agosto 2024 - Homem Quieto

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  O fanzine ainda vive e tem seu barulho se propagando por aí. Talvez por falta de me atualizar, pouco sabia sobre os sucessores da resistê...

  O fanzine ainda vive e tem seu barulho se propagando por aí. Talvez por falta de me atualizar, pouco sabia sobre os sucessores da resistência fanzineira da velha guarda, já há tempos conhecida por nós. Existe uma nova geração trazendo os seus quadrinhos e textos com o mais puro frescor da atualidade. Isso tanto na mídia impressa - seja no offset, ou Xerox - quanto nos meios digitais. São verdadeiros aventureiros bancando as suas artes e todos os processos que as envolvem (o que não é moleza), destacando-se como representantes do “faça você mesmo” do novo mundo. Pondo a mão na massa de verdade e executando seus trabalhos com grande categoria, estão na rota de sites como o Fliptru, na produção independente – e nacional – galgando fronteiras de um mercado (talvez antiquado?) fechado e altamente seletivo.
 
Estamos diante de uma revolução em forma de um motim em grande escala que facilmente tomaria de assalto a cena, ultrapassando publicações cujo peso de seu papel têm valores na cotação de bitcoins. Nossos atuais autores independentes estão dispostos a lograr o único e mais fundamental objetivo das HQs ao serem atiradas nas mãos de um leitor: simplesmente divertir. E certamente estamos na direção correta, a mudança do mercado está acontecendo agora com uma nova leva de leitores/consumidores e mais e mais autores brotando aos bandos. Mas e então? Não foi sempre assim? Não! Confira o Fliptru, aventure-se na relva de talentos desse site e me diga se toda aquela diversidade não resultaria em outra coisa senão em uma mudança definitiva no hábito de consumir quadrinhos no Brasil. Se essa explosão das HQs online já não é uma mudança, também não sei o que seria.

É com essa perspectiva tão otimista que venho aqui contar um pouco de minha participação no fanzine “Sonoridades Múltiplas”. Eu já havia feito uma capa para o número 06 (ela abre o post), a convite de Denilson Reis, editor de outras publicações e que também vem encabeçando o “Tchê Zine” desde o século passado como o mais longevo fanzine desse país. A proposta da publicação Sonoridades Múltiplas é - dentre HQs e ilustrações inspiradas no mundo da música - os registros de Denilson a respeito dos palcos diante dos quais pisou em suas peregrinações sonoras ao longo das décadas. Para isso, ele convida ilustradores e desenhistas a participar dessa ideia, trazendo leituras visuais às resenhas. Uma profunda viagem em suas impressões extraídas dos shows de grandes bandas e músicos em performances ao vivo.
 
No número 07 de Sonoridades Múltiplas, entro com o meu traço retratando o guitarrista Steve Vai, na apresentação da turnê Passion And Warfare - 25th Anniversary, que como sugere o título, comemorava o aniversário de 25 anos do tão aclamado álbum, e por sorte dos gaúchos, o show também se realizou no dia do aniversário de Steve Vai aos 57 anos. Fiquei muito animado com o convite, e logo que o Denilson veio no meu inbox, aceitei no ato e já fui atrás de referências. A execução da ilustração aconteceu em uma noite de sábado, logo após terminar um outro desenho em meu sketchbook.
 
Para pedir o fanzine Sonoridades Múltiplas (impresso ou digital), entre em contato com o Denilson: tchedenilson@gmail.com

Em torno de um mês após o início do ano, inscrevi-me em um grupo de whatsapp e me juntei a outros artistas e aspirantes. Dentre produtivas t...

Em torno de um mês após o início do ano, inscrevi-me em um grupo de whatsapp e me juntei a outros artistas e aspirantes. Dentre produtivas trocas de ideias, acabei por me motivar a tentar algo novo/diferente em meu hobby de fins de semana. Com o incentivo dos membros do grupo, coloquei-me a vasculhar, em meus desenhos, qualquer coisa para me servir de inspiração. A princípio, eu preferia esquecer o “Ato Falho” (a HQ mais longa que fiz), bem como desconsiderar continuações das HQs impressas. Tive dificuldades, pois minhas consultas foram, principalmente, nas produções para o instagram entre 2022 e 2024 e não havia nelas direcionamento algum. As coisas começaram a fazer sentido quando percebi o tema em comum em todas aquelas peças soltas: as garotas góticas. Concluí haver em mim um certo fetiche pelo vestuário, maquiagens e toda a exuberância misteriosa dessa subcultura.
 
Intuitivamente, escolhi um dos desenhos e, sobre ele, imaginei gradualmente uma narrativa com a referida temática. Eu já disse aqui, em um Abstraço, sobre as minhas hipóteses a respeito de estruturar, universalmente, tudo a partir de frases… Com frases sobre o direito de ser "você mesmo" - por mais estranho que seja-, avancei nos primeiros passos para criar os personagens principais e conceitos iniciais. No perfil do instagram da protagonista, pode-se ver algumas amostras dessa etapa. Nessas pequenas mensagens estava o essencial sobre o que eu me propus a escrever. E quando falo em “escrever”, é porque eu realmente quis executar minhas ideias em forma de texto escrito em prosa, que em minhas expectativas, intercalaria com ilustrações.

 

Essa ideia embrionária precisou ser modificada, já que escrever ficção em prosa requer outros processos com os quais ainda não estou habituado e eu necessitaria entrar em uma curva de adaptação muito acentuada, com um prazo muito mais longo até a efetivação… passei a aceitar que eu me daria melhor fazendo as coisas do jeito mais usual para mim: através de uma História em Quadrinhos. Pôr a mão na massa foi natural, tanto desenhando concepts, model sheets ou estruturando a trama através de linhas do tempo baseados nas tentativas textuais anteriores. Deste modo, já estabeleci a forma e o conteúdo para Vivi Morbi – Alomorfia (com todas as suas alegorias e metáforas). Não havia como regredir - surgia a minha segunda webcomic e um dos projetos mais empolgantes de minha jornada nas HQs.

Questionei-me sobre como publicar… Uma investida em outra impressão se tornaria dispendioso e levaria muito tempo para obter o(s) resultado(s). A resolução mais cabida estava sob meu nariz e não carecia de pensar muito: eu tinha a possibilidade de publicar online. Com esse meio, alcançaria mais público e contaria com uma reprodução interminável de exemplares – ou seja, a melhor opção possível. Escolhi o Fliptru juntamente a um website oficial com domínio. O Fliptru é uma plataforma 100% nacional de publicações de HQs com um boa administração e muito bem aceita pelos artistas e leitores. Portanto, o lugar certo para novos e velhos talentos. Já no site, faço minhas atualizações, os atalhos para os volumes, bem como mantenho um espaço para meus merchans. Até agora, com campanhas no Fliptru e o domínio, foi gasto o preço de duas refeições.
 
Talvez, se o leitor ainda não conheça a Vivi Morbi, e tenha surgido o interesse... fica aqui o convite para dar uma conferida na página dela e prestigiar um pouco de meu trabalho, acompanhando essa aventura estranha, arrepiante e sombria!

A mochila é o acessório que jamais deixo de levar comigo. Para qualquer lugar que eu vá, estou com meus gadgats, remédios, itens de higiene ...

A mochila é o acessório que jamais deixo de levar comigo. Para qualquer lugar que eu vá, estou com meus gadgats, remédios, itens de higiene pessoal e os utensílios de desenho. Tenho nela o principal para rabiscar assim que tiver uma oportunidade. Fiz um post bem antigo sobre, e agora vou dar uma atualizada. Ainda que sem grandes novidades, há o que mostrar e principalmente, o interessante fato de como houve uma redução de materiais, permanecendo apenas o fundamental.
 
Ferramentas de desenho portáveis são essenciais para um desenhista que sai a campo e sabe que muitas das vezes terá um momento a ser aproveitado. Levar consigo um sketchbook, como um dos que já testei e falei por aqui, por exemplo, é uma boa
para rascunhar aquelas ideias legais que surgem quando se menos espera. Portanto, canetas, lápis e outros já servem para se fazer alguma coisa. Então a seguir, está o meu inventário básico.

 
Da esquerda para direita, iniciamos com minha lapiseira Pentel P205. Veja o post especial sobre minha coleção delas aqui no blog, está bem completo. A seguir, em cima, uma borracha também da Pentel. A baixo, e da mesma marca, um porta grafites 0.5. Gosto dos grafites 2B, mas no caso da foto, estou usando um 3B, já que era o único disponível na papelaria da última vez quando estive por lá.
 
Depois vem a minha querida brushpen japinha da Pentel. Também fiz um post exclusivo dessa maravilha, a qual tenho uma estima extra. É uma ferramenta excelente para lineart, por ter uma ponta de pincel, um corpo de caneta e também por ser recarregável.
 
Em seguida, uma caneta Copic Ciao Cool Gray C2. Falei algumas vezes sobre Copics aqui no blog. Pretendo, assim que essa carga terminar, passar a recarregar ela com o Neutral Gray N2, pois considero mais interessante o resultado dessa outra cor.
 
O canetão preto, Pilot 400 é um dos meus prediletos. Pretão permanente e bem escuro para grande áreas de preenchimentos. Também muito legal para fazer efeitos de rabiscos grossos com sua ponta chanfrada.
  
Completando tudo vem as duas canetas. Uma 0.5 da UniPin e a caneta esferográfica de quatro cores. Com a UniPin eu faço detalhes das linearts e locais dos desenhos que requerem mais precisão. Já a caneta esferográfica é para esboços soltos e, também, para escrever.

Os dois itens finais são meu estojo e o tão adorado sketchbook. Com o estojo de dois compartimentos há a organização dos materiais. No sketchbook é onde a diversão acontece. Esse é da marca Tilibra, com o tamanho A5.
 
Assim apresentei meu kit para o qual recorro a qualquer momento de inspiração quando fora de minha casa. Nos eventos, costumo carregar bem mais coisas, pois para mim é muito necessário caso surja um pedido ou eu tenha que me distrair com algo mais complexo. Daí seria um outro post inteiro, dispensável neste momento... para o futuro, talvez.