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É factual o meu progresso ao longo em 2022. Neste ano, percebi-me em um verdadeiro aclive de maturidade, de liberdade artística, insights e ...

É factual o meu progresso ao longo em 2022. Neste ano, percebi-me em um verdadeiro aclive de maturidade, de liberdade artística, insights e crescimento pessoal. Realizei pequenas grandiosas conquistas na seara das Artes - tanto nos Quadrinhos quanto no Desenho - tomando definitivamente o estilo de vida que considero ideal. Sepultei meu sonho de ser ilustrador profissional, o qual tomei consciência estar, há tempos, acompanhado de aspectos irresolutos do meu passado. Deixando para trás todos estes ruídos desnecessários, foram eliminados problemas estridulantes de uma forma absolutamente libertadora nessa minha atual fase. Publiquei mais uma HQ impressa e, creio, minha prancheta jamais foi tão visitada por mim.

Sinto-me melhor que nos dois anos anteriores (aliás, o que começou na segunda metade do ano passado) e parece que encontrei uma bela parcela - embora ínfima - de paz de espírito. Tudo o que digo se expressa perfeitamente no meu balancete deste ano, do qual só tenho a me orgulhar.

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Então, vamos ao balancete do ano de 2022:

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15/01: Primeira Live no Twitch. [Justificativa por ter parado]

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19/02: Meet the Artist In a Comic. [Link]

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17/04: Meu primeiro vídeo comentado no YouTube.
 
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01/06: Zine Black Ink Girls. [Link]
 
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25/08: Manifesto "Minha Religião é a Arte Sequencial". [Link]
 
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01/09: Lançamento HQ Shockstar impressa. [Link]
 
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11/09: Tanuki World Fest Z. [Link]
 
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02/11: Concluída a participação no evento "Inklunar". [Link]
 

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Projetos em andamento: "Hana-O - Visões Sombrias". "Ato Falho". "Bianca".
 
Cancelados: Mangá "P.Age 11.1".
 
Pendentes:
"A Vida é Justa" - HQ em parceria com Evaristo Ramos.



Balancetes Anteriores.


 
Saúde e Paz a todos.

Viver da Arte é o maior triunfo obtido por um Artista. É o seu lugar ao sol fazendo do que ama o sustento e a prosperidade. Quem não gostari...

Viver da Arte é o maior triunfo obtido por um Artista. É o seu lugar ao sol fazendo do que ama o sustento e a prosperidade. Quem não gostaria de retirar renda através de afazeres prazerosos? Gosto de ver o êxito de artistas, aplaudo de pé quem estuda, impõem-se, vai à luta com uma certeza na cabeça e a transforma em realidade. Esses têm a minha profunda admiração porque enfrentaram o mundo para entrar no mercado do trabalho, esquivando-se de cada olhar torto, de cada comentário desencorajador.

Vivo um momento no qual estou contemplando, inspirando-me e fazendo Arte apenas como uma terapia. Transformo meu hobby de fins de semanas em um benefício ao espírito. Já falei aqui sobre o fazer por hobby, e é essa a vaga ocupada por minha vida neste momento, é onde estou estacionado. Já me aventurei nas publicações impressas de forma independente (Prisma Negro, Noite Escura e Shockstar), publiquei (e publico) webcomics que são as HQs em formato digital e desenho quando estou querendo me desligar do cotidiano. Hoje vejo inexistir algo comparável a estar bem resolvido e fazer as coisas porque apenas gosto, exclusivamente para a minha higiene mental.

Minha brincadeira é levada a sério, não se engane. Tenho compromisso com a Arte e a faço de forma diligente. Muitos não entendem, compreendem parcialmente ou apenas acham engraçado. Para mim, o que faço é sério porque é honesto, vem de minha alma, de meu âmago. Embora possa parecer pouco, garanto que esse "pouco" colocado para fora é o melhor de mim. A produção modesta e os resultados igualmente desprovidos de grandiosidade são os meus esforços maiores e por isso os tenho com muita estima.

Não me sinto menor, ou menos artista em comparação a ninguém. Sou um homem livre, tenho as minhas realizações e hoje só posso ser grato a todas as oportunidades e às pessoas maravilhosas pelas quais sou rodeado. A Arte é maior do que qualquer pensamento negativo, ela esmaga mesquinharias, destrói o desdém alheio como se fosse um ato de Magia. Ter a Arte na vida - e fazer dela uma missão - é realmente uma prática Mágica, um fazer capaz de destruir a opressão vinda de qualquer direção e dissipar qualquer ataque.

Digo tudo isso ainda abrindo a possibilidade de você encomendar uma Commission comigo. Entre em contato e peça a minha tabela de preços (os valores estão muito acessíveis), tudo sem compromisso - vamos conversando até fechar negócio. Se quer conhecer de perto o meu trabalho, visite o meu portfólio e meu DeviantART. Afinal, meu trabalho também pode resolver problemas, quem sabe o seu…

Para finalizar, deixo aqui o link de algumas opiniões de quadrinistas sobre uma declaração de Barry Windsor-Smith. O que você pensa a respeito desses pareceres? Fica aqui a questão.

Ainda que eu escolha os hábitos e rotinas confortáveis, sempre haverá mudanças: um móvel a ser arrastado, um quadro para pôr em outra parede...

Ainda que eu escolha os hábitos e rotinas confortáveis, sempre haverá mudanças: um móvel a ser arrastado, um quadro para pôr em outra parede ou um cômodo para pintar - e às vezes, o modificar de minhas escolhas no trabalho (neste caso, falando de meu hobby). Os métodos que adoto recebem transformações junto às minhas descobertas de outras possibilidades. Um exemplo é esse post, onde apresento os meus procedimentos para a organização daquela época e que hoje me levaram a outras direções.

Tudo o que faço passa por alguns funis até a publicação. Mas antes deles, utilizo dos instrumentos mais eficientes que conheço: a caneta e o papel. Fora esses dois materiais, há os recursos tecnológicos, os quais oferecem rapidez a qualquer projeto. Aqui no blog, uso-os o tempo todo para as postagens, pautas e anotações. Como eu já disse uma vez aqui, basta-me um computador, um celular e acesso à internet, o restante vem da iniciativa e o prazer de fazer.

O trabalho é exatamente o mesmo, o que mudou foram algumas plataformas. A primeira substituição foi o Evernote, um bom software, mas o qual abandonei ao enfrentar crashs seguidos e por me permitir apenas dois aparelhos logados na mesma conta. Em seu lugar veio o Keep do Google. Nele faço anotações gerais e inicio as HQs e Webcomics. Sou um verdadeiro acumulador de notas no Keep e mesmo assim não encontro dificuldades.

Para textos maiores, roteiros e posts, acesso o Google Docs. Digito tudo já diretamente na nuvem, acessando os documentos quando precisar e onde eu esteja. O ambiente do Docs é muito familiar, tendo corretor ortográfico e a interface correspondente à do Office da Microsoft. Mantive o uso o irmão mais velho do pacote Office: o Notepad, pois os arquivos TXT jamais cairão em desuso, afinal, anotar também não.

Também estou sempre com meus backups em dia no Google Drive. Tento hierarquizar as pastas e as nomear para serem de fácil consulta... algo no que ainda preciso melhorar. O Drive é um serviço do qual não me vejo abrindo mão. Gosto tanto que fiz uma assinatura para maior armazenamento no Google, com isso continuo despreocupado com o fantasma da perda de trabalhos importantes. E nem por isso meus HDs externos ficariam parados, pois é prudente ter alguns arquivos pesados e indispensáveis por perto.

É assim que trabalho hoje nessa jornada de quadrinista amador. As ferramentas são minhas companheiras e deixam a brincadeira bem interessante.
 

Não nos falta acesso a acervos já considerados raros, assim como não nos falta também o interesse. Os gigantes dos Quadrinhos têm seus nomes...

Não nos falta acesso a acervos já considerados raros, assim como não nos falta também o interesse. Os gigantes dos Quadrinhos têm seus nomes gravados em nossas memórias através de suas obras seminais no avanço da ampla indústria das HQs. Já permeada pelo cinema, literatura, TV e videogames, a amplitude alcançada por esta mídia outrora de nichos menos vistos, trouxe o consumo de entretenimento jovem para o seu apogeu desde o início deste século.

Graças ao empurrão oferecido pelos adventos digitais, encurtando distâncias entre o público já adepto e, logo em seguida, alcançando leigos e curiosos, avultou-se um louvável retorno do culto aos consagrados autores cujas contribuições ao mercado são inegáveis e o reconhecimento é mais que justo.
 
Mas não apenas aos grandes panteões nos curvamos nesta vastíssima mitologia e suas produções mais instigantes do mercado desde a sua gênese. Pois o talento nem sempre é celebrado aos milhares. Minha atenção se detém também nos talvez menos aclamados, mas não ignorados. Como foi o prolífico e ilustre representante da “velha guarda”, Bob Oksner.
Os painéis de Oksner são organizados, o traço limpo e agradável. As figuras humanas estilizadas são fluídas e têm uma movimentação suave, transitando entre os quadros em sequências singelas e muito soltas. Causa-me uma impressão bem semelhante à que tenho ao apreciar os quadrinhos de Bob Montana na Archie Comics, um dos integrantes de meu Mapa de Influências.

Dentre as várias qualidades de Oksner, destaca-se a habilidade em desenhar lindas garotas apresentando sensualidade, mesmo não explorando demasiadamente ângulos ousados. É uma arte muito pura, clara e com estruturas belas, seja nas proporções ou nos gestuais. O domínio da linguagem e a fluidez são exibidos em um estilo singular, um trabalho seguro e bastante equilibrado durante toda a sua carreira.

Talvez, alguém teria visto Bob Oksner advogando em um tribunal de justiça caso não houvesse participado, como cartunista, em edições de zines de humor durante o curso de direito na Universidade de Nova York. O que o tornou próximo de outros artistas, os quais talvez tiveram o papel decisivo de incentivar Oksner a mudar de curso e também entrar para a “Art Students League”.

Em pouco tempo passou a trabalhar em jornais e importantes editoras, também lançando o seu trabalho autoral ˜Miss Cairo Jones” e, ao lado de E. Nelson Bridwell, a série “The Angel and the Ape”. Mais tarde tomaria a dianteira da revista "Adventures of Dean Martin and Jerry Lewis”, no momento em que a DC começou a publicar quadrinhos baseados em seriados de TV. Oksner se tornou um dos principais artistas do gênero, até esses títulos juvenis chegaram ao fim na DC, na década de 1970. Restou-lhe se voltar aos super-heróis com “Wonder Woman”, “Supergirl”, “Lois Lane” e outras tiras de aventura.

Despedindo-se da carreira, voltou a rabiscar alguma coisa apenas pelo clamor dos velhos fãs, mas já estava decidido a parar. Antes de seu falecimento, aos 90 anos (ano de 2002), recebeu o prêmio Inkpot pouco após já ter doado a sua prancheta.
 
Agora, uma dica:

Dentre nós há muitos pesquisadores tecendo análises eloquentes e mergulhando fundo nas infindáveis páginas de HQs, percebendo aqueles subtextos ignorados por tantos, mas que estão mais que presentes com um pouco de atenção além. Como tem feito o autor e escritor Rinaldo Leriano em seu blog Vernaculose. Passe por lá, pegue uma cerveja, ou refrigerante e reserve um tempo para ser guiado por um conteúdo realmente relevante para todos nós que gostamos de Quadrinhos. Não tem erro!

 

Bibliografia:


FRWiki

https://pt.frwiki.wiki/wiki/Bob_Oksner


Canal Graham Nolan no YT

https://www.youtube.com/watch?v=-rW-KejPviA


Omelete

https://www.omelete.com.br/quadrinhos/morre-o-quadrinista-bob-oksner


News From Me

https://www.newsfromme.com/2007/02/18/bob-oksner-r-i-p/


Comic Cart Shop

https://www.comicartshop.com/forsalesearchresult.asp?txtsearch=%20bob%20oksner


CBRdotcom

https://www.cbr.com/bob-oksner-twinkle-jerry-lewis-dobie-gillis-mary-marvel/


Zine Alter Ego No 67

https://issuu.com/twomorrows/docs/alterego67preview


DC Fandom

https://dc.fandom.com/wiki/Bob_Oksner


Enciclopedia Lambiek

https://www.lambiek.net/artists/o/oksner_bob.htm


Comic Art Fans

https://www.comicartfans.com/comic-artists/bob_oksner.asp

Esquivo-me piamente de agir ou demonstrar qualquer forma de bairrismo. Mesmo com motivos de sobra, evito e me oponho a essa ideia com franqu...

Esquivo-me piamente de agir ou demonstrar qualquer forma de bairrismo. Mesmo com motivos de sobra, evito e me oponho a essa ideia com franqueza. Até porque todas as localidades têm suas histórias e seus atrativos, algo impossível de se negar, ainda que por parte de quem caminhou pouco pelo mundo. Mas há momentos que dá um orgulho danado de morar aqui em Criciúma.

Em especial, quando falamos das melhores facetas desta cidade. Temos a vocação de promover iniciativas culturais, o lazer e o entretenimento. O que já está mais que notório, tendo em vista as muitas manifestações já tradicionais por aqui e nas vizinhanças. É o que se pode dizer de realizações como a ocorrida no último domingo, 11 de setembro, nas instalações da SATC do bairro Pinheirinho: O Tanuki World Fest, Edição Z. Já sendo o maior evento de cultura pop de Santa Catarina, o Tanuki ultrapassou importantes convenções, as quais tiveram a seu favor acontecerem em grandes centros. Hoje, o Tanuki ostenta tal posição merecidamente aqui entre nós, criciumenses.
 
Nesse ano de “pós pandemia”, a alegre e muito esperada edição do Tanuki World Fest foi como já visto anteriormente: manejado de forma competente, conduzido com muita organização e entregando todo o prometido. O evento grandioso reuniu o seu público fã de cultura pop/geek com todas as idades e identidades. Uma comunidade exibindo educação, o convívio harmônico e amistoso, em meio a muita diversão e cultuadas atrações.

Uma celebraçào possível graças a um universo tão diverso onde a ficção, a fantasia e a realidade se uniram em momentos de muita satisfação, aproximando jovens, adultos e famílias, os quais compartilham de paixões e que somam visões de mundo uns com os outros. Absolutamente celebrável, muitas intersecções de histórias de vidas reais e imaginárias permaneceram vívidas e vibrantes pelo menos até a página ser virada ao fecharem os portões e encerrarem as atividades dessa grande festa.

Participei do “Beco dos Artistas” com minhas obras e obtive uma bela recepção. O interesse sincero do público pelo meu trabalho foi bastante acentuado e tive a honra de receber realmente muita atenção. Posso afirmar ter sido essa edição do Tanuki, para mim como artista, o melhor evento que já participei até hoje. Vendi muito bem, conheci pessoas legais, em um dia muito especial e realmente memorável. Excelente evento e ocasião extremamente proveitosa, um festejo a se considerar sumamente necessário com toda certeza!

Esse ano, volto à ativa na mídia impressa com um novo trabalho: a HQ Shockstar. Considero essa publicação uma evolução muito legal para mim...

Esse ano, volto à ativa na mídia impressa com um novo trabalho: a HQ Shockstar. Considero essa publicação uma evolução muito legal para mim como Quadrinista, já que coloquei nela muito empenho e dedicação. Tenho essa HQ como bem importante dentre tudo que venho fazendo e já a estou ranqueando como uma de minhas favoritas. Então, apresento a você mais esse trabalho autoral recém saído do forno:

Sinopse:
Bianca saiu da casa dos pais e foi morar em um danchi abandonado para viver a vontade de ser uma desenhista profissional e entrar para a faculdade de Artes Plásticas. Dentre os seus clientes virtuais, há um rapaz por quem sente maior interesse e sobre o qual há algum mistério... Mas que, como Bianca, também está em vias de entrar para a vida adulta: ela com a adaptação às novas responsabilidades e ele integrando um grupo extremista na tentativa de evitar um sorteio que poderá o levar à escravidão em outro planeta. Enquanto isso, o panorama social está em crise, tanto por uma catástrofe anunciada, quanto pela tomada das ruas pelas massas em pânico diante do apocalipse e a insatisfação com um Estado subserviente a um tirano povo alienígena.

Em elevado estado de consciência, em uma ligação ao âmago de minha alma na jornada deste mundo misterioso, fui iluminado - em um momento arr...

Em elevado estado de consciência, em uma ligação ao âmago de minha alma na jornada deste mundo misterioso, fui iluminado - em um momento arrebatador - com a mais redentora verdade:

A partir de então, essa máxima me acompanhou, inspirando-me a evocar toda a minha espiritualidade e escrever, assim, o meu manifesto revelador. Conduzo através dele a luz e a conexão com o divino, trazendo para quem queira a reflexão que libertará. Obviamente que não é algo para se encarar com seriedade, trata-se de pura galhofa - bem sabemos eu e você. Ainda assim, eis...

Manifesto - Minha Religião é a Arte Sequencial.


Das pinturas rupestres ou dos hieróglifos do antigo Egito, das tapeçarias e vitrais, à louvada indústria do entretenimento jovem - somos doutrinados pela bendita Narrativa Gráfica. Santificada seja a imprensa, desde a tipografia às máquinas offsets, pois estas derramaram, por décadas, as suas bênçãos sobre os sagrados suplementos dominicais e os gibis de bancas, sobre as revistas periódicas ou as edições luxuosas. Não importa o selo ou a editora, um autor bom ou ruim: que tenhamos as leituras canônicas de cada dia. E sequer nos falte os milagres de quadro por quadro, de balão a balão, que em verdade nos diz as boas novas de nossos heróis e também dos nossos vilões. Os leitores estão convosco, e os consagrados personagens - cheios de graça - estão no meio de nós. O Argumento é sacro, os Planos são celestiais e os Enquadramentos proclamam a vossa glória. Cada página nos abençoa, seja qual o estilo ou tema. A divina “Nona Arte” é “três” e ao mesmo tempo “uma”: Imagem, Texto e Narrativa. Manteremos o fervor ao ungido roteiro, reverência ao traço e à santíssima onomatopeia. Ainda que andemos pelo Vale da Sombra da Censura, seguiremos devotos e fervorosos a cada edição. Gibi, Fumetti, Banda Desenhada, Tirinhas, História em Quadrinhos, Manhwa ou Mangá - a *Arte Sequencial é nossa zelosa guardadora. Bem aventurados os roteiristas, que eles recebam admiradores de louvores, aos desenhistas as dádivas mais celestiais, aos arte-finalistas todas as boas venturas, aos coloristas nossas orações, assim como a alegria aos letristas. Dentre o público Pop, Pulp ou Cult, venha o enredo ao vosso reino, seja feita a vontade dos editores - nas Histórias em Quadrinhos autorais, assim como nas populares. O quadrinista segue o caminho mais espinhoso, o mais árduo e o da maior retidão narrativa, dentro do peito ele leva a ficção, o ímpeto de transmitir a sua ideia e a sua mensagem. Cada autor carrega consigo grandes poderes e grandes responsabilidades, eles farão o faiscar na mente da criança em alfabetização, despertará questionamentos no(a) jovem e também irá oferecer entretenimento ao homem ou mulher mais vividos. O sentimento vai desabrochar, a atenção vai despertar e a Narrativa Gráfica tornará alada a imaginação. Que a Arte Sequencial sobreviva, emocione mais uma vez, faça pensar e leve o leitor a viver grandes aventuras e intensos sentimentos a cada página virada. Agora e para sempre.
 
[* “Arte Sequencial” é um termo cunhado por Will Eisner.]

Relaxar e descansar fazendo uma atividade pode ser a chave para se livrar do stress e se “desligar” de uma vida turbulenta e acelerada. Labo...

Relaxar e descansar fazendo uma atividade pode ser a chave para se livrar do stress e se “desligar” de uma vida turbulenta e acelerada. Laborar no tempo livre talvez pareça um conceito deslocado, já que para muitos o descanso seja apenas permanecer deitado, assistindo a uma série acompanhada de guloseimas. O que também tem seu valor quando o assunto é se livrar das preocupações. Entretanto, há muito proveito a ser extraído de uma atividade extra para os dias de folga e fins de semanas. O ofício descompromissado tem efeitos terapêuticos e oferece a sensação de liberdade. Liberdade de estar fazendo algo sem prestar contas a ninguém que não a si mesmo e ter seus resultados segundo seus potenciais desenvolvidos no tempo certo.  

A realização de uma tarefa recreativa desperta sentimentos agradáveis, ao mesmo tempo em que faz o tempo ser bem aproveitado. Colhe-se resultados, metas são atingidas e o praticante afasta quaisquer pensamentos negativos. Lembremos da velha máxima a qual versa que “mente vazia é oficina do Demônio” (não que Ele tenha culpa).  Para fugir disso, há pessoas que escrevem textos maravilhosos, outras que praticam esportes radicais, ou se dedicam ao videogame, montagem de maquetes e outras infinidades de fazeres. O ócio é importante, assim como a embriagues e os eventos sociais. No entanto, preencher o tempo com algo que cause realização traz benefícios para o corpo e o espírito.

Com a Arte não é diferente. Há a possibilidade de se fazer Arte sem pretensões maiores, sendo a sua execução focada no bem-estar e na aprendizagem. Até pode ser que surja aí uma vocação profissional… quem sabe? Mas o importante, quando alguém se dedica a um fazer Artístico por hobby, é a satisfação pessoal, o seu encontro consigo em um tempo reservado exclusivamente para arejar a mente e produzir. É um remédio que acalma e coloca os pensamentos no lugar.

Seis dicas para se ter a Arte como Hobby:


01 - Estabeleça metas, mas não cobre muito de si.
02 - Aperfeiçoamento gradual (estudo e prática regulares).
03 - Buscar informações sobre a atividade.
04 - Conhecer outras pessoas que compartilhem dos mesmos interesses.
05 - O momento do seu Hobby é o seu momento, esqueça do resto.
06 - Seja organizado, mesmo que a sua organização seja bagunçada.

Artisticamente, é possível se libertar de traumas e de angústia. Através da Arte, pode-se expressar sentimentos, manifestar insatisfações, ou mesmo alegrias e etc. E isso tudo é possível sem atitudes drásticas ou reativas, apenas acontece pela dedicação a momentos de relaxamento e segurança. O que pode ser apresentado - quando o Artista se sentir preparado - a um público… talvez à família, ao círculo de amigos, ou ganhar o mundo exibindo nos meios digitais para uma ampla plateia. Não precisa muito, não precisa de nada espetacular, uma produção pequena já é um resultado a celebrar e se orgulhar.

É muito bom se expressar através da Arte e nunca foi tão favorável às pessoas terem conforto nisso, seja com pesquisas na internet ou nos cursos online. Está tudo bem próximo a qualquer um que busque aperfeiçoamento em qualquer área. Vamos aproveitar as facilidades!

Costumo manter hábitos em meu cotidiano, agindo dentro de rotinas para executar quase tudo. Ao surgir algo novo, adapto-me a isto e o coloco...

Costumo manter hábitos em meu cotidiano, agindo dentro de rotinas para executar quase tudo. Ao surgir algo novo, adapto-me a isto e o coloco em uma ordem a qual eu possa repetir e refazer de forma semelhante. Esse negócio de buscar desafios e “pensar fora da caixa” não me atrai, minha inclinação é a de ter o controle até onde é possível. Será que todo artista é mesmo um inconformado? Um rebelde tentando mudar o mundo? Existem esses e existe eu, vestido em meu chambre, calçando pantufas e com uma xícara de café na mão: pronto para o fim de semana preferivelmente sem surpresas.

Mas nem por isso estou no “piloto automático”. Sou muito observador, um contemplador de todos os milagres desse mundo, um andarilho das percepções e um explorador de experiências. Esse contraste é estranhado por muita gente, pois, por quase unanimidade popular, o ser humano precisa "fazer e acontecer" em meio a milhões de estímulos intensos para ser ultra criativo e proativo. Meu amigo, Evaristo Ramos, postou dia desses em seu blog um texto no qual diz estar com “preguiça” ao finalizar a sua série “Paralelos” (uma das webcomics mais fantásticas que já li) após uma jornada de seis anos de trabalho.

É perceptível que a “preguiça”, descrita por Evaristo, não é a do senso comum, aquela “reprovável”, “corrigível”, “inadmissível”... ele fala da resistência que temos diante das mudanças em nossas vidas. Cada decisão difícil, cada bifurcação de escolhas e tudo a que somos submetidos ao longo da existência causa sofrimento e, às vezes, traumas. E é assim que ocorre o crescimento pessoal e o aprendizado. Quem se envolve com Artes passa por isso o tempo todo, é parte do aprimoramento e de ser melhor no que faz. Artista algum vive a apatia voluntariamente, ele precisa de sua dose de sofrimento diário em nome de seu trabalho e só deste modo galgar fronteiras.

A tão conhecida “zona de conforto” nada tem de confortável a quem não está inerte. O fazer da Arte traz alegrias perfulgentes e, por outro lado, profundas angústias pouco a pouco. A auto superação é constante ao(à) artista e enquanto o mundo dá mil voltas, ele/ela constrói o seu universo morosamente, reunindo cada pedaço de inspiração para a construção de sua(s) obra(as) - e raramente está satisfeito(a). Por isso repito: a “zona de conforto” aparenta ser uma falha para quem vê de fora, ou uma espécie de falta de ânimo misturada à pouca iniciativa… mas isso apenas a quem desconhece totalmente do movimento perpétuo da criação.

Seguimos com lealdade ao lema “Do it Your Self” sem receios de botar a mão na massa... e nem por isso somos de criar caso: o problema é paga...

Seguimos com lealdade ao lema “Do it Your Self” sem receios de botar a mão na massa... e nem por isso somos de criar caso: o problema é pagar granas impraticáveis pelos recursos de editoração eletrônica. Já deu uma olhada nas tabelas de preços desses caras? Ao abrirmos mão da pirataria e fazermos tudo dentro da nossa mais digna honestidade, percebemos aliados de prontidão para facilitar os nossos dia a dias. Foi o que me levou a pesquisar (como visto aqui e aqui) os melhores programas livres para Artes Gráficas da praça, desviando-me, assim, dos gigantes mais presentes no mercado, cujas pesadíssimas assinaturas destruiriam financeiramente qualquer um de nossa classe. Deste modo, conheci o software de código aberto, Scribus.

Para quadrinistas, a diagramação e o letreiramento são essenciais, recursos esses oferecidos com muita facilidade e louvores pelo Scribus. Essa joia prepara arquivos aos workflow´s para gráficas de impressão, para os arquivos PDFs destinados à Internet e também para o Framework QT (em desenvolvimentos e criações de interfaces para programadores). Com suportes para IDML, PDF, PNG, TIFF, SVG, a versatilidade deste software demonstra um leque de vantagens para se aliar a outras ferramentas (no meu caso, o Inkscape e o Medbang).
 
Tenho trabalhado muitas horas no Scribus. A minha HQ atual - em andamento - está sendo diagramada inteiramente no Scribus e por isso tenho me entrosado a esse software satisfatoriamente. Já o testei nas plataformas Windows e MAC, observando que na última ele está bem mais estável e com menos bugs (como já era de se esperar). É um software intuitivo, bastante amigável e que nos oferece uma agradável versão em português BR, dentro de um ambiente extremamente familiar a designers com experiência intermediária, mas também de fácil entendimento ao iniciante disposto a aprender. 
   
 
 
 
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Para se ter uma ideia, fiz aqui alguns tutoriais muito úteis, que podemos executar quase que somente usando a janela flutuante “Organizar Páginas”.

Lembre-se: quando criar o arquivo, você já deverá saber quantas páginas ele terá.

Habilite a janela flutuante "Organizar Páginas".
  
 
 
 
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Numerando Páginas no Scribus:

Tudo Começa aqui.
Ir na Janela Flutuante “Organizar as Páginas”, vá em: "Páginas Modelo Disponíveis”. Clique duplo na “Normal”.

Observe que você está ao lado de uma Folha travada e sua janela agora se chama "Gerenciar Páginas Modelo".
  Neste momento, você está dentro do ambiente de paginação. 
Abra a janela flutuante "Camadas".
Crie uma nova camada na janela flutuante “Camadas”. Nomeie ela como “Pag”, selecione e mantenha ela sempre no topo enquanto editar a numeração. 
Escolha o posicionamento da numeração de sua página.

Na Folha, Insira um “Quadro de Texto” e posicione no local onde você quer que a numeração fique.Você poderá "brincar" com formatação do texto da numeração e colocar elementos como círculos ou retângulos em volta na numeração.

Fazendo isso na primeira página, o documento inteiro vai ficar numerado.
Com a caixa de texto selecionada, vá até o menu do programa procure: “Inserir”/“Caractere”/“Número da Página”. Aparecerá o número “1”.
 
Lá em baixo, na janela flutuante “Gerenciar Páginas Modelo”, clicar em: "Retornar ao Modelo de Página Normal".
  
 
 
 
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Retirando a numeração de algumas páginas (Início de Capítulo ou Capa) no Scribus.

 
Entrar no “Gerenciamento de Página Modelo" e clicar em “Adicionar Página Modelo” (ícone no topo a primeiro à esquerda, uma folhinha em branco). Nomear como "Capítulo”.

 
Lá em baixo, na janela flutuante, clicar em: “Gerenciamento de Página Modelo". "Retornar ao Modelo de Página Normal".

Clica, segura e arrasta para a página ficar sem numeração.
Na Janela "Organizar Páginas”, arrastar a página "Capítulo" para a miniatura da pagina que desejar que fique sem numeração.
  
 
 
 
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Para repetir elementos em todas as páginas como rodapés e cabeçalhos em sua diagramação no Scribus.

É primordial saber quantas páginas terá o projeto, pois é irreversível após a criação. Páginas opostas são ideais para publicações impressas.
 Ao criar um novo arquivo, escolha em "Layout do Documento" a opção "Páginas Opostas", não esquecendo de colocar em "Opções" o número de páginas do projeto.

Em "Páginas Opostas", podemos diagramar uma revista com melhor visualização.

Vá na Janela Flutuante: “Organizar Páginas”. Clique duplo na “Normal”. E você poderá dar um clique duplo em uma das páginas e fazer o seu layout.
 
Lá em baixo, na janela flutuante, clicar em: “Gerenciamento de Página Modelo". "Retornar ao Modelo de Página Normal".
  
 
 
 
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Isso é um centésimo dos recursos do Scribus. Recomendo bastante o estudo dessa ferramenta.

Durante o afastamento social, resultante da pandemia do COVID 19, as performances em lives se tornaram bastante populares. Dispensando acess...

Durante o afastamento social, resultante da pandemia do COVID 19, as performances em lives se tornaram bastante populares. Dispensando acessar quaisquer pesquisas ou estatísticas, pouca gente deixou de notar o fenômeno do streaming - e seus milhares de espectadores - durante o período de isolamento. Ao mesmo tempo em que muitos tomaram a iniciativa de se lançar à atividade de forma mais ativa, deixando de serem apenas parte da audiência e transmitindo os seus próprios talentos online: dos(as) gamers aos(às) artesãos(ãs), dos(as) desenhistas(as) aos(às) DJ´s, etc.

Acompanhei esse período dando atenção aos conteúdos que mais me interessavam, como as Artes e os Quadrinhos - às vezes excessivamente. Depois, também embarquei na ideia, tentando levar o meu trabalho como artista a uma possível plateia. Pensei o seguinte: vou desenhar de um jeito ou de outro e se posso fazer stream enquanto isso, será um tempo aproveitado em dobro. E então? por que parei de fazer lives? Vamos aos três motivos:

1 - Não tive traquejo para arraigar público. Acho difícil me “enturmar”, a gerência de muitos contatos me confunde um pouco. Tenho talento nulo para isto, minhas habilidades sociais são mínimas até mesmo no ambiente virtual. Fiz boas amizades, tive o prestígio de pessoas queridas, mas não fui além na busca por audiência. Acho que só isso já justificaria, porém há mais.

2 - Frequência: ser streamer carece de frequência, uma agenda de transmissões com horários e calendários estrategicamente elaborados a serem cumpridos. Quanto mais transmissões e mais longas elas eram, mais alcance havia. Eu estaria disposto a isso? Infelizmente seria necessário sacrificar muitos outros afazeres que considero prioridades. Ser notório como streamer definitivamente não é um grande interesse para mim.

3 -
Também sou um sujeito muito reservado. Sei que existem muitas alternativas a quem é tímido e quer ocultar a identidade nas transmissões, mas notei que cada live era uma forma de me expor demais e estava ferindo bastante o meu bem-estar. Prefiro me expressar pela palavra escrita e pela Arte Sequencial. Mesmo que, nessas duas atividades, também esteja colocando muito de mim, fico mais tranquilo com a necessidade de maior disposição por parte do interessado. Considero o anonimato infinitamente mais satisfatório: é uma de minhas zonas de conforto da qual me nego a sair.

Então ficamos assim, nada mais de lives, pois dispenso exposição demasiada e tudo o que esse tipo de atividade traz consigo. Sou um desenhista de estúdio e não de shows, prefiro uma atenção mais seleta.

Há uma vasta gama de possibilidades ao desenharmos com a ausência das cores e com a soma de todas elas: o preto e o branco. É claro que em t...

Há uma vasta gama de possibilidades ao desenharmos com a ausência das cores e com a soma de todas elas: o preto e o branco. É claro que em torno das cores, orbitam fundamentos científicos diversos, os quais comprovam o quanto é possível atingir sensorialmente quando exploramos este campo de estudos. A História da Arte nos mostra que a influência das cores - presentes desde a propaganda, passando pelo entretenimento, até os museus - atrai o interesse e encantamento de multidões, não importando quais as suas origens. Entretanto, quando há apenas duas possibilidades - o minimalismo de dois elementos -, o assunto também passa a ser igualmente interessante e profundo.

O Yin e o Yang, a luz e a sombra, o preenchimento e a ausência.

Sempre gostei da arte monocromática, observando-a tanto em obras de autores como MC Echer, quanto nas páginas das Histórias em Quadrinhos (Conan, Dylan Dog e Hellboy, etc). As múltiplas possibilidades do preto sobre o branco trazem elegância e, segundo as habilidades do Artista, leituras de imagens extremamente agradáveis aos nossos olhos.

O alto contraste e as projeções rígidas em preto no Desenho também necessitam de muita atenção e conhecimentos. Essas técnicas causam estímulos marcantes ao observador. Do lado de quem executa a Arte, os usuários do nanquim puro - às vezes aliado à tinta branca - transformam claro e escuro em efeitos de subtrações, tridimensionalidades, profundidades e volumes.

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Já estou aprendendo, observando e tentando chegar lá. Há muito a ser estudado ainda e esses desafios são sempre intensas motivações, cuja tenacidade exigida é de onde retiro o entusiasmo em absorver ideias. A cada dia colho um pouco de meus esforços e o processo ensina, mostra possibilidades e me faz querer melhorar. Essa disposição pela constante produção traz muita energia e torna ainda mais deleitoso o meu caminhar ao longo da vida.

Durante os meses passados, coloquei em prática algumas tentativas com a arte monocromática, usando tinta nanquim e recursos digitais. O resultado foi um fanzine de vinte páginas intitulado “Black Ink Girls”. Um nome já bem sugestivo se considerarmos o teor deste post. Neste volume virtual (em PDF), faço uma coletânea dos meus melhores resultados iniciais, trazendo concepções com a estética de luz e sombra sem tons intermediários. Espero que o leitor goste.

Estar atento às vizinhanças Artísticas me é um hábito muito grato. Nessa constante vigia ao entorno, encontro, a apenas poucos links, exempl...

Estar atento às vizinhanças Artísticas me é um hábito muito grato. Nessa constante vigia ao entorno, encontro, a apenas poucos links, exemplos magníficos de criações visuais. Artistas autênticos e habilidosos nos brindando com suas belas obras, frutos de muito sentimento e sinceras visões de mundo. A admirável motriz criativa desses exemplos é aberta a todos com alguma mínima curiosidade apreciativa. Esses Artistas - quase anonimamente - notórios, estão dispostos a compartilhar seus saberes e a abrirem as portas de seus cotidianos, para enriquecer de beleza e graça o olhar de cada um de nós.

À esquerda, Nane na vibe Van Gogh. À direita Mateus retrata Tim Maia.

Com essa postura generosa diante do fazer Artístico, temos a demonstração de como estamos próximos de produções a despertar não somente a curiosidade, mas também a mais profunda admiração! E estão ali, ao nosso alcance. Portanto, apresento ao leitor grandes obras, de dois grandes Artistas extremamente acessíveis e que merecem toda a visibilidade possível em nossa contemporaneidade. Vamos a eles: 

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Mateus Cena.


Boitatá pela ótica de Mateus Cena.

Profissionalmente, Mateus transita entre o Design, ilustrações editoriais e estampas para vestuários. Essas múltiplas facetas, tendo elas em comum as Artes Visuais, são peculiares a artistas completos. Mas o ponto forte de Mateus é sua habilidade com uma variedade de materiais a serviço do Realismo. Ora com retratos, ora com Artes conceituais, seus trabalhos impressionam pelo efetivo primor, detalhismo e o cuidado com os acabamentos. A obra de Mateus Cena não passa despercebida quando vamos ao seu encontro, é muita técnica e feeling unidos, prontos para nos impressionar. Vale muito a pena conferir sempre o que há por trás de seus motivos mais autorais, pois muitas vezes eles extravasam os aspectos puramente pictóricos (com referências cinematográficas, históricas e de grandes personalidades).

Site: www.mateuscena.com.br
Instagram: @mateus_cena 
 
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Nane Chan.

 

Magali e Mônica belamente ilustradas por Nane Chan.
Exercendo os ofícios da Ilustração e do Design, Nane é especialista e pesquisadora da História da Arte. O trabalho de Nane é divertido, alegre e espontâneo. Suas cores vívidas, seu traço com influências do Cartum, dos Animes e Quadrinhos, nos causam sensações agradáveis e impressões de aprazível leveza. É perceptível a paixão dessa brilhante artista pelo seu trabalho. Nane é uma constante estudiosa, atenta aos vários suportes e possibilidades da Pintura e da Ilustração. Procura sempre se destacar, seja com as experimentações de materiais diversos (é evidente o seu grande encanto pelas tintas), ou com a busca por motivos inusitados, ousando até na recriação obras de grandes nomes da História. No blog “Cappuccino”, ela nos dá verdadeiras aulas sobre a pintura com suas teorias e técnicas, além de muitas outras informações indispensáveis a quem - como nós - trilha os caminhos das Artes.

Blog: www.cappuccinocomnanechan.blogspot.com
Instagram: @nanechan_
 
 
Esses foram os artistas dessa edição dos Autorais. Teremos mais. Ah, se sim!

Estímulos criativos raramente são extraídos de apenas uma única fonte. Quem me conhece sabe que, além dos Quadrinhos, sou um entusiasta cons...

Estímulos criativos raramente são extraídos de apenas uma única fonte. Quem me conhece sabe que, além dos Quadrinhos, sou um entusiasta consumidor de Música. É nessas duas matérias primas que encontro o meu lugar. Produzir Quadrinhos é uma poderosa forma de alcançar satisfação. Consumir, idem. E apreciar a Música não é muito diferente. Sou daqueles poucos caras que param diante de um aparelho de som para ouvir um disco na íntegra, com atenção exclusiva, como quem assiste a um filme, ou uma peça de teatro. O que não me coloca em posição melhor que a de ninguém… cada pessoa faz de seu tempo o que julga mais apropriado.

O universo da Música, com suas narrativas de bastidores e tudo o que envolve a composição de discos, letras, biografias, etc... atraem-me bastante. Isso desde os tempos de colégio, quando me descobri um Headbanger. Fato que já me trouxe bons momentos e também problemas e muito perigo. Como todos já desferimos e vamos desferir murros em pontas de facas no decorrer da vida, não jogo minhas mazelas no colo de qualquer obra de entretenimento. Desprezando todos aqueles eventos fora de nosso controle, atos arriscados e todas as nossas atitudes são responsabilidades as quais devemos assumir e responder.
 
Ao ler minha newsletter você saberá que não falo só de Quadrinhos e Desenhos, porque como disse ao iniciar esse post, as fontes de inspiração são múltiplas. Particularmente, encontro no gênero Metal em suas inúmeras ramificações um potente “remédio” para colocar os pensamentos no lugar, aguçar minhas percepções e clarear o olhar às ideias de meus horizontes. O Metal expande consciência e torna a vivência empolgante, vigorosa, intensa. É assim que me sinto ao ouvir minhas bandas favoritas, mergulhar na grandeza dessa Arte, tornando-a um paralelo à minha existência e parte de meu estilo de vida.

Meu personagem, Martin Holster, assim como a Mariana e o Ato Falho, naquele capítulo, “A Namorada Black Metal”, são exemplos de quando me deixo permear pelo referido gênero musical. Durante muito tempo, tentei não misturar as duas coisas, colocando o meu fazer artístico em uma seara distante de minhas predileções auditivas - o que é uma grande bobagem… porém, dentro de algum tempo até o presente tenho remediado isso, pondo na Arte alguns aspectos latentes de minha personalidade e isso tende a se tornar mais crônico à medida que envelheço. O tempo é um sábio!

Estou decidido, de uma vez por todas, do total banimento de materiais de consumo piratas em todas as áreas de minha vida. O que admito parec...

Estou decidido, de uma vez por todas, do total banimento de materiais de consumo piratas em todas as áreas de minha vida. O que admito parecer uma atitude nada fácil a se seguir, mas que já estou cumprindo. E, olha: garanto que não há tantos impedimentos quanto eu me preparei para enfrentar. Principalmente quando falamos de softwares de editoração e outras ferramentas de trabalho. A verdade está lá fora e pode ser alcançada com o mínimo de esforço. A única despesa maior foi a compra do sistema operacional… exceto isso, apenas um pequeno software de edição de vídeo por uma grana de dois dígitos.

Há, sim, maneiras de se escolher meios alternativos em se tratando de ferramentas de trabalho, como eu já postei aqui quando avaliei alguns programas para arte e desenho digitais. Minha mais recente - e grata - descoberta é o programa de editoração e ilustração vetorial, o Inkscape. Como trabalho com design há um tempo considerável, familiarizo-me e consigo assimilar melhor interfaces novas cujas utilizações sejam similares.
Interface bem legal.
O Inkscape é ótimo com as “Edições de Nós” tanto nos trabalhos vetoriais quanto em Lettering´s. As aplicações para vetores, com comandos e edições, a montagem de layouts e diagramação são muito amigáveis. O trabalho com camadas facilita bastante. A caixa de ferramentas é completa, os menus e as janelas em abas colocam tudo à disposição.

Bézier muito bom de se usar.
Senti falta da possibilidade de múltiplas folhas ou pranchetas, ou seja: para um projeto de várias páginas deverão ser criados arquivos distintos. Avaliei que isso se deve ao fato do Inkscape ainda não ser um software muito robusto e estar suscetível a crashs com excessos de informações nos documentos.
Ilustração vetorial no Inkscape.

Mas temos no Inkscape uma alternativa muito válida. Claro que não poderia ser 100% perfeito, porém é bem recomendado… e se surgir o interesse, sugiro que procure pela última versão, pois há outras anteriores ainda rolando por aí.

Capa de Hana-O - Visões Sombrias. Editada totalmente no Inkscape.

Por fim, deixei aqui o arquivo editável da ilustração que fiz no Inkscape (essa do post) para você baixar e dar uma olhada.

E vamos agradecer esses programadores maravilhosos e, quem sabe, fazer aquela doação merecida!

Quem tem o prazer de desenhar circulando nas veias, sabe o quão gratificante é colocar as ideias no papel. Os estudos, o uso das referência,...

Quem tem o prazer de desenhar circulando nas veias, sabe o quão gratificante é colocar as ideias no papel. Os estudos, o uso das referência, os materiais, o processo... tudo leva sempre à satisfação pessoal. Quem também tem lembranças de uma adolescência em meio a papéis, lápis e canetas e as inúmeras tentativas e erros do traço... conhece as recompensas de se viver em outra sintonia, com a sensibilidade de portas abertas.

O registro mais antigo que tenho de HQ feita por mim (1995)

É pouco dizer que sou nostálgico, mesmo a essa altura da vida. Ainda hoje me volto, frequentemente, às lembranças dos anos pós puberdade, quando eu desenhava e já fazia quadrinhos. Com uma rotina de entrega ao desenho e aos meus personagens, eu me divertia extraordinariamente! Porque não havia pressão e pouca gente via o que era feito - no máximo os amigos próximos e minha família. Meus feedbacks não eram likes, mas sim sorrisos ou comentários encorajadores. A Arte recebia atenção de verdade e era realmente relevante do jeito que deveria ser a um jovem aprendiz.

Ultimamente estou nessa "vibe". Esqueço as exigências (muitas delas partindo de mim) e sigo desenhando livremente, apenas para ter o lúdico trazendo um pouco mais de felicidade aos meus dias. Obviamente que não é somente a Arte a responsável pela felicidade: o convívio com as pessoas queridas, o trabalho, os animais, o entretenimento, etc... também causam bons sentimentos e contribuem para uma mente ser tornar ainda mais criativa. Só que a atividade artística entrega ao cotidiano um tipo de Magia. O envolvimento com a criação e a sua prática me despertam um estado de graça muito similar ao experimentado nos melhores dias da infância.

Terminou, para mim, a busca por aceitação dentro do ambiente virtual. Procuro fazer o meu melhor, ou o que me satisfaça - e fim de papo! Acho excelente quem ambiciona ampla visibilidade e vejo como bastante válido quem queira lucrar com a Arte…capacitar-se, fazer networking, entender o mercado, empreender, etc… Presumo que nunca esteve tão fácil viver de Arte, porque a internet, além de ser uma fonte de informação em prol de tudo isso, é também uma vitrina imensa, com contatos mil, ali, ao alcance. Basta adaptar o trabalho para que seja um produto ou um serviço e fechar negócios.

Por esses motivos digo que cheguei ao topo de minha montanha, e vislumbro que atingi uma altura que me permite avistar o quanto ainda mais tenho a escalar, algo que me causa entusiasmo e me leva a querer vestir minha mochila, calçar bem minhas sandálias e seguir a trilha olhando a bela paisagem que me cerca.

Observando atentamente a minha produção em uma curta retrocedência, dou-me conta do quão repetitivo me tornei à medida em que avancei artist...

Observando atentamente a minha produção em uma curta retrocedência, dou-me conta do quão repetitivo me tornei à medida em que avancei artisticamente. No que se refere à figura humana, há várias recorrências as quais lanço mão e que me parecem ser nada menos que um amadurecimento estilístico por vias da reincidência. Sem receio algum de ter me tornado um desenhista "carimbador" e menos ainda de ser dono de um traço cheio de “vícios”, estou feliz com todas as particularidades do meu lazer de fins de semana.

Um lápis na mão e muito a fazer.
Ainda assim, reflito um pouco mais avante. Pergunto-me até onde se faz necessário perseguir a captação de uma gama abrangente de vocabulário visual. O feeling no desenho pode ser adquirido se utilizados a repetição e a memorização, deste modo os limites acenam em despedida. Mas, segundo o renomado jornalista Malcolm Gladwell, para um ser humano se tornar especialista em algo, precisa de dez mil horas de prática no ofício desejado. O que convenhamos, faz sentido, mas não é uma verdade absoluta - se o leitor me permite tal contestação.

Quando abordamos os inúmeros tópicos sobre Desenho e Quadrinhos, podemos ser menos severos. Ao girarmos o globo terrestre da internet, veremos artistas juvenis, ou adultos com tempo limitado de prática, exibindo ótimas peças, boas técnicas e excelentes resultados. As imperfeições e os inevitáveis erros estão sob nosso olhar… mas para que tanta exigência? Isso ao passo em que profissionais, há décadas, trabalhando em tempo integral e exclusivamente nessas Artes, demonstram erros - esses sim - inadmissíveis.

A Arte nunca foi competição (deixemos isso aos esportes), o saber não é exclusividade de ninguém e, menos ainda o virtuosismo se faz imprescindível. Cada indivíduo está apto a fazer o seu caminho, há alternativas... há meios de se conseguir a realização artística. A mais positiva apologia é à liberdade, às oportunidades e às grandes, pequenas e imensas conquistas dos amantes da Arte. A palavra “dom” não tem significado para mim, menos ainda “vocação”, acho bem mais verídico a vontade de seguir uma paixão e fazer dela uma busca plenamente alcançável.

Quando mais jovem, entusiasmado e querendo “aprender” Desenho, levei até um professor de Artes (de um atelier aqui perto) uma pastinha com m...

Quando mais jovem, entusiasmado e querendo “aprender” Desenho, levei até um professor de Artes (de um atelier aqui perto) uma pastinha com meus rabiscos despretensiosos. A análise do homem foi esnobe e incisiva: “és um desenhista e não um artista”. Nem me matriculei no curso, saí de lá cabisbaixo, frustrado, desmotivado. E passei a pensar bastante sobre me tornar um “Artista” e não só um “desenhista”. Como se houvesse diferença, não é? Mas aquela semente de dúvida germinou e se enraizou em minha mente a ponto de me estagnar. E achei que jamais alcançaria nenhum de meus objetivos.

O início das coisas em tempos distantes.

Quando lembro daquela conversa, vem-me à mente os trabalhos do professor nas paredes de seu estúdio - nada extraordinário, tudo beirando à mediocridade… E eu, considerando-o em uma posição mais elevada e de maior experiência, fui afetado violentamente pelo seu comentário.

Folheei HQs e mais HQs de meu acervo decidido a buscar o que havia de “Arte” e o que havia de apenas “desenho” nelas... Ocorreu-me primeiro que talvez as obras com o traço perfeccionista fossem a resposta. Anatomias perfeitas, poses, cenários, perspectivas, etc… Após isso, ao contemplar obras excelentes, mesmo sem todas essas virtudes, perguntei-me se seriam então os resultados mais displicentes realmente dignos de serem considerados obras de um “Artista”.

E foi assim que desde então me voltei às minhas próprias convicções com relação à Arte e ao Desenho: acredito na honestidade.

Sim, porque ser honesto com a sua Arte é bem mais importante do que realizar complexas balizas no traço e se igualar aos ídolos e grandes autores. O que fazemos com nosso trabalho é - sob o meu ponto de vista - o que importa, é para onde somos levados. O estudo, a prática, a busca por se aperfeiçoar são indispensáveis e, no final, entregar o melhor de si é mais importante do que atrair atenção e reconhecimentos incomensuráveis.

Do mesmo modo, não se deixar tomar pela preguiça também tem o seu valor. Fazer Arte de forma diligente, sejam quais os impedimentos a serem galgados, já demonstra uma força que só levará ao sucesso. Ainda que a um sucesso interior: o da certeza de que houve esforço e o do dever ter sido cumprido. Há muitos que ficam na promessa e não colocam a mão na massa, o que é comparável com os que até fazem, mas sem capricho, empenho e praticam a Arte esporadicamente.

Com minha opinião formada e a observação acurada, aprofundo-me em cada obra que me aproximo e vejo qual o seu peso e valor. E, por isso, só posso admitir que o professor de Artes fez a sua parte: me levou a refletir. Pensar e tirar conclusões a partir da análise - independente influências e usando de conhecimentos sedimentados - são exercícios individuais salutares e relevantes para se compartilhar.