Seguimos com a vontade e objetivo de fazer Arte (um hobby no meu caso), desejando encontrar expressão neste mundo imenso e de caminhos encurtados virtualmente. Assim, tomando impulso na propagação informacional instantânea, considero-me também com o poder de alcançar um público. Uma modesta ambição de um artista humilde, fazendo tudo "na encolha", sempre em nome de suas paixões.
Do fim do ano passado, até o meio deste, tivemos um pequeno hiato aqui no blog. Não foi algo que me fez bem, no entanto, voltar a blogar aconteceu naturalmente quando recuperei um backup em meu drive. Trazendo de volta o que estaria perdido, foi mais favorável prosseguir. As aventuras desse ano foram muitas, houve perdas e ganhos, houve amadurecimento e algumas mudanças, e também permanências. Ou seja: o curso da vida.
E ainda tive a impressão de que desenhei menos em 2024. Uma falsa sensação resultante do hercúleo trabalho dedicado ao meu portfólio online. Isso realmente me tomou tempo... meses. Afinal, ainda assim, terminei mais um sketchbook e os três capítulos da minha webcomic Vivi Morbi. Quer dizer: nada mau para quem se considerou pouco produtivo, não é?
Ok, vamos ao balancete dos anos de 2023 e 2024, já que o indesejado hiato aconteceu nesse ínterim:
01/01/2023 - Estreia da sessão ˜Abstraço˜ aqui no blog. [link]
19/02/2023 - Collab com Milli Camacho "As duas Lucys˜. [link]
02/04/2023 - Ato Falho lido no LQN.
02/06/2023 - Resenha de Shockstar na Zona Negativa: [link]
18/06/2023 - Menção em Três Pitacos Nerds. [link]
01/07/2023 - Chega ao fim o Ato Falho. [link]
26/07/2023 - Shockstar no Pitacos Nerds 42. [link]
05/09/2023 - Saí do Twitter/X. [link]
15/11/2023 - Mudei de domicílio. [link]
07/04/2024 - Estreia Vivi Morbi [link]
17/06/2024 - Volta do blog após hiato (agora como "Homem Quieto").
19/08/2024 - Ilustração no Sonoridades Múltimplas. [link]
25/09/2024 - Participação no WowVerso 2024. [link]
14/10/2024 - Voltei ao Flickr. [link]
25/11/2024 - Aniversário de 6 anos no Blog. [link]
Desejo um final de ano abençoado a todos. Boas festas!
Seguimos com a vontade e objetivo de fazer Arte (um hobby no meu caso), desejando encontrar expressão neste mundo imenso e de caminhos encur...
Se o Artista unir técnica e conhecimento, estamos a poucos passos de uma boa execução. Caso já exista algum tempo de prática, então a reali...
Se o Artista unir técnica e conhecimento, estamos a poucos passos de uma
boa execução. Caso já exista algum tempo de prática, então a realização
será (quase) seguramente excelsa. Bastaria essas afirmações e
encerraríamos o assunto por aqui. Mas não é apenas isso. Precisamos ir
além de bons resultados, é necessário buscarmos o prazer da execução e
nos deleitar com o processo.
Aprender, fazer, repetir, repetir
novamente e atingir um objetivo... tudo isso é de grande valor e precisa
ser observado. Quando estamos nos colocando em um projeto e fruímos em
todos os detalhes e etapas até desmoronarmos de fadiga, bem sabemos o
sabor dessa tragada. É um sentimento dividido e belo de se vivenciar. Só
faz deste jeito quem tiver a verdadeira chama crepitando no peito e a
alma completamente inebriada.
Porque é como o vinho, a poesia ou a virtude:
um tipo de embriaguez. Rodeado por livros de referências, revistas e
arquivos digitais mil, para mim, tudo se encaixa e está me gratificando
diariamente a vida, ao passo que também a está consumindo e a
encurtando. Meus olhos percorrem obras na caça por minúcias, avaliando
as
técnicas e o quanto de conhecimento foi utilizado. Pergunto-me: " quanto
durou aquela estrada?". Nas navegações no YouTube assisto
tudo sendo feito diante de minhas retinas... Vou ao encontro de
artistas em várias partes do mundo, demonstrando suas habilidades
através de audiovisuais em alta resolução.
Afundo em tudo até o impossível. O fascínio nunca se extingue, ao contrário,
intensifica-se progressivamente. Há um constante envolvimento com novas obsessões
artísticas e as recorrentes revisitações de quaisquer outras quase esquecidas. Está em meu
âmago: abro páginas de quadrinhos escaneadas, ou de meu acervo físico e
somente aprecio - como uma bebida ou uma joia preciosa.
Elaboro
os meus roteiros e me volto ao manejo da tinta e do grafite. Avanço
entre papéis e gadgats de desenho, manipulando pixels, gigabytes
de arquivos editáveis em horas e horas que não vejo no relógio. Mesmo
com minha mente e os olhos cansados e as costas precisando de
alongamento, sempre há algo a ser feito. Enquanto observo todo o trabalho repousando em
minha workstation - entre um intervalo e outro -, divago a respeito de tudo e reviso
mentalmente o quanto dos meus dias dediquei àqueles fazeres, o quanto de mim foi
aplicado. Estive nessa por anos... vidas passadas, talvez.
A
minha Arte e as de meus contemporâneos precisam ser reviradas ao
avesso, destrinchadas pelo público. Produzimos para isso: fazer todos se
banharem, usarem e desusarem, dissecarem cada pedaço de nossas
criações. O desejo maior de um quadrinista é apenas esse: o de excitar e
saciar mentes ávidas por prazeres estéticos, visuais e narrativos.
Precisamos - reciprocamente - dos apreciadores.
Manifesto o meu orgulho por cultivar este blog. Embora as muitas transformações, dentre elas até mesmo o domínio (endereço da URL), aqui t...
Manifesto o meu orgulho por cultivar este blog. Embora as muitas transformações, dentre elas até mesmo o domínio (endereço da URL), aqui tive voz ao longo de seis anos. Houve um hiato do final do ano passado ao meio deste ano, o qual me fez perceber quanta falta faz e a importância de um blog em minha vida. Esse retorno inevitável aconteceu no momento de reconciliação com a necessidade de me expressar com a escrita. Tendo a certeza de que minhas intenções são as de oferecer reflexões comprometidas com meus fazeres artísticos de forma honesta e sincera, prossegui blogando ainda mais dedicado.
Todos os textos são os meus vislumbres a respeito de quase tudo o que me cerca e me mantém entusiasmado. Minhas reflexões, das mais abstratas às mais práticas, representam a motriz das minhas palavras. Estou sempre entre tentativas de ser melhor post após post, para que as mensagens tenham a minha voz e também sejam acessíveis a qualquer leitor. Redigir cada parágrafo é gratificante, ainda mais quando os assuntos me são tão relevantes. Dentre todos os meus hábitos e prazeres, a escrita e as publicações voltam a ser permanentes.
Como costumo dizer: "Levo comigo somente minha mesa de desenho, meu sketchbook e meu blog". Ou seja: a casa virtual, onde resido, está dentre tudo o de mais importante do meu dia a dia. É o meu lugar de dialogo pessoal com o mundo, onde posso ter a satisfação de articular pensamentos e informações livremente. Uma autopercepção que tenho, é a de que me comunico melhor através de textos e imagens. Ser discreto e ter comportamento introspectivo não são novidades aos que me cercam. Portanto, apego-me às paixões e continuo na resistência de viver ao meu modo. Da mesa de desenho, ao sktechbook, chegando finalmente ao blog, tenho janelas abertas à imaginação. As frases aqui depositadas são meu jeito de transferir em palavras os sentimentos e as experiências pertencentes às sensações de ser um Artista.
Por último, só tenho a agradecer a quem me lê. Sou atento às pessoas interessadas por meus assuntos, tendo-as como um público pelo qual prezo e assim sempre o farei, seja qual a situação de minha vida. E também quero deixar aqui uma última informação. Todos os comentários desapareceram quando mudei de URL, devido ao Disqus e foi acidental. Realmente algo a se lamentar, mas registro aqui essa infelicidade, para esclarecer que jamais excluí qualquer comentário.
O leque se abre quando vamos partir à lineart de um desenho. No papel ou digitalmente - tanto faz -, está tudo à livre escolha, é só opt...
Observando os desenhos de nossos exitosos artista prediletos, podemos escolher nossas preferências. Quando se quer exibir um estilo semelhante, a cópia trata de ser uma prática bastante útil... Incluso na arte final. É uma maneira excelente de se desenvolver e entender o desenho em muitos sentidos. Copiar, para mim, foi um grande problema, pois eu acreditava que assim não cresceria como artista. Ter evitado a cópia direta no desenho me levou a dois caminhos: desenvolver minhas estilizações e recorrer a referências fotográficas. A fotografia se torna uma aliada nos trabalhos autorais quando existir a disposição de se acrescentar a imaginação ao que se está observando.
E as estilizações foram surgindo com a repetição e a necessidade de identificar - segundo o meu ponto de vista - cada elemento retratado. Exemplificando: tecidos, cabelos, traços de rostos e etc, são bem reconhecíveis no que faço. Mesmo não sendo 100% eficientes, as estilizações me permitem segurança para explorar. Meus cenários, luz e sombra, bem como as figuras humanas são padronizados, colocando-me muito à vontade para desempenhar quaisquer execuções. Zona de conforto? Sim... Eu gosto muito da "zona de conforto", e já falei sobre ela aqui anteriormente. Com muita honra, tenho meus progressos, expandindo habilidades dentro de meu território, tendo toda a satisfação que isso proporciona.
Algo, que gosto, e jamais abandonarei é a lineart mais encorpada. Linhas feitas com pontas de pincel (ou brushs digitais) com espessuras maiores dão formas agradáveis ao estilo e funcionam bem ao que me proponho a fazer. É muito legal aplicar o traço com variações, iniciando de leve, encorpando e voltando à leveza. Para os detalhes, costumo também usar canetas técnicas 0.5 no papel e o brush 0.10 nos softwares. Acho satisfatório essa troca de materiais para aplicações específicas, pois parece ser mais profissional. A arte final para mim é isso: deixar no papel a impressão que tive em minha mente para aquele desenho. Acho essa parte muito divertida!
Todas as expressões artísticas são consanguíneas e, em via de regra, permeiam umas às outras em variados aspectos. Elas têm em comum a con...
Todas as expressões artísticas são consanguíneas e, em via de regra, permeiam umas às outras em variados aspectos. Elas têm em comum a condução de um pensamento ou sentimento, sendo deste modo, veículos para as intenções e ideias humanas. Peças Artísticas são recados em busca da uma outra parte a ser tocada e com a qual haverá identificação. Cada obra é uma mensagem lapidada por meio de símbolos, signos e técnicas encarregadas de trazer à tona significados e emoções advindos de suas uniões. Um produto artístico é, acima de tudo, impossível de existir isoladamente, sendo ele o fruto de um tempo, de uma cultura e etc. Usando do pensamento crítico e da informação, identificamos os motivos e a filosofia sob os quais se abriga a forma e conteúdo do que nos propormos a entender dentro dessa seara.
Não somente de desenho, pintura, gravuras, design e congêneres se alimenta a Arte figurativa. As origens de uma vivência farão o artista criar segundo os pensamentos, transportando-os ao suporte físico, ou virtual. É comum, a inteligência humana interligar impressões de seus cinco sentidos, codificando-os e os concentrando em suas expressões. Deste modo, ao adentrarmos nesse campo tão complexo da comunicação de nossa espécie, é proveitoso estarmos abertos e atentos! Já o desenhar pode ser o resultado de uma infinidades de influências, com aspectos íntimos do artista e de onde e quando está situado. Assim, norteado pelos seus julgamentos morais, estéticos, bem como suas convicções, ele extrai de si a sua suma essência.
Minha vida com o desenho é bastante emocional. Um amálgama de repertório, experiências pessoais e as práticas regulares. As fixações que sustento falam por mim: as músicas que escuto e a força dos artistas visuais com os quais me identifico (consulte o meu Influence Map), também algumas obras do Cinema e até mesmo lembranças infantis, como os joguinhos de ZX Spectrum moldam e se relacionam com meus resultados. Quem sabe por eu ter tido acesso a tudo isso no riscar da formação de minha personalidade, esses elementos foram cruciais para me tornar Artista e ter feito cada uma das escolhas decorrentes. Como dito, toda Arte coloca fagulhas em nossas cabeças, já os sentimentos, ficam muito mais por conta das técnicas e motivos presentes nas produções.
Vejo o desenho e a pintura como algo muito particular e também de muito poder. As imagens causam fascínio a observadores com as percepções abertas a elas. As representações gráficas aguçam alguns, levando-os a ter um impacto inicial muito interessante de se observar. As formas e figuras talvez sejam as que mais mexem com o inconsciente, pois lembre-se: as pinturas rupestres nas cavernas... elas vieram antes de todas as Artes!
Inicio esse post pinçando um fragmento de minha newsletter de outros tempos: a "Consciência Transmitente", uma parte de minha hist...
Inicio esse post pinçando um fragmento de minha newsletter de outros tempos: a "Consciência Transmitente", uma parte de minha história na internet que deixei pelo caminho:
Tecnologias ultrapassadas são peças belas e cheias de atrativos. Veja um toca-discos, uma caixa de som acústica, um videogame de cartucho, um pincel... Uma câmera de 12 MP. Gosto do display e do som de meu MP4, coleciono e saboreio os CDs em meu CD player ligado a um amplificador. Assisto DVDs, uso relógio de pulso com ponteiros... Desenho em uma mesa reclinável com papel e nanquim.
Sem grilo algum, sinto comigo pequenos milagres com os rituais que envolvem esses dispositivos e materiais obsoletos. A "atenção exclusiva" me traz experiências mais completas, juntamente ao tempo reservado só para mim.
A News se foi, porém o estado de espírito descrito nela permanece intacto, circulando no vácuo entre minhas orelhas, em pequenas sinapses naquilo que costumo chamar de alma. Junto a ela, a lembrança longínqua de uma ex-amiga daquela época: uma gótica, meio maluquete, a qual me chamou de "desenhista frustrado" e outras coisas dispensáveis para o presente. Isso após termos uma longa relação passiva/agressiva em que ambos desejávamos não termos jamais nos conhecido. Pouco depois cortamos contatos, cessando assim o mal que fazíamos um ao outro - embora todas aquelas mágoas ainda perdurem. Por fim, o "desenhista frustrado" ecoou tanto que ainda o vejo quando olho para trás, até mesmo agora, anos depois.
Ignorando se ela estava com razão ou não, meu feed no instagram provavelmente revela o quanto daquilo ficou em mim. Embora, muito embora, hoje eu seja um outro homem e bem mais tranquilo com esses e outros problemas de "frustrações". Mas o que não nos destrói, nos fortalece. Certo? Não acredito... o destrutivo pode até levar alguém a buscar novos horizontes, ou traçar seus objetivos por outros vieses, no entanto, uma peça de cristal trincada, já era... não será a mesma. Mas vou comentar as palavras retiradas da "Consciência Transmitente", para não fazer o leitor pensar que estou com dificuldades de superar algo, ou alguém.
Esse discurso sobre as coisas antigas estava em uma edição chamada "Anacronia Deliberativa": uma tática para manter a mente sob um certo encanto na vida moderna e, ainda por cima, fazer a rotina ter contornos juvenis. Ao menos, um pouco parecido ao que fora a minha juventude. Configurava o que penso a respeito de agradar o espírito juvenil aqui dentro, sem transparecer excentricidade e infantilização em demasia... Uma tentativa dentre tantas. Os rituais ultrapassados ainda são a "minha", e a Arte é uma das prioridades, estando eu "frustrado" ou não. Recentemente, percebi que quando digo que "menos é mais" em algum lugar, estou entendendo que o meu esmero é encolher. E ao perceber o quanto isso me alivia muitas dores, traz tranquilidade e facilita as pazes com o passado, sinto-me gradualmente mais vividamente próximo às minhas antigas alegrias.
Embalado por tais costumes e relembrando minhas News, tomei a resolução de criar uma conta no Flickr. Após me despedir do DeviantART, percebi a necessidade de ter uma galeria de arte online onde eu pudesse expor minhas produções, mas de forma diferente de um instagram, por exemplo. Eu quero um local melhor, para ser acessado pelo visitante via desktop ou laptop. Como eu já fizera antigamente... empilhar minhas coisas e as tornar acessíveis aos curiosos sem burocracias. Tudo isso, mesmo sabendo dos poucos usuários existentes no Flickr na atualidade e do reconhecimento menor ainda alcançado por lá. Mas não me importo, pois quero simplesmente um museu das minhas artes, assim como tenho esse blog para minhas palavras. Será uma versão visual de meu blog.
Ao atingirmos o equinócio de primavera, no domingo, dia 22 de setembro, cruzamos o grande portal da idílica cidade de Urussanga. Próxima a...
Ao atingirmos o equinócio de primavera, no domingo, dia 22 de setembro, cruzamos o grande portal da idílica cidade de Urussanga. Próxima a Criciúma, essa terra de boa gente é um conhecido cartão postal sul-catarinense, onde encontramos muitos de nossos hospitaleiros colonizadores do Mediterrâneo: o povo italiano.
Urussanga sempre foi procurada por oferecer uma variada gastronomia típica, por suas vinícolas e outros nichos do turismo. Porém, não foram esses os motivos que nos levaram até lá naquela manhã. Sob um céu ensolarado e um leve calor, estávamos buscando a escola Barão do Rio Branco, onde se realizou o primeiro WowVerso, agora atualizando o nosso calendário regional de cultura pop.
O WowVerso touxe atrações do mundo geek e, com uma comunicação cativante junto ao público, chegou a ter todos os ingressos esgotados em pouco tempo após iniciarem as divulgações. Jovens, de idades variadas, da localidade e dos arredores, prestigiaram a edição inaugural do evento.
E foi correspondendo ao esperado que houve uma gama de oportunidades a negócios, artistas da seara geek/nerd e produtos dos mesmos seguimentos. Então que estive dentre eles. Da abertura dos portões, quando iniciaram as atividades, até o momento de me despedir, minha mesa foi bastante movimentada. E com a gratificante venda elevada de prints e HQs. Fui lisonjeado com a constante curiosidade do público e a oportunidade de trocar ideias realmente proveitosas, em um clima amistoso no qual me senti muito bem recebido.
Acompanhei, mais ou menos, a agenda do
evento: performances de danças, concurso de cosplays, apresentações - e outros atrativos -, fizeram a diversão do espaço ao longo do dia. O clima e ambiente acolhedores, assim como os aromas dos fastfoods e a música incessante, deram o tom de festa e celebração ante aos presentes. Costumo ver, nesses tipos encontros, um rompimento com a realidade da qual estamos habituados, havendo a imersão em uma atmosfera quase utópica.
Saí de lá com uma grande leveza. Assim foi o WowVerso, um registro em meu diário como uma das experiências mais positivas desde que iniciei minhas trilhas nesse mundo de culto às produções Pop, entretenimento jovem e tudo mais contido em territórios similares e tão bem povoados.
Recém-chegado e em um momento de descoberta, tenho me entusiasmado bastante com a plataforma Fliptru . Enxergo, nessa comunidade, uma real...
Recém-chegado e em um momento de descoberta, tenho me entusiasmado bastante com a plataforma Fliptru. Enxergo, nessa comunidade, uma real revolução para o quadrinho nacional. De tal forma que, no post de minha participação do fanzine Sonoridades Múltiplas, fiz uma pequena lauda emocionada sobre o que encontrei nesse mundo se abrindo diante de nós, brasileiros da Nona Arte. O Fliptru é um site 100% nacional, estruturado para possibilitar leituras e publicações de HQs livremente, mesmo sem envolvimentos monetários. Com a ideia de divulgação e o fomento ao consumo de quadrinhos brasileiros, essa proposta se mantém firme ao lado de quem realmente gosta dessa mídia no território nacional. O site se mantém através de monetizações por meio de anúncios (como os que já conhecemos na internet), e de obras patrocinadas com as compras de “moedas”, o método pelo qual operam as transações internamente.
Uma iniciativa extremamente visionária, em um cenário onde predominam sites estrangeiros com menor acessibilidade aos nossos leitores/artistas. Esses sites para publicações HQs já existem há tempos, mas com algumas barreiras, indo dos idiomas ao soterramento por profissionais internacionalmente consolidados e suas obras dominantes por aqueles lados. Já as oportunidades do Fliptru são ilimitadas e capazes de unir leitores à autores coletivamente, propagando o frescor de uma nova Era da internet. Como dito pelo próprio Marcus Beck, mantenedor solo do site Fliptru, a sua criação vem se transformando em uma nova espécie de “banca de jornal”, onde o leitor entra, olha, folheia e leva o que quiser! Com esse espírito inovador e extremamente corajoso, Beck vem favorecendo uma enxurrada de obras brasileiras, através do meio digital.
No Fliptru, estão desde os quadrinhos com maiores visualizações, aos que ainda precisam ser desvendados. E tudo dispensando algoritmos e regras com os quais todos acabaram se rendendo sob os ditames das redes sociais. Prova disso, é que temos na página inicial, sugestões completamente aleatórias aos visitantes em um espaço chamado “Já leu esses?”, dando chances a quem aparece um pouco menos nas pesquisas. Centenas de frequentadores, ao longo de mais de cinco anos, transformaram o espaço em uma referência para brasileiros em busca de entretenimento outrora tido por “ultrapassado”. O impensável ser tornou verossímil: quadrinhos não são mais uma mídia morta ou destinada aos saudosistas acumuladores de papel. Estamos em um momento altamente atualizado e vigoroso à Arte Sequencial!
Motivos não me faltaram para escolher, em definitivo, o Fliptru para meus quadrinhos. Migrei os antigos, e neste momento, tenho publicado Vivi Morbi (minha HQ em andamento). E estou muito bem acompanhado por lá. Tenho feito novas amizades e conhecido obras sensacionais, com os mais diversificados temas. Algumas com qualidade de se admirar. Nosso campo já está sendo bem semeado, adubado e próximo dos dias em que teremos vastas colheitas de quadrinistas publicando, sendo lidos e, com a licença para sonhar: realmente vivendo de seu trabalho. Quem viver, verá!
No desenho, necessita-se o entendimento de anatomia, luz e sombra, cores, formas, perspectiva e composição. Qualquer praticante com nível ...
No desenho, necessita-se o entendimento de anatomia, luz e sombra, cores, formas, perspectiva e composição. Qualquer praticante com nível intermediário já consolidou esses fundamentos… ao menos o bastante para colocar as suas ideias sobre o papel. E tais princípios evoluem com o mínimo de persistência. Não há limites para progredir, estagnar-se é a consequência de se estar satisfeito e não pretender ir além. Quando ainda em desenvolvimento, pode-se demarcar um escopo, como por exemplo, observar a obra de um Artista pela qual se agrada e a ter como destino maior a se atingir.
A certa altura, soltamos a mão das referências, percebemos nosso jeito de desenhar e acatamos as imperfeições. A união disso resulta no tão cobiçado “estilo”, comumente perseguido pela maioria dos desenhistas. O que só acontece espontaneamente e sem autoimposições - mas sim com naturalidade ao longo de nossas práticas. Quando o estilo se torna perceptível, então temos o progresso maior, o degrau derradeiro de nossas escolhas. Estando, deste modo, diante do domínio da linguagem com a qual nos propomos expressar na plena certeza de que temos um timbre único. Mas para isso, precisamos dos ensinamentos de dois professores de disciplinas distintas: O Tempo e a Prática.
O Tempo oferece o amadurecimento e a compreensão. É impossível ultrapassar o tempo, ele é implacável e severo - não há como o apressar, nem o fazer parar. Devemos entender que o tempo é único, porém se move de forma diferente para cada indivíduo. Como bem sabemos, essa dimensão universal é relativa e de percepções diversas. O Tempo oferece infindáveis alternativas de sermos transformados pela experiência. Do mesmo modo, o Tempo é um "bem". Uma moeda. Tão valioso que devemos usar muito conscientes de sua valia.
O professor seguinte é a Prática. Fazer, refazer, verificar no que errou, fazer novamente e se aplicar a entender sobre o que está trabalhando, prestando a máxima atenção. O praticar deve ser diligente e constante. É necessário retirar aprendizados dos erros e acertos, sempre em busca de uma melhor execução. Se não houver empenho e constância, os resultados também não surgirão e é possível haver o desânimo diante das consequentes dificuldades. Por isso, deve-se reservar espaço na rotina para a prática.
Quando nos orientamos com o Tempo e a Prática em prol de propósitos mais "subjetivos", como o cultivo de um pano de fundo para nossas vidas e obras Artísticas, invocamos o entusiasmo e atraímos grandes inspirações, fortalecendo-nos para externalizar as nossas mensagens do jeito como pretendemos.
Quase todas as pessoas, do meio quadrinistico com as quais já conversei, têm pretensões ou envolvimento profundo com a ficção. Na maioria ...
Quase todas as pessoas, do meio quadrinistico com as quais já conversei, têm pretensões ou envolvimento profundo com a ficção. Na maioria das vezes, elas criam personagens, mundos, dentre vários panoramas imaginários. Percebo isso e não é de hoje: vem desde os meus primeiros contatos com essa muito boa gente, ainda nos anos 90. Ao me reunir, aqui mesmo em minha cidade, com os comparsas das HQs, participei de longas conversas a respeito de nossas criações, quase sempre acompanhadas de rabiscos e textos. Eram tempos da Arte literalmente em “preto no branco”, escrita e desenhada no único suporte que acessávamos: o papel. Com isso, testemunhávamos as criações uns dos outros e tínhamos experiências acontecendo face a face, muitas vezes, ao longo de tardes inteiras em rodas de conversas. Naqueles papos, surgiam fanzines e ilustrações em cooperações, além de troca de quadrinhos de bancas e revistas informativas. Nessa verdadeira "fábrica" de ideias, nossas inspirações se uniam e se multiplicavam sem limites - ao menos até um pouco antes de resolvermos arrumar empregos.
Na segunda metade dos 90, houve uma intersecção nos encontros entre artistas, indo dos presenciais aos contatos online, junto ao advento da internet e todas as suas espantosas revoluções. Com as raízes ainda se formando, a internet chamava a atenção pelos recursos de imagem e hipertextos, outrora concebidos apenas na Ficção Científica – mesmo com os longos minutos de espera para o carregamento de quantidades mínimas de KBs. As conversações em chats e nos softwares de troca de mensagens enriqueciam ainda mais nossas criações, ao mesmo tempo em que nos colocava em uma procrastinação infindável. Na mesma época, popularizavam-se os softwares como o Photoshop e o Corel Draw, trazendo infinitas possibilidades de manipulação de imagens. O que favorecia a iniciativa de produções editadas de forma independe, justamente em um tempo no qual a grande indústria das HQs recebia o tratamento digital como diferencial inovador a todo o público reunido em torno dessa cultura.
Sob os prós a contras daquela leva de novidades e ideias mil, permaneciam criativos os ignorados quadrinistas, desenhistas e escritores amadores, incompreendidos pelos habitantes de fora daqueles campos. Não por isso deixando de levar suas pastas consigo e nos seus momentos de descanso do cotidiano, criar universos e realidades alternativas, oriundos do cinema, HQs, literatura e da TV. A inquietude diante de uma indústria implacável – também amada – fazia com que seus admiradores se tornassem visionários e ousassem tentar tocar as estrelas com as suas ideias efervescentes. Hoje, pode parecer até ser uma bobagem, mas quem viveu aqueles tempos, sabe o quão inacessível era uma máquina de Offset e o tanto de dispendioso eram seus insumos – resultando na grande intangibilidade de uma publicação autoral. Ainda os mais abastados estavam longe de sequer cogitar a possibilidade de apostar tão alto.
Mas a imaginação de um desenhista/quadrinista/roteirista é indomável e a esperança jamais se extingue, menos ainda quando se é jovem. Logo, as histórias não morrem e a Arte Sequencial é cultuada e amada eternamente, seja no canto recluso de uma escrivaninha, ou dentre um bando partilhando uma mesa de bar, servido de algumas cervejas. Estando tanto tempo longe disso, pergunto-me se ainda há espaço para essas conversas. Acho que não, o lero-lero improfícuo das esquinas mais frequentadas da internet infectou os melhores ambientes, indo além dos convívios virtuais. Há exceções, mas não me resta energia para procurar e ir de encontro a novos comportamentos. Estou bastante cansado e por isso prefiro os eventos. Eles são a grande diversão de minha "Era" atual, tornando-se o meu "barato" maior do momento presente. Lá, tudo é possível e estamos livres e desimpedidos para sonhar e enxergar o mundo sob os nossos mais lúdicos pontos de vista.
O fanzine ainda vive e tem seu barulho se propagando por aí. Talvez por falta de me atualizar, pouco sabia sobre os sucessores da resistê...
O fanzine ainda vive e tem seu barulho se propagando por aí. Talvez por falta de me atualizar, pouco sabia sobre os sucessores da resistência fanzineira da velha guarda, já há tempos conhecida por nós. Existe uma nova geração trazendo os seus quadrinhos e textos com o mais puro frescor da atualidade. Isso tanto na mídia impressa - seja no offset, ou Xerox - quanto nos meios digitais. São verdadeiros aventureiros bancando as suas artes e todos os processos que as envolvem (o que não é moleza), destacando-se como representantes do “faça você mesmo” do novo mundo. Pondo a mão na massa de verdade e executando seus trabalhos com grande categoria, estão na rota de sites como o Fliptru, na produção independente – e nacional – galgando fronteiras de um mercado (talvez antiquado?) fechado e altamente seletivo.
Estamos diante de uma revolução em forma de um motim em grande escala que facilmente tomaria de assalto a cena, ultrapassando publicações cujo peso de seu papel têm valores na cotação de bitcoins. Nossos atuais autores independentes estão dispostos a lograr o único e mais fundamental objetivo das HQs ao serem atiradas nas mãos de um leitor: simplesmente divertir. E certamente estamos na direção correta, a mudança do mercado está acontecendo agora com uma nova leva de leitores/consumidores e mais e mais autores brotando aos bandos. Mas e então? Não foi sempre assim? Não! Confira o Fliptru, aventure-se na relva de talentos desse site e me diga se toda aquela diversidade não resultaria em outra coisa senão em uma mudança definitiva no hábito de consumir quadrinhos no Brasil. Se essa explosão das HQs online já não é uma mudança, também não sei o que seria.
No número 07 de Sonoridades Múltiplas, entro com o meu traço retratando o guitarrista Steve Vai, na apresentação da turnê Passion And Warfare - 25th Anniversary, que como sugere o título, comemorava o aniversário de 25 anos do tão aclamado álbum, e por sorte dos gaúchos, o show também se realizou no dia do aniversário de Steve Vai aos 57 anos. Fiquei muito animado com o convite, e logo que o Denilson veio no meu inbox, aceitei no ato e já fui atrás de referências. A execução da ilustração aconteceu em uma noite de sábado, logo após terminar um outro desenho em meu sketchbook.
Para pedir o fanzine Sonoridades Múltiplas (impresso ou digital), entre em contato com o Denilson: tchedenilson@gmail.com
Em torno de um mês após o início do ano, inscrevi-me em um grupo de whatsapp e me juntei a outros artistas e aspirantes. Dentre produtivas t...
Em torno de um mês após o início do ano, inscrevi-me em um grupo de whatsapp e me juntei a outros artistas e aspirantes. Dentre produtivas trocas de ideias, acabei por me motivar a tentar algo novo/diferente em meu hobby de fins de semana. Com o incentivo dos membros do grupo, coloquei-me a vasculhar, em meus desenhos, qualquer coisa para me servir de inspiração. A princípio, eu preferia esquecer o “Ato Falho” (a HQ mais longa que fiz), bem como desconsiderar continuações das HQs impressas. Tive dificuldades, pois minhas consultas foram, principalmente, nas produções para o instagram entre 2022 e 2024 e não havia nelas direcionamento algum. As coisas começaram a fazer sentido quando percebi o tema em comum em todas aquelas peças soltas: as garotas góticas. Concluí haver em mim um certo fetiche pelo vestuário, maquiagens e toda a exuberância misteriosa dessa subcultura.
Intuitivamente, escolhi um dos desenhos e, sobre ele, imaginei gradualmente uma narrativa com a referida temática. Eu já disse aqui, em um Abstraço, sobre as minhas hipóteses a respeito de estruturar, universalmente, tudo a partir de frases… Com frases sobre o direito de ser "você mesmo" - por mais estranho que seja-, avancei nos primeiros passos para criar os personagens principais e conceitos iniciais. No perfil do instagram da protagonista, pode-se ver algumas amostras dessa etapa. Nessas pequenas mensagens estava o essencial sobre o que eu me propus a escrever. E quando falo em “escrever”, é porque eu realmente quis executar minhas ideias em forma de texto escrito em prosa, que em minhas expectativas, intercalaria com ilustrações.
Essa ideia embrionária precisou ser modificada, já que escrever ficção em prosa requer outros processos com os quais ainda não estou habituado e eu necessitaria entrar em uma curva de adaptação muito acentuada, com um prazo muito mais longo até a efetivação… passei a aceitar que eu me daria melhor fazendo as coisas do jeito mais usual para mim: através de uma História em Quadrinhos. Pôr a mão na massa foi natural, tanto desenhando concepts, model sheets ou estruturando a trama através de linhas do tempo baseados nas tentativas textuais anteriores. Deste modo, já estabeleci a forma e o conteúdo para Vivi Morbi – Alomorfia (com todas as suas alegorias e metáforas). Não havia como regredir - surgia a minha segunda webcomic e um dos projetos mais empolgantes de minha jornada nas HQs.
Questionei-me sobre como publicar… Uma investida em outra impressão se tornaria dispendioso e levaria muito tempo para obter o(s) resultado(s). A resolução mais cabida estava sob meu nariz e não carecia de pensar muito: eu tinha a possibilidade de publicar online. Com esse meio, alcançaria mais público e contaria com uma reprodução interminável de exemplares – ou seja, a melhor opção possível. Escolhi o Fliptru juntamente a um website oficial com domínio. O Fliptru é uma plataforma 100% nacional de publicações de HQs com um boa administração e muito bem aceita pelos artistas e leitores. Portanto, o lugar certo para novos e velhos talentos. Já no site, faço minhas atualizações, os atalhos para os volumes, bem como mantenho um espaço para meus merchans. Até agora, com campanhas no Fliptru e o domínio, foi gasto o preço de duas refeições.
Talvez, se o leitor ainda não conheça a Vivi Morbi, e tenha surgido o interesse... fica aqui o convite para dar uma conferida na página dela e prestigiar um pouco de meu trabalho, acompanhando essa aventura estranha, arrepiante e sombria!
A mochila é o acessório que jamais deixo de levar comigo. Para qualquer lugar que eu vá, estou com meus gadgats, remédios, itens de higiene ...
Ferramentas de desenho portáveis são essenciais para um desenhista que sai a campo e sabe que muitas das vezes terá um momento a ser aproveitado. Levar consigo um sketchbook, como um dos que já testei e falei por aqui, por exemplo, é uma boa para rascunhar aquelas ideias legais que surgem quando se menos espera. Portanto, canetas, lápis e outros já servem para se fazer alguma coisa. Então a seguir, está o meu inventário básico.
Da esquerda para direita, iniciamos com minha lapiseira Pentel P205. Veja o post especial sobre minha coleção delas aqui no blog, está bem completo. A seguir, em cima, uma borracha também da Pentel. A baixo, e da mesma marca, um porta grafites 0.5. Gosto dos grafites 2B, mas no caso da foto, estou usando um 3B, já que era o único disponível na papelaria da última vez quando estive por lá.
Depois vem a minha querida brushpen japinha da Pentel. Também fiz um post exclusivo dessa maravilha, a qual tenho uma estima extra. É uma ferramenta excelente para lineart, por ter uma ponta de pincel, um corpo de caneta e também por ser recarregável.
Em seguida, uma caneta Copic Ciao Cool Gray C2. Falei algumas vezes sobre Copics aqui no blog. Pretendo, assim que essa carga terminar, passar a recarregar ela com o Neutral Gray N2, pois considero mais interessante o resultado dessa outra cor.
O canetão preto, Pilot 400 é um dos meus prediletos. Pretão permanente e bem escuro para grande áreas de preenchimentos. Também muito legal para fazer efeitos de rabiscos grossos com sua ponta chanfrada.
Completando tudo vem as duas canetas. Uma 0.5 da UniPin e a caneta esferográfica de quatro cores. Com a UniPin eu faço detalhes das linearts e locais dos desenhos que requerem mais precisão. Já a caneta esferográfica é para esboços soltos e, também, para escrever.
Os dois itens finais são meu estojo e o tão adorado sketchbook. Com o estojo de dois compartimentos há a organização dos materiais. No sketchbook é onde a diversão acontece. Esse é da marca Tilibra, com o tamanho A5.
Assim apresentei meu kit para o qual recorro a qualquer momento de inspiração quando fora de minha casa. Nos eventos, costumo carregar bem mais coisas, pois para mim é muito necessário caso surja um pedido ou eu tenha que me distrair com algo mais complexo. Daí seria um outro post inteiro, dispensável neste momento... para o futuro, talvez.
É a segunda mudança de residência em três anos. Em 15/11/2023, vim para meu novo lar, ainda em Criciúma e não muito distante de onde estava...
É a segunda mudança de residência em três anos. Em 15/11/2023, vim para meu novo lar, ainda em Criciúma e não muito distante de onde estava. De qualquer forma, toda mudança é desgastante e exige trabalho, reorganização e despesas. Felizmente, a casa é aconchegante e tem um bom espaço (apesar de ser uma quitinete). Pretendo permanecer.
Quem já conhece algo do que escrevo sobre mim, sabe que costumo dizer - metaforicamente - que levo comigo somente minha mesa de desenho, meu sketchbook e meu blog... Há um pouco de verdade nisso - realmente essa é a essência ao me referir às coisas que gosto. Claro, há muitas outras bem importantes... Mas continuo repetindo o bordão por hábito.
Minha mesa já foi apresentada por aqui. Houve um post exclusivo sobre. Instalei-a diante da janela e ficou bem situada na quitinete. É nessa minha parceira que aos sábados à tarde, após um café, faço meus desenhos, abstraio e uso o meu tempo como gosto.
Dessa vez, meus upgrades maiores foram na luminária de PVC, no laptop e na cadeira. Meu outro laptop parou de funcionar e dilatou a bateria... era de uma marca muito ruim e não teve vida longa. Já esse meu atual exigiu que eu mexesse em minhas economias, mas valeu muito o investimento. Posso conectá-lo à minha mesa digitalizadora, editar imagens, digitar, navegar e colher referências. Uma boa máquina.A respeito da cadeira: é um modelo Mocho bem confortável. Ela tem uma boa ergonomia. Na loja, disseram-me que é muito procurada por tatuadores. Despertou o meu interesse assim que bati o os olhos, trouxe-a para casa e não me arrependi.
Meus materiais também permaneceram parte da minha workspace. Aqui tem um pouco de tudo. Não dá para reclamar, opções para desenhar não faltam.
Eu já havia falado aqui sobre minha caixinha de desenhista... Substituí por essa maleta. Foi um presente de minha mãe muito bem-vindo, pois além de elegante e mais segura, também é portável. Não sei se sairei por aí com todos esses materiais, mas ainda assim deu um charme à minha organização.
Essa é minha workspace atual e espero ser a definitiva. Neste momento, anseio pelo sábado à tarde, quando colocarei a mão na massa mais uma vez.
Tomara que o post tenha agradado ao leitor. Obrigado pela visita!
O neófito se envolve em uma ou outra prática por lazer com um singelo e seminal fascínio. Mas o tempo o faz ambicionar mais e mais. A cois...
O neófito se envolve em uma ou outra prática por lazer com um singelo e seminal fascínio. Mas o tempo o faz ambicionar mais e mais. A coisa se move para além de um aperfeiçoamento pessoal, prevalecendo a paixão obstinada e obsessiva – chegando assim, ao deslumbre. Esse mergulho vem acompanhado de um dedicado auto desafio e ao desejo de alcançar mais proeminência no que tanto causa enlevo. Apaixonar-se por algo, em si, não é um problema, pois todos precisam de escapes das pressões do cotidiano. Destacar-se é saudável. Vivenciar conquistas e receber os louros de sua dedicação faz bem tanto a quem as realiza quando aos que o rodeiam. Só que anexo ao êxito do próximo vem a frustração do outro.
Os mais frágeis e vulneráveis colidem em sólidos rochedos de limitações… comparam-se, insistem, esgotam-se para alcançar algo que idealizam, mas que em nada é parte de suas realidades. Das duas uma: ou se rendem de vez, ou remam como loucos perseguindo uma ou várias impossibilidades. No primeiro exemplo, temos uma pessoa que futuramente amargará o abandono dos “sonhos”. No segundo, alguém se dando conta de que não era exatamente o “sonho” a sua mais sincera vontade. Só que um propósito sempre nos coloca em movimento - se cultivado e bem observado.
Quando penso em HQs e Desenho, poupo-me de submergir nas grandes ilusões que os circundam. Há muito a se maravilhar ao molhar os pés nessa grande correnteza. As ondas fluem como sempre farão. É bonito, o azul é cerúleo e a espuma brilha ao sol. Mas a maresia desse encanto pode confundir os ingênuos. Faz-se necessário testar a temperatura antes de se lançar de cabeça, verificar quais os objetivos reais e qual a direção do vento. Salva-se quem navega com cautela e prudência, quem tem gentileza consigo e com a própria Arte. Podemos ter nossos momentos de júbilo, se assim desejarmos e é possível obter todo o tempo da vida para progredirmos e vivenciarmos nossos processos.
A Arte oferece lições ao Artista lúcido: uma delas é sobre o fracassar… A essencial lição de "levar um caldo". O que não determina se haverá derrota ou não. Seja a baixa tolerância às desilusões, ou a determinação mais resistente - ambas podem calejar a alma do Artista, conferindo-lhe maior força para se lançar ao próximo desafio. O sucesso não se afastará caso for factível, se valer a perseverança. Desenhar melhor sempre tem algo disso... a paciência, estudo, prática e o esforço. E ser terno pelos seus resultados. Dizem que “pensar grande e pensar pequeno dá o mesmo trabalho” - ao que discordo. O pensamento objetivo e fundamentado atrai progressos. De nada adianta ter a cabeça nas nuvens sem as plantas dos pés bem equilibradas na areia firme.
Ao me colocar diante da prancheta tendo a finalidade de fazer quadrinhos, estou disposto a extrair do meu lápis a mais pura simplicidade. ...
Ao me colocar diante da prancheta tendo a finalidade de fazer quadrinhos, estou disposto a extrair do meu lápis a mais pura simplicidade. Nego-me constantemente de me exceder em eruditismos, afastando também quaisquer pretensões exageradas. Em linhas gerais, meus quadrinhos são graficamente simples e com atenção àquela voz interior exigindo de mim o fazer bem feito, sucinto e digerível. Busco a honestidade usando de meus potenciais, pleiteando sempre meu lugar ao sol com tal proposta. E sou recompensado junto a essa temática de vida como Artista - no meu íntimo e na resposta dos leitores. Tive apenas uma experiência com propriedades destrutivas em minha jornada, a qual driblei e usei a meu favor.
Ainda que satisfeito, penso no melhor, busco o avanço a cada trecho do caminhar, como qualquer um que faz algo com paixão. Artistas querem se superar, de um jeito ou de outro. Muitos buscam a técnica, agilidade, precisão, etc. Já eu quero dar uma ajustada aqui, outra ali, e assim ir aprendendo. A narrativa gráfica é complexa, uma matéria extensa e de longo aprendizado. Devemos ter uma atenção especial às diagramações das páginas e a preocupação em ser fluente e dar o ritmo à história. Planos e enquadramentos e suas subcategorias, quando bem utilizados, fazem muita diferença. É necessário uma boa direção de arte em uma HQ, assim como uma fotografia unida a todas as suas sutilezas. O termo “quadrinização” é um grande guarda-chuva para tudo isso.
Quebrar a primeira resistência do entendimento desses conceitos mais primários de narrativa visual faz o autor se destacar. Quem consome a mídia percebe facilmente quando tais recursos são bem utilizados. Porque é muito comum o autor de quadrinhos não ser somente um “desenhista”, o ofício requer dele maiores facetas e, não raro, trabalhar em cooperação com especialistas de outras atuações. Uma equipe alinhada e bem informada tratará de executar bem quadro por quadro, página por página. Retrabalhos, correções, etc, são comuns na produção séria de uma HQ, ainda que para uma publicação independente.
A relação mantida por mim nos quadrinhos (digo novamente) é a experimental e de auto satisfação. Já tentei coisas ousadas, porém, senti-me contrariado com os resultados (e com o processo). Também não me contento com uma produção limítrofe, por isso quero meus progressos surgindo claramente em cada traçado em minhas folhas em branco. Há desafios em fazer quadrinhos, o trabalho é duro… Mas sem fazer muito drama, é possível evolução tendo alguma diversão. De desafios, a vida é cheia.
Por fim, pegando um caminho com maior curvatura nessa história, preciso dizer que cenários estão dentre os meus maiores desafios. Penso, até ser o de todo quadrinista. Poucos dos que encontro por aí dominam até mesmo ponto de fuga. Como me viro? Já fiz cenários de cópias, de memória e até mesmo praticando o tracing. Tenho o hábito de fotografar todos os lugares e ambientes mais atrativos que visito, assim me inspiro e os utilizo como referências. Minha máquina de fotografia digital está sempre na mochila, quando menos esperam, estou clicando (o som do clique eletrônico chama a atenção).
No shopping, bar, no parque. Uma mesa qualquer e o sujeito se sente bem para desenhar. Rabisca enquanto bebe ou troca ideias com os presen...
No shopping, bar, no parque. Uma mesa qualquer e o sujeito se sente bem para desenhar. Rabisca enquanto bebe ou troca ideias com os presentes, entre mil e uma conversas e estímulos vindos de todos os lados. Uma modalidade para quem está muito acostumado. Invejo, mas para mim não serve. De jeito algum. Para desenhar, preciso de meu espaço, silêncio, de um tempo exclusivamente reservado e, sobretudo, de estar só. Pode até ser durante uma Call, mas então falamos de uma exceção. Meus hábitos para o Desenho são de ares quase religiosos, momentos bastante importantes de meu cotidiano, quando há uma total imersão e distanciamento do restante do mundo.
Meu devido respeito aos caricaturistas, grafiteiros, e outros profissionais que performam suas Artes ao vivo. Essas execuções diante de um público requerem um certo desembaraço e muita desinibição. Parece-me um talento desenvolvido ao longo de toda a formação como Artista. Uma bela forma de se comunicar, sentindo segurança e impondo o respeito sobre a sua plateia. É muito comum, sujeitos tímidos aliados a essa prática e se saindo bem. O que não é de se espantar, já que temos exemplos assim até mesmo nas Artes Cênicas.
Do mesmo modo, os professores de Artes acrescentam ao e seu ofício – além do conhecimento sobre Artes – a oratória e a didática, seja em uma sala de aula, ateliê, ou diante de uma câmera. Depois do colegial, passei a ter uma certa admiração pelos que lecionam. Desde então, percebi que uma relação próxima e de mutuo interesse entre aluno e professor, pode tornar o aprendizado ainda mais gratificante. São admiráveis os esforços de professores para transmitir o Saber. Meus mestres de Artes do currículo escolar eram envolvidos com entusiasmo. Queriam os melhores resultados em suas classes e se importam com os progressos dos educandos, mantendo sempre um real compromisso.
O profissional ou hobbysta, seja qual a área das Artes, tem o seu “modus operantis” e só o alterará se tiver vontade ou as circunstâncias exigirem. Estar disposto a mudanças trará novas experiências, com toda certeza. Se favoráveis, ou não, isso fica a cargo das escolhas e das casualidades. De minha parte, estou bem assim… permanecer em meu canto, produzindo minhas coisas, traz-me prazer e paz... Do que não pretendo me desfazer. Prefiro ter isso como um hábito eterno de horas vagas.
Se nos debruçarmos sobre a História da Arte e determos o olhar em alguns de seus momentos, não raramente nos chocaremos - sem surpresa algum...
Se nos debruçarmos sobre a História da Arte e determos o olhar em alguns de seus momentos, não raramente nos chocaremos - sem surpresa alguma - com conceitos causadores de estranhamento se comparados aos entendimentos mais atuais. Aristóteles observava a Arte com menosprezo, definindo-a como apenas mera “cópia da realidade”. Na idade média, artistas recebiam a avalia de seus trabalhos como produtos de operações de mão de obra “braçal”. As vertentes de labores intelectuais, daquela localização histórica, eram tidas como superiores, pondo à parte as “artes menores” (Desenho, Pintura, Escultura, etc).
Esses recortes históricos não persistem em sua cronologia. O quadro já se inverteu acentuadamente ao longo dos séculos, tanto retrocedendo no tempo, quanto para a atualidade. O reconhecimento em torno de grandes criadores e valorização de suas produções são indistinguíveis da trajetória humana. As expressões Artísticas manifestaram amplas variedades de estilos e técnicas nos muitos nichos e origens culturais conhecidos - resultando em uma celebração às múltiplas expressões visuais observadas nos quatro cantos do globo.
Uma Arte “menor”, na contemporaneidade, é possível de ser assim nominada se através dos critérios de um avaliador sustentando um limitado repertório. Ao meu ver, teoria e investigação devem predominar sobre o “gostar” ou “não gostar”, do encontrar “sentido” ou não. Ainda hoje, considera-se válido tais quesitos de avaliação leiga sobre exposições. Ao que me permito não me opor inteiramente, pois seria adequado também considerar o ponto de vista do observador despropositadamente irrefletido culturalmente. A interpretação de um espectador pode ser aferida pelos seus paradigmas estéticos e ideais de beleza, bem como suas experiências de vida, tanto definida por onde esteve, quanto pelo o que consumiu até o momento do encontro com a amostra a ser julgada.
Para mim, nem sempre o que está em jogo é a técnica do que está exposto, pois em seu lugar, a atenção pode se voltar à intenção e ao conceito. A reflexão sobrepõe os métodos de execução, o detalhamento, recursos, etc. Então que, como dito antes, o estudo do tema ou uma curadoria poderiam nos esclarecer, evitando uma conclusão antecipada. Principalmente, quando estamos diante de uma produção que requer de nós uma afiada percepção subjetiva e demais exageros de matizes conceituais pressupostos pelo autor. Ainda falando de meus pensamentos, admito que costumo me dar melhor o que atinge tanto o espírito quanto o olhar. Às vezes, mais o olhar. Não por isso, estou do outro lado da discussão, pois me mantenho aberto às mais variadas hipóteses de inspiração e influências possíveis.