lápis de cor, aquarelas, Copics, nanquim etc... Todos são bem-vindos nas páginas de nossos cadernos.

Treinos também têm sua beleza.
Não aborte seus desenhos, não desista deles, ou os subestime. Há muitas maneiras de melhorar e transformar os erros em acertos. O legal é fazer de cada sketch, por mal executado que seja, merecedor de uma atenção com cuidado especial de ser finalizado mesmo com seus defeitos. Eu encho cada folha com vários rabiscos para que os desenhos feios realcem os melhores e o melhores valorizem os feios também. Devemos nos permitir o desenhar feio, torto, afinal o sketchbook é uma brincadeira. Levar ele a sério demais torna as coisas chatas.

Funkeira fazendo poses.

Todos os sábados à tarde, tomo meu café e após minhas obrigações, abro o sketchbook e passo momentos muito agradáveis. Na maioria das vezes, pego meu tablet, acesso o Pinterest e o que vier eu topo. Fotos, cenários, bichos, mecanismos… Vale tudo. E é essa a minha sugestão a todos com fome de fazer arte, de expressar e criar através do traço.

Então, já sabe. Tenha um compromisso com o seu sketchbook e busque as inspirações prediletas com tudo o que você tem vontade. Eu faço assim, pode ser que também funcione com você.

Antes de cair nas graças dos sketchbooks, meus rabiscos experimentais eram em folhas sulfites A3 avulsas. Esse engano me trouxe grandes ar...

Antes de cair nas graças dos sketchbooks, meus rabiscos experimentais eram em folhas sulfites A3 avulsas. Esse engano me trouxe grandes arrependimentos. O tempo passou com os treinamentos nessas folhas, e os resultados disso foram a desorganização, perda de noção de progresso e o acúmulo de material impossível de se manter dentro de casa.

Recentemente, antes de publicar meu Artbook Vol 1 - disponível para download em algum canto deste blog -, fui obrigado a descartar quilos de papel. Não havia como escanear tudo (tive que selecionar muito criteriosamente), portanto entreguei a papelada ao caminhão do lixo, que seguiu seu curso pela cidade carregando bolsas de desenhos meus, até o seu destino, que é nada menos do que a destruição total e definitiva de muitas ideias e rabiscos... junto às possibilidades diversas de aproveitamento que talvez alguns deles pudessem fornecer.

De alguns anos para cá, incorporei os sketchbooks ao meu cotidiano com bastante entusiasmo, algo que já falei aqui e que reafirmo com a veemência mais absoluta. Felizmente, com a Papelaria Fátima aqui ao meu alcance no centro da cidade, tornando as aquisições dos itens imediatas e dispensando a taxação dos Correios, comecei a lidar com esse material tão útil e vantajoso.

Acho que o leitor concorda comigo que usar um sketchbook é uma atividade gostosa e organizada, simples e capaz de despertar a criatividade e a vontade de desenhar no dia a dia. Ser artista do traço e não ter um sketchbook é um tremendo sacrilégio artístico, deveria ser crime e passível de multa. Brincadeiras à parte, é importante registrar progressos, anotar, intuir e tudo mais que a brincadeira tem a oferecer. Já tive alguns sketchbooks e a proposta de hoje é falar um pouco deles sob meus pontos de vista.

Meu primeiro caderno de desenho foi um A5 da Canson. Aos meus olhos, parecia ser um material perfeito. Naquele tempo, sim, era a melhor opção. Capa dura, encadernação resistente e um ótimo papel. Eu nunca havia visto um caderno de desenho com papel 150gr. Mas algo me impediu de continuar usando. Foi que a partir de 20% de folhas desenhadas, a encadernação dificultava o folhear. Eu explico: com a lombada quadrada as páginas precisam de mais pressão para serem passadas, ficando salientes e difíceis de manter retas. Um problemão que espero a Canson já ter se dado conta.
  

O Sketchbook seguinte foi um A4 da Canson. Mesmas características do anterior, mas grandão pacas. Ele herdou os mesmos problemas do irmão menor. Acho que a Canson já deve ter recebido alguns e-mails sobre a qualidade de seus produtos. Foi nesse cadernão que peguei gosto de vez com os sketchbooks. Porque eu ultrapassei as problemáticas e consegui ir além. Não o acabei, porém tenho vontade de voltar a ele qualquer hora para aproveitar os espaços em branco. Fala-se bastante de sustentabilidade e tenho pensado neste sentido. 

A  Canson lançou também uma versão do A4 com as vantagens da encadernação em espiral. Quando vi, caí dentro. Um produto maravilhoso. Se o de lombada quadrada A4 me ofereceu boas experiências, elas se multiplicaram com esse formato tão legal de se manusear. Coloquei a mão na massa valendo... todos os concepts, de minha HQ, Noite Escura, foram feitos em um desses. A encadernação em espiral se transformou em minha preferência definitiva. Ter um sketchbook confortável e de fácil manuseio faz um bem danado. Também há versões em outros tamanhos.
 
Ano passado, propus-me a pegar um sketchbook novo, tirar do plástico e... terminá-lo, com o objetivo de postar mais no instagram. Foi quando adquiri um Academie da Tillibra. Ele tem espiral (como prefiro) com uma proteção de pano, 70 folhas, capa plástica e vem com compartimentos para guardar anexos (o que nunca usei). O papel é semelhante ao da Canson. A experiência com ele foi excelente, saboreei esse sketchbook com grande apetite e foi bem digerido.
 
Mais recentemente, descobri outro modelo de Academie da Tillibra que é superior por ter um papel mais branco e liso, sem a texturinha dos demais. Gostei bastante mesmo da qualidade do papel. São 50 folhas de 150gr, também em espiral, capa dura e se dá muito bem com marcadores (quem me acompanha sabe que os utilizo). Interessante saber que, embora tenha qualidade que se destaca, esse esketchbook é bem mais barato... tem o custo de menos da metade dos da Canson e do primeiro Academie Tillibra.

Essas são boas marcas, bons de usar, etc. No entanto, não há necessidade de super materiais para se fazer arte. Ferramentas baratas e artesanais também valem a pena. Já vi artistas desenvolvendo peças sensacionais com material escolar. Sobre sketchbooks, o importante é usar os cadernos e isso independe de marcas, ou do que é feito. Praticar é que é o essencial.


Navegando à procura de novidades quadrinísticas, tomo o leme de minha nau eletrônica e me lanço na imensidão guiado pelos os faróis - de meu...

Navegando à procura de novidades quadrinísticas, tomo o leme de minha nau eletrônica e me lanço na imensidão guiado pelos os faróis - de meu monitor - atento a cada terra à vista surgindo no horizonte. Inflo as velas e parto em busca de boas obras e artistas neste oceano de informações difusas que é a internet. A internet: esse mar onde quem não permanece submerso, encontra-se no centro dos falatórios sem fim à beira-mar arenosa das redes sociais mais lotadas - onde o sol raia causticante, devastando floras neurais inteiras através de inutilidades, humor duvidoso e muitas baboseiras. E quem sou eu para recriminar? Vez ou outra, uma farofa e um bronzeado diante da marina nunca mataram indivíduo algum. Embora eu só o faça com muito "filtro" solar, não estou tão fora assim dessas inevitáveis paragens.

Milli Camacho e Theo Herrmann. Criatividade e boas histórias.
Em se tratando de Arte Sequencial nas marés nos veículos online, minha bússola aponta sempre para o norte (assim como todas), porém, não é só para lá que costumo me dirigir. Apenas por ele me norteio. Então, ajusto minha luneta e vou de vento em polpa procurando ilhas digitais paradisíacas para lançar minha âncora. E é lá onde encontro histórias que divertem, fazem pensar e trazem mensagens valiosas - belíssimas pérolas em forma de Histórias em Quadrinhos - HQs aos íntimos. O que faz com que eu considere ter valido a pena tudo o que naveguei... assim quando também a própria maré me traz entre ondas digitais uma garrafa ou outra contendo a mensagem certeira diretamente em minhas mãos.
 
Deste modo, mais uma vez, trarei ao querido leitor verdadeiros mapas de tesouros, aos quais tive acesso e gostaria de levar aos quadro ventos.
 
Mergulhe comigo:
 
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Milli Camacho

 
[Divulgação] A belíssima arte de Milli.
A obra de Milli me impressionou. Fiquei realmente encantado com as belas passagens do primeiro conto "Recorrentes: Contos de Spectrus", uma HQ inicialmente destinada ao concurso de uma editora nacional de Quadrinhos. Embora alguns aspectos do roteiro e um dos personagens dessa belíssima webcomic advirem de outra autoria, Mille faz habilmente, em sua versão deste universo, uma imersão nos traumas e nas fragilidades de sua protagonista. Com ares quase psicanalíticos, conduz a história de forma ao mesmo tempo terna e soturna. Em "Recorrentes: Festa de Halloween", a autora parece tomar um revés da história anterior e trabalhar com a leveza e a sensibilidade, com o otimismo... e o mais interessante que tudo, feito em um (finado) Inktober. O traço de Milli é um atrativo à parte, personalidade e delicadeza sem iguais.

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Theo Herrmann

[Divulgação] Eleanor: protagonista de Marble Creatures.
Talento para contar uma história é algo notório em se tratando do Theo. O domínio narrativo desse artista é acompanhado de um surpreendente poder criativo. Atributos que unidos atuam em sua webcomic "Marble Creatures",  uma novela gráfica que me foi uma grata surpresa. Em seus perturbadores episódios, Marble Creatures desenvolve um gênero que admito admirar: ele trabalha o Terror. Permitindo-se ousar de forma marcante e bastante peculiar, temos a violência gráfica, passagens com ação e uma poderosa trama psicológica. Theo é exímio com relação à clareza com que estrutura o enredo e as ligações entre os seus personagens fogem do óbvio. Cada uma das pontas é firmemente amarrada. O traço "sujo" e ágil do autor combina bastante com seu texto. Em se tratando de Marble Creatures, ao progredirmos na história, tudo só melhora a olhos vistos.
 
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Esses foram os artistas deste post. Pessoas as quais me senti honrado em conhecer, ainda que com poucas mensagens, frases... pensamentos e interações. Acredito no trabalho deles e só posso desejar mais sucesso!

Quem me disser que, na Arte, criar é fácil, espontâneo, fluente, etc... estará me causando inveja. O esforço é necessário: sem aquela "...

Quem me disser que, na Arte, criar é fácil, espontâneo, fluente, etc... estará me causando inveja. O esforço é necessário: sem aquela "sofridinha" nada de interessante acontece. O leitor já viu aqueles vídeos instantâneos, em que se atira materiais de desenho sobre uma folha, e nela surge um desenho finalizado? Dá a entender que o processo inexistiu. Para aspirantes e aprendizes sonhadores isso pode trazer frustrações.

Fanart da Morte de Neil Gaiman.
Igualmente como há os muitos delírios de grandeza na esfera do Desenho e das HQs por parte de quem está obtendo os primeiros resultados um pouco melhores. Motivos pelos quais mais da metade deles se sentirem precocemente limítrofes demais para continuar... Porque não tentaram o suficiente e se compararam a artistas já experientes - e o pior: não compreenderam a importância de aproveitar o processo.
 
Venho aprendendo diariamente sobre meu hobby com a atenção voltada ao processo. E, analisando-o sob acentuada autocrítica, avalio minhas limitações, trazendo-as a meu favor com os aprimoramentos necessários. A paixão pela Arte me anima sempre mais...a cada erro, a cada folha atirada na lixeira, a cada esbarrada dura em alguma lacuna de minhas habilidades.

Capa do zine Sonoridades Múltiplas, lançado no dia 13 de Julho.
É preciso ser destemido com os bloqueios criativos, com a desmotivação, as metas. E estamos sempre diante de um desafio, um após o outro. Terminar um desenho e gostar do resultado é algo que até hoje me deixa reflexivo. Ainda que aquém do pretendido, paradoxalmente resulta no melhor que o esperado. Porque se você gosta do que faz, você dará o valor ao que realizou.
Mumm-Ra no sketchbook.
Uma maneira de criar um olhar mais maduro sobre a própria obra é registrar o processo. Filmar, fotografar, capturar tela (no caso de um computador)... esses milagres da tecnologia podem nos dar uns empurrões ao progresso. O registro através de fotografias é ótimo. Separar as etapas e posteriormente observar cada uma delas nos oferece melhores percepções que vão de nossos vícios às posturas e traquejos durante a produção.
 
A consciência de onde estamos errando e acertando nos prepara para próximo trabalho. Como as ilustração deste post, nada tão especiais, mas que me trouxeram boas conclusões sobre como venho executando minhas Artes.

Nessa metade de 2021, dia 18 de junho, mudei-me de casa. Uma das prioridades era a de montar minha workspace. Tirei medidas, fiz o planejame...

Nessa metade de 2021, dia 18 de junho, mudei-me de casa. Uma das prioridades era a de montar minha workspace. Tirei medidas, fiz o planejamento e foi que bateu com o que eu pretendia. Gosto de minha workspace ao lado de uma janela e tive a felicidade de ter uma parte da casa com essa característica e nas medidas exatas. Gostei muito de como ficou o espaço, achei muito digno para meus momentos de trabalho com o desenho. Então, quero apresentar ao leitor a minha nova workspace!
Sim! vai ter desenho e HQs!
Ficou "o bicho"!
Fiquei contente que tanto esteticamente, quanto funcionalmente, cada elemento teve o seu lugar, como se feitos sob medida. Gostei de tudo.
Meus equipamentos (todos fixados por detrás da prancheta).
Cada detalhe ficou de acordo. A pena foi ela ficar distante do computador, porém, a tablet exibe as referências muito bem.
Minha caixinha do desenhista.
Todos os materiais à mão, ferramentas prontas para entrar em ação logo ao lado da mesa (e um os sketchbooks por baixo).
Os papéis que uso, as fitas adesivas e o velho e bom secador de cabelos.
Confortável, acessível, amigável. Tudo o que eu preciso para fazer arte sem ver o tempo passar, e olha, o tempo "voa" mesmo!

E por último, a prancheta completa.
Ok, está apresentada minha nova workspace. Espero que o leitor tenha gostado, pois tudo começa aqui. 

Obrigado pela visita!

Parte de meus anos no colegial foram em uma escola conhecida pela qualificada formação profissional. Lá haviam cadeiras que envolviam, por e...

Parte de meus anos no colegial foram em uma escola conhecida pela qualificada formação profissional. Lá haviam cadeiras que envolviam, por exemplo, a mecânica e a eletrônica, dentre outras. Por causa de disciplinas como essas, o desenho técnico constava em nosso currículo escolar. Portanto, a lista de materiais letivos requisitava esquadros, transferidores, escalas triangulares, compassos... e também as lapiseiras 0.5. Meu irmão cursara a mesma escola antes de mim e eu já havia visto aqueles complexos instrumentos. Isso sem imaginar o quão sofrido seria usar todos eles para estudar. Mas foi a lapiseira que me fascinou, logo gostei daquele traço fininho, dos mecanismos e de como era legal rabiscar com ela.

Com orgulho, apresento minha coleção de lapiseiras da Pentel.
Pentel P205.
 
Minha primeira lapiseira Pentel foi daquela pretinha, mais simples, a clássica Sharp P205 - encontrada até hoje em qualquer papelaria ou loja de materiais de desenho. Saudosista incorrigível que sou, tenho duas delas, uma para o estojo que levo em minha mochila e outra aqui em minha mesa de desenho. Essa lapiseira é maravilhosa e não há limites para a sua utilização, ainda mais se bem cuidada. Desenho muito com ela. Já até postei um vídeo da produção de uma página de HQ a usando. Acontece de ser um produto muito bom e que tem um preço bastante acessível, não há do que reclamar.


Tornando-me um fã da Pentel, tenho colocado as mãos em outras lapiseiras da marca, que antes de qualquer comentário, só tenho a recomendar, porque são produtos de alto nível.

Pentel P365.

Uso grafites azuis na Pentel P365. Gosto do peso dela, do grip de metal e do corpo plástico mais espesso, que traz uma estética bem interessante. Uso-a ocasionalmente para esboços azuis e para as partes do desenho que pretendo apagar ao escannear. Pelo preço, supera as expectativas de qualquer um.

GraphGear 300

Com a GraphGear 300 já começamos a falar sobre um material um pouco mais profissional, e tem um preço ainda bem em conta. Também possui grip e clipe metálicos, corpo plástico, e é bem leve. Mesmo com o grip de metal, ela é equilibrada e não pende. Aguenta bem o dia a dia e como os demais produtos deste post, é para uma vida toda.

GraphGear 500

A GraphGear 500 tem boa ergonomia e é muito agradável de se empunhar. Só é bom ter cautela para evitar quedas por causa da ponta metálica mais pesada que o corpo plástico: ela vai direto de bico pro chão. Com seu excelente grip, proporciona boa sensação ao se trabalhar prolongadamente. Além de ser muito bonita!

GraphGear 1000.

E por último GraphGear 1000, uma lapiseira de uso definitivamente profissional que é a minha aquisição mais recente. Ela tem o corpo inteiro de alumínio, um grip que dá firmeza e vários mecanismos utilitários e de segurança. Conta com uma ponta retrátil, indicador de graduação da grafite ajustável e um belo clipe, ou seja, uma elegância sem igual. Vale o custo benefício.

Minhas experiências com lapiseiras acabaram sendo sempre positivas, o trabalho fica confortável com materiais tão bons. E, claro, trazem aquela sensação da juventude, de desenhar e rabiscar com esse agradável material!

Ser rápido está dentre as boas qualidades de um desenhista. Ter um bom traço também. Há quem exiba ambas dessas qualidades. Quem desenha as ...

Ser rápido está dentre as boas qualidades de um desenhista. Ter um bom traço também. Há quem exiba ambas dessas qualidades. Quem desenha as persegue, já que elas permitirão uma produção satisfatória e prolífica. Essa combinação (rapidez e boa Arte) é perceptivelmente o perfil de profissionais que tiveram a vida inteira no ofício como desenhistas e uma árdua jornada nesse território, submetendo-se a prazos curtos e exigências frequentes quanto à qualidade de seus trabalhos. Assim operam os mercados mais almejados, como os de super heróis ou do mundo dos mangás shonen, por exemplo.

Um retoque digital "honesto".

Sob o meu ponto de vista - falando de HQs -, a Arte comercial em linhas de produção é fundamental, um mercado com operários do traço instruídos para suprir - com metodologia acurada - cada nicho de mercado. São montados estúdios, unem-se desenhistas, roteiristas e editores, e é com eles que as engrenagens poderosas tracionam. Neste caso, a arte é comercializada tal um serviço que me permito a ousadia de comparar ao de um escritório contábil - este indispensável. O problema é: eu, artista comum... amador, tenho como chegar ao ponto de produzir bastante e bem? Dedico-me ao desenho de forma muito passional, recusando-me a mecanizar meus métodos, por isso estudei muito como ser mais produtivo e melhorar meu trabalho.

A resposta está na tecnologia e tudo mais que está ao meu alcance. Desenhar rápido é possível... é só querer. Ter um bom traço? Também... afinal, para mim, a satisfação é pessoal - sou eu quem quero agradar em primeiro lugar. Os aparatos eletrônicos podem dar uma "tunada" na arte de todos. Por isso me tornei um verdadeiro adepto ao retoque digital. De duas formas que estarão a seguir, com a ressalva de que ainda considero o papel e tinta os melhores meios de finalizar uma arte... sou meio jurássico se puxarmos minha mais real sinceridade... vamos deixar isso para lá... podemos desconsiderar.

Nesse caso, uma trapacinha muito útil.

O primeiro modo é o retoque que chamo de "honesto".  Fazemos tudo rapidamente: o esboço, definimos os traços, partimos ao nanquim e tudo bem. Tudo bem até começarmos a ver os erros e desalinhamentos. Escaneamos e vamos retocar digitalmente usando uma mesa digitalizadora com brushs, carimbos, esticar, encolher, redesenhar, etc. E temos uma bela página de quadrinhos feita em duas etapas (a tradicional e digital) tendo um bom ganho de tempo e com as coisas em seus devidos lugares. É assim mesmo, trata-se de um bom meio para facilitar.

O segundo modo é o que chamo de "trapaça". Que não é bem do que se trata. Esse é um verdadeiro propulsor para desenhar páginas de quadrinhos ou ilustrações. Faz-se o esboço no papel e então é escanear ou tirar uma foto bem feita e em boa resolução. Levando ao software editor de imagens, é só alinhar, arrumar, redimensionar o necessário e em seguida, com um layer transparente sobre a página, fazer a arte final usando um brush à livre escolha.
 

Minha mesinha, companheira de anos.
Não adianta, trabalho teremos de qualquer forma. Acho o processo do desenho agradável, não sou de fazer corpo mole seja qual a etapa, ou executar algo de "qualquer maneira". Mas me divirto muito usando os recursos digitais e os acho muito facilitadores, tanto que recomendo a todos que conheço com muita sinceridade. Não sei se - como já li - usar mesas digitalizadoras "criam vícios" no desenhista ou coisa parecida. Estou na estrada desde 2014 e posso garantir que, com minha prática diligente, só tenho melhorado em ambos os suportes. Espero que o leitor também encontre boas práticas nos dois!

Redes sociais se alimentam de interações entre usuários: compartilhamentos multimídias, ou mensagens de texto recebendo reações ou comentári...

Redes sociais se alimentam de interações entre usuários: compartilhamentos multimídias, ou mensagens de texto recebendo reações ou comentários. Mas e se em vez disso tivéssemos apenas a reunião de conteúdos inteiramente visuais? Boards inteiros de ideias e conceitos variados esquadrilhando a internet inteira? O Pinterest não merece ter o demérito de ser chamado de "rede social", como já vi algumas vezes ser dito por usuário menos informados. O Pinterest é uma fonte de busca por imagens tão ampla e diversa que sua utilidade nada pode ser comparada ao lero-lero improfícuo dos cantos mais frequentados de nossas redes.

Quem já lidou com Desenho e Artes Visuais, usando de alguma metodologia, deve ter conhecido os "Painéis Semânticos", que com seus recortes, colagens e coleta de informações, continham em si a ideia central do Pinterest: a de inspirar visualmente e dar consistência a qualquer tipo de projeto. Cada pesquisa e criação de boards pinados com um bom material, fazem as ideias multiplicarem, oferecendo um norte definido e facilitando muitas de suas etapas.
 
Não há o que não exista no Pinterest quando se precisa de referências. Dele bebem do arquiteto à costureira, do desenhista ao gamer. Como dito, os limites são a vontade e a imaginação do usuário.  A proposta de organização de elementos com a possibilidade de categorizações e conexão de assuntos inteiramente online, obtidos por incontáveis fontes, são dos recursos mais poderosos já pensados num processo criativo. Algo destinado a quem queira uma ultra dose de ideias que não o deixará na mão em hipótese alguma.

Inspiração para todas as horas.

A diversidade do algorítmico pode dificultar um iniciante em manter o foco. Eu mesmo usei muito o Pinterest sem me organizar, abrindo dezenas de abas do meu navegador com os pins que me interessavam e não os categorizando, caindo no erro de pensar ser isto desnecessário. Mais tarde eu veria o quão estava equivocado. E admito que, até hoje, quando preciso colocar algo em meu sketchbook, acesso o Pinterest não criando diretórios, pela utilidade efêmera dos motivos que procuro. O que é de se entender, o tempo é escasso, a organização também precisa ser servida de dedicação. No entanto, tenho buscado a disciplina aos poucos.
 
E o leitor agora sabe mais algo sobre mim: meu site favorito. Sim, o Pinterest é meu vício e um prazer. Uma fonte de ideias não só a artistas, mas qualquer pessoa, que garantidamente - em uma navegação superficial - já concordará com minhas palavras sobre esse site maravilhoso. E então, vamos pinando e criando... Pois a vida mais criativa é também muito divertida.

Luciano Landim é Quadrinista e Ilustrador cearence. Publicou de forma independente pelo Coletivo Estação 9 e foi autor no projeto Direitos H...

Luciano Landim é Quadrinista e Ilustrador cearence. Publicou de forma independente pelo Coletivo Estação 9 e foi autor no projeto Direitos Humanos em Quadrinhos durante o estágio na Universidade Federal do Cariri - UFCA. É autor do Flatlinner, projeto de compartilhamento digital de tiras autorais e hoje cursa Licenciatura em Artes Visuais pela Universidade Regional do Cariri – URCA.

Quero dizer que é uma honra você ter aceitado o convite. Depois que vasculhei o seu trabalho, não consegui tirar da cabeça essa entrevista. Como começou com o Desenho e HQs?
R:
Obrigado, fico feliz pelo convite. Eu comecei a desenhar quando era criança, mas pra pensar em profissão foi só no inktober de 2016. Então, depois disso, passei a desenhar muito. Em 2017 lancei meu primeiro quadrinho independente: ‘O homem bicho’, contava uma lenda daqui do Cariri cearense.

Há muito de autobiográfico no que você faz, não é? As reações de seu público (no instagram) mostram muita identificação com o que lê. Te surpreende tantos compartilharem de sentimentos/pensamentos tão semelhantes aos narrados em seu trabalho?
R:
Existe sim algo de autobiográfico, claro que nem tudo é sobre minhas experiências, sempre tento abranger para mais pessoas. Eu sempre fico surpreso quando alguém vem me falar que se identificou ou analisa o que pode ser o quadrinho, toquei a pessoa com o quadrinho, isso que importa.

Tem algo de muito triste no seu senso de humor. Você é sempre certeiro, e isso é fascinante.
R:
Eu já me aceitei que não sou muito bom em fazer humor. Ainda assim, vez ou outra eu tento fazer alguma piada e nem sei se sempre funciona exatamente como humor, mas tudo bem também, o humor surge da desgraça afinal.

Alguma vez se inspirou em sonhos para suas tiras?
R:
Nossa, sempre! Um tempo atrás eu percebi que quando leio muito antes de dormir, acabo sonhando, acho isso incrível, peguei o costume de anotar meus sonhos pra pensar em quadrinhos em cima deles.

A poética de suas tiras, inevitavelmente, fazem-nos refletir e obter uma suspensão dos pensamentos por alguns segundos. Quando você está criando, sente que está realmente indo tão fundo?
R:
Para falar a verdade, não. Sempre que faço alguma tirinha que vejo muita interação em referência ao sentimento eu fico me perguntando o quão fundo a pessoa está indo na interpretação, às vezes eu só fiz por que achei legal, mas gosto de ver como as pessoas apreciam a obra fora do aspecto técnico.

Relacionamentos, solidão, rupturas, encontros... São temas universais. Você os trata de uma forma bem peculiar, passando longe de clichês. Como essa naturalidade acontece?
R:
Não sei se não é clichê, apostar no clichê é bom por que eles funcionam. Acho importante saber como eles funcionam para usá-los a nosso favor. Acontece que eu nunca tento não ser clichê porque tenho medo dessa tentativa me levar para algo meio “brega”, então o que eu tento é só falar do sentimento de forma mais abstrata do que escrever “estou triste”. ‘Triste por quê? Por causa da solidão? Mas estou me sentindo assim por quê?’ São perguntas que me faço quando estou fazendo os textos.

Fazer quadrinhos é uma prática bastante solitária. Favorável a quem nunca se importou em ficar sozinho, ou não?
R:
Não sei o quanto é solitário e o quanto é só romantização do artista solitário. Claro que a gente precisa de tempo pra pensar sobre o que produzir (Essa interpessoalidade é importante pra todo mundo, não só pra artistas) mas sempre estamos cercados recebendo informações de todo mundo e todo lugar para que a produção faça sentido.


Quais as suas maiores inspirações?
R:
Não sei se inspirações que você quer dizer é o que me inspira pra produzir (Se é isso é o puro prazer de contar histórias) ou inspirações artísticas, aí é uma pergunta muito maior nos quadrinhos são: em estilo de desenho é o Bryan Lee O’malley; em texto é o Inio Asano. Estou sempre acompanhando e me inspirando em muitas pessoas, então minhas referências vão mudando.

Você fala sobre o seu processo criativo nos stories do instagram. O que você poderia acrescentar de inusitado sobre quando você põe a mão na massa?... como de onde vem as ideias, por exemplo?
R:
Minhas ideias nesses últimos tempos têm sido bem menos intuitivas, eu sempre decido um tema, sento e vou ler e pesquisar sobre até desenvolver algo. Vejo que muita gente espera a ideia surgir com um gatilho, mas para fazer diariamente não dá para esperar por isso.

Você tem um belo portfólio com a Arte Digital. A sua produção maior é nesse suporte, mas vemos uma certa versatilidade de sua parte demonstrada também no papel.
R:
Sim, eu gosto bastante de tintas e telas, mas decidi deixar essa parte mais num âmbito pessoal quando quero relaxar, arte tradicional dá mais trabalho e demora mais. Arte digital não suja nada então para mim é mais rápida.

Fazer quadrinhos não é limitados quanto a prosa para expressar sentimentos?
R:
A prosa ela é sempre muito especifica, a imagem não tem isso. Se um texto eu falo “Estou aflito” é extremamente especifico, não existe nada fora da frase. Agora, você desenhar a aflição é muito subjetivo e existem muitas interpretações para essa imagem criada.

Agradeço, mais uma vez, por mim e pelos leitores do meu blog. Desejo ainda mais sucesso!
R:
Poh, fico feliz demais em participar, sucesso para você também.

 
https://www.instagram.com/flatlinner/

 

Pincéis com corpos de canetas são itens muito desejados dentre desenhistas. Não para menos, uma vez que eles nos fazem sentir tal as corredi...

Pincéis com corpos de canetas são itens muito desejados dentre desenhistas. Não para menos, uma vez que eles nos fazem sentir tal as corrediças houvessem recebido alguma graxa. Isso devido à facilidade de seu uso se comparado a qualquer pincel comum. Pessoalmente, sempre fui um apreciador da arte final a pincel, primeiro como admirador do trabalho de outrem e depois no meu próprio fazer. O pincel é uma técnica a se desenvolver e dominar após estudos e práticas prolongados. As exceções à regra existem, mas são raros e menos predominantes.

Brushpens: pincéis tunados.

Eu mesmo tive minha jornada com os pincéis, já registradas aqui e garanto que vale muito a pena colocar algum empenho em seu uso, se for do agrado do artista.  Valorizo essa ferramenta porque ela me acompanhou nos meus trabalhos prediletos, oferecendo-lhes um tratamento pontualmente desejado. O acabamento do pincel traz beleza e um aspecto mais profissional. Mas o seu uso é mesmo para todos? Há quem não se adapte ao processo: molhar no nanquim frequentemente, acostumar-se com a empunhadura de seu corpo fino, lidar com as cerdas, espera de secagem, o maior empenho para precisão, etc.

"Diabão" - Sakura Brushpen na arte final.

E existem os referidos pincéis com corpos de canetas. Além de serem de fácil manejo, eles também têm reservatórios de tinta, por isso são muito atraentes e inspiram mais segurança. Sedução à qual também me rendi, sem arrependimentos. As famosas Brushpens são bastante procuradas desde que viajaram continentes e se tornaram itens acessíveis, encontrados facilmente em boas lojas de materiais artísticos, assim como em e-commerces.

Algumas de minhas melhores experiências com Brushpens já foram registradas aqui. Mas há outras as quais farei menções: são elas a Brushpen Sakura e a Unipin. Ambas mostraram eficiência, proporcionando exatamente que eu esperava delas. Trabalha-se mais rápido, com maior facilidade e elas podem ser transportadas a qualquer lugar dentro de um estojo - sem sujeira. Não são poucas as praticidades do uso de uma Brushpen, os resultados fazem por merecer a procura.

"Groupies". Arte final com Unipin Brushpen.
As Brushpens da Unipin tem um pincel diferente, trata-se de uma ponta maleável sem cerdas, e é bem fina, permitindo maior precisão. A tinta é muito boa, provável que a mesma das canetas técnicas Unipin e têm longa duração. Uso bastante essa caneta porque ela me faz lembrar os resultados do bico de pena por causa da possibilidade da tracejar em linhas mais delgadas e a facilidade de se variar o traço.
 
Já as Brushpen da Sakura têm as cerdas sintéticas mais longas e são bem semelhantes às de um pincel convencional. Ela tem a ponta fina, flexível, funcionando muito bem nas linearts, assim como para preencher até grandes áreas de tinta. Gostei de cada experimentação que fiz com ela, algumas delas demonstradas em meu post sobre sketchbooks. Não tenho ressalvas quanto à qualidade desse caneta, aprovei já nos contatos iniciais.

Deixei aqui as minhas impressões sobre essas duas canetas, hoje tão próximas de nós e prontas para nos ajudar a fazer belas Artes e nos satisfazer o interesse por materiais inovadores.

As saraivadas de imagens estonteantes que nos atingem a cada dia, talvez nos embotem a percepção ao valor e à riqueza da simplicidade , seja...

As saraivadas de imagens estonteantes que nos atingem a cada dia, talvez nos embotem a percepção ao valor e à riqueza da simplicidade, seja ela singela ou brutal. Vejo-me invariavelmente imerso na beleza das obras cuja pureza as afasta da pretensa condição de extasiar. Minhas crenças, como artista, estão na profundidade da arte como expressão e na comunicação de ideias. Não consigo reter em minha mente excessos extravagantes de técnicas elaboradíssimas e efeitos visuais digitais sem importâncias informativas (concordando com o eterno Will Eisner).

Camila  e Leonardo, dois feras!

O volume de imagens a preencher a visão não é apenas um fato cotidiano nesse atual atletismo artístico, é quase uma imposição que não oferece alternativas senão as da perfeição e do deslumbre. Não que seja ruim, não que faça mal, só que não é apenas isso o que importa. Libertando-nos do fascínio ao virtuosismo, abrem-se janelas e belas paisagens podem ser avistadas, um mapa de influências muito mais sóbrio. Manter os olhos atentos é uma prática proveitosa a quem cultua as Artes Gráficas em suas faces mais diversas.

A partir dessa premissa pessoal com relação à contemplação artística, trago alguns belos exemplos de um pessoal cujos trabalhos, em seu mais honesto poder criativo, encontram-se soterrados pelo panteão célebre reinante na superficialidade da internet e seus números exorbitantes de seguidores. Por isso digo: para se encontrar o ouro, precisa-se minerar.

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Camila Amaral

A ousadia das cores de Camila Amaral.

Trazendo uma Arte texturizada, Camila faz uso de acabamentos rústicos, com doçura e delicadeza. Suas finalizações são muito diversas, indo do giz pastel, aquarela, ao digital. Bastante poética, a Arte de Camila Amaral mescla o mangá, passando pelo universo geek, ao K-Pop. A utilização de suportes variados é uma das suas características mais acentuada. As técnicas de sobreposições displicentes de traçados e esboços multicoloridos fazem sua Arte figurativa marcante e de muita personalidade. Dentre suas atividades estão a de professora de desenho, venda de originais, reproduções, adesivos e outros produtos através de suas contas nas redes sociais.

 
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Leonardo Wolff

Leonardo Wolff brinca com imaginação.

Designer com o pé no estilismo, Leonardo é de uma genialidade ímpar. Seu traço é pesado e, sobre ele, as experimentações são ilimitadas - assim como os motivos retratados. É um exemplo de trabalho duro, com uma grande energia criativa. Está constantemente se auto desafiando com sua variedade de temáticas. Leonardo também demonstra desenvoltura nas HQs, como o feito na história curta "Perda", publicado no site TAPAS. Nos breves diálogos que tive com ele, realçou-se o seu entusiasmo sobre o que lhe parece ser o seu principal âmago passional: a Arte.

Instagram: https://www.instagram.com/wolffleo/
Tapas: https://tapas.io/leonardowolffart

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Esses foram os artistas escolhidos nessa segunda parte dos Autorais. Outros estão a caminho, pois estou espiando aqui e ali, comprovando o quanto de boa arte está diante de nós, pronta para nos surpreender ao darmos um simples desvio do olhar.